terça-feira , 26 novembro 2024
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Ratinho defende humanização nas empresas

Ratinho defende humanização nas empresas

Carlos Massa diz que começou como engraxate e que problemas fazem bem

 

O 9º Fórum Lide de Empreendedores, realizado dia 29 de novembro no auditório do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em São Paulo, teve como um dos convidados o apresentador Carlos Massa (Ratinho), que fez uma breve palestra. Empresários de vários setores do empreendedorismo no Brasil estiveram presentes. Henrique Torres (rádio Cidade Livre 88+FM de São José do Rio Pardo) também esteve lá e gravou a palestra de Ratinho. A síntese do que ele falou está descrita a seguir.

Ratinho começou dizendo que o empreendedor no Brasil é um batalhador, a começar pela lenta burocracia para obter papéis, números, alvarás e documentos exigidos pela legislação para abrir uma empresa. E, para fechá-la, as dificuldades são ainda maiores. “Empreender é entrar em uma fria. Pode ser que dê certo, pode ser que não dê. No Brasil abre-se mais de 1 mil empresas num determinado período e fecha-se também mais de 1 mil no mesmo período. Por quê? Porque tudo é complicado demais”, afirmou.

Ele assegurou, porém, que tem dado sorte nessa questão de abrir empresas, “porque eu não complico, faço o feijão com arroz”. E mencionou algo que repetiria várias vezes no decorrer de sua palestra de 17 minutos no Fórum Lide: a necessidade de humanizar o relacionamento patrão/empregado. “Nunca deixei de humanizar  as minhas empresas, nunca deixei de abraçar meus funcionários, nunca deixei de perguntar se ele precisa de alguma coisa, nunca deixei de tratar com igualdade. Eu abraço todo mundo, tiro foto com todo mundo e os considero meus colegas. Acho que está faltando isso pra gente empreender melhor”.

E prosseguiu: “Esse negócio de aplicativo tira um pouco da humanização da coisa. Fica tudo no automático. E mesmo que fique no automático, até porque temos que nos modernizar, temos que tratar com bastante igualmente os funcionários”.

Início: engraxate

Morando em Cascavel, no Paraná, Ratinho diz que começou a trabalhar aos 10 anos de idade como engraxate e ficou bom nisso porque ia às casas das pessoas e oferecia seus serviços. Ele engraxava sapatos fazendo uma espécie de samba nos movimentos com as mãos. A clientela aumentou tanto que ele precisou chamar colegas para fazer a mesma coisa, cobrando deles 20% do que recebiam.

“Eu aprendi que a gente tem que ver diferente, tem que estar pensando em algo diferente e eu tenho feito isto a minha vida toda. Porém, não pensando em inventar alguma coisa para o cara comprar, mas sim perguntar o que ele quer que eu ofereça a ele”, argumentou. “Fabricar alguma coisa pensando ‘eu acho que isso é bom’, não. Eu não acho nada”.

Ele perguntou se a plateia se lembrava de seu programa inicial no SBT, quando veio do Paraná para São Paulo muitos anos atrás.  “Se eu viesse de terno e gravata como Carlos Massa, ninguém ia prestar atenção. Então eu vim com um baita de um cassetete e muita confusão, quebrando cenário, para a pessoa prestar atenção. Daí coloquei um homem grávido, que em dois meses ia ganhar neném, e aí essas coisas chamavam atenção e eu fazia o que era diferente. Mas tudo com simplicidade”.

Hoje, porém, segundo ele, com o Google, o sensacionalismo saiu de moda. “Quando eu vi que o sensacionalismo saiu de moda, o que eu fiz? Pulei para o entretenimento e estou levando agora para o circo. Por quê? Porque o circo não existe mais para essa juventude, então levo o circo para a televisão para ficar mais fácil”.

Luta por Ibope

Ratinho descontraiu o público presente no Forum Lide fazendo algumas comparações. “Olha o que o SBT faz comigo. Me coloca no horário da novela da Globo, onde há homem com homem, mulher com mulher, mulher com duas mulheres, e põe eu lá pra disputar com esses caras. Aí a Record põe Jesus pra disputar comigo. E, mesmo assim, eu ganho ou empato com Jesus, porque é uma luta. Mas nunca deixei a peteca cair”.

O apresentador assegurou que sempre é uma pessoa muito animada, tendo sempre bom ânimo para resolver os problemas em suas empresas. “Problemas foram feitos para ser resolvidos. Comece a não ter problemas e você entrará em depressão. Você tem que inventar coisa pra ter problema. Ouço falarem: ‘Ah! Não dá mais’. Aí eu digo: Arrume uma amante, aí você vai ter problema. Vocês empresários não fiquem sem problemas, não desanimem, inventem, briguem com o sócio, façam alguma coisa”.

Falando de problemas, Ratinho disse que uma vez comprou 90 avestruzes e os colocou em sua fazenda. “Pensa num negócio ruim! Nunca comprem avestruz! Sabe o que um deles fez? Comeu meu relógio. Tudo o que brilha ele come. Aí pensei: como vou dispensá-los? Eu os coloquei numa estrada lá no Mato Grosso e imaginei: alguém vai pegar essas coisas. Soltei um foguete e eles sumiram”.

A questão de DNA, que ele explora toda quarta-feira em seu programa no SBT, tem sido uma das atrações e, segundo assegurou, em 90% dos casos o problema é resolvido.

Para Ratinho, empreendedor é um sujeito que gosta de trabalhar porque, se não gostar, deveria ser funcionário público. “O funcionário público só fica esperando quando o governo vai aumentar (o salário). Eu consegui ser funcionário público por seis meses e a pior sensação do mundo é saber que não vai mudar nada, todo mês é aquele dinheirinho. Mas nós, empreendedores, levamos cada ferrada, mas ganhamos também”.

Humanizar a empresa

Em seguida, Ratinho voltou a falar o que havia dito no início: “Humanizem ao máximo as suas empresas. Humanizar é dar um uniforme bonito, é dar um almoço melhor, mas é principalmente abraçar seu colaborador, dizendo que você está bem porque ele te está ajudando. Tem muito empresário que só fica olhando número e esquece de olhar coração. Tem que olhar coração. O cara está lá trabalhando, ele precisa daquele emprego, mas você também precisa dele. Então nós precisamos abraçar os nossos funcionários e falo isso porque faço com muita facilidade”.

Carlos Massa, o Ratinho, falou aos empresários presentes no auditório do SBT sobre empreendedorismo

 

 

 

 

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