A 17ª Festa Literária Internacional de Paraty, município localizado no estado do Rio de Janeiro, homenageou o escritor Euclides da Cunha. O evento teve início no dia 10 de julho e encerramento no dia 14. Ana Paula Lacerda, curadora da Casa de Cultura Euclides da Cunha e representante do movimento euclidiano em São José do Rio Pardo, foi até Paraty para assistir a homenagem de perto.
Em entrevista à Gazeta do Rio Pardo, Ana contou como foi a ida até a Flip. “Desde quando nós soubemos que Euclides da Cunha seria homenageado, entramos em contato com a curadora da Flip, Fernanda Diamante, pra ver de que forma nós poderíamos participar. Esse ano não conseguimos participar da forma mais adequada. Porque para você ir até lá e ter um espaço, precisa pagar, tem um custo, e devido as condições em que estamos, não conseguimos”.
“Como representante do movimento euclidiano e curadora da Casa de Cultura de Euclides da Cunha, junto com o Iury, o pessoal do Dec e do movimento euclidiano, decidimos que deveria ir alguém de São José representando toda a história que temos na cidade. Então eu fui, juntamos daqui da cidade os familiares de Euclides e professores do ciclo de estudos, e nós combinamos que marcaríamos presença na Flip, mesmo sem ter um espaço, mas pelo menos para divulgar a nossa história, usando as nossas camisetas, distribuindo algum material, e foi isso o que foi feito”, relata.
“A abertura da Flip contou com a presença da Walnice Nogueira Galvão, que inclusive veio muitas vezes para São José. Ela falou de “Os Sertões”, da importância dele, e citou a Semana Euclidiana, o movimento em São José, o Dr. Oswaldo Galotti que foi o criador da Semana e toda a sua importância. Foram vários assuntos abordados, mas em cada lugar que você ia, tinha alguma coisa que lembrava Euclides da Cunha, “Os Sertões”, ou Canudos”, descreve a curadora.
De acordo com Ana Paula, foram abordados diferentes temas sobre o escritor. “Não pude ficar todos os dias, fiquei para a abertura e no dia seguinte vim embora. Mas eu achei a escolha da própria Fernanda Diamante, que é a curadora, muito boa, certeira, digamos assim. Porque falar de Euclides da Cunha no momento em que o Brasil encontra-se hoje, em todos os aspectos, seja educacional, político e social, eu acredito que seja de grande relevância. Acho que foi isso que levou a escolha da Fernanda a ele”, conta.
Flip e Semana Euclidiana
“A Flip é uma feira muito conhecida, tanto que é a Festa Literária Internacional, atrai pessoas do Brasil inteiro, de vários lugares do mundo. Mas eu gostaria de destacar também a importância da Semana Euclidiana, que às vezes nem o próprio rio-pardense dá o devido valor. Eu estive na Flip e posso dizer com toda certeza que a Semana Euclidiana é tão importante quanto. Ela ( Flip) tem um cunho comercial, nós temos um cunho social. A Semana Euclidiana é boa para a cidade, porque gera emprego, movimento, renda, ela fomenta o dinheiro da cidade”.
“Mas além disso, ela não está interessada apenas no dinheiro, ela tem um cunho social muito forte, os alunos que vem pra cá se transformam. As pessoas que vem para cá, não vem para a balada, mas sim estudar. Damos oportunidade para alunos inclusive de periferia, que jamais teriam acesso a uma Flip participarem de um evento grandioso, literário, de cunho cultural e intelectual tão grande como a Semana Euclidiana. Ela é considerada o evento mais antigo e importante que homenageia o intelectual no Brasil. Então ela transforma as pessoas. Alunos que passaram por aqui em décadas atrás, hoje são ministros, políticos, jornalistas, pessoas renomadas no país. Gostaria que as pessoas dessem o devido valor a ela. Se elevarmos a Semana Euclidiana, todo mundo vai ganhar com isso”, encerra a curadora .
Por Júlia Sartori