Relógio da igreja Matriz volta a funcionar
Ele ficou duas semanas parado por conta da quebra de uma peça pequena
Entrevista: Luis Fernando
Texto: Eduardo Eron
Está funcionando outra vez o relógio de três faces da igreja Matriz de São José do Rio Pardo, um dos símbolos da cidade. Ele chegou a ficar parado por duas semanas, pelo menos, pela quebra de uma pequena engrenagem. A peça foi consertada e, desta forma, o mecanismo que faz girar os ponteiros do relógio mais famoso do município foi reativado.
Reginaldo Rodrigues, secretário da igreja Matriz, explicou à Gazeta do Rio Pardo que os reparos na peça quebrada foram feitos por um funcionário da própria igreja. Ele lembra que o relógio foi inaugurado junto com a torre católica, em 1964, e que jamais teve suas peças trocadas, só consertadas (quando deram defeito, como ocorreu agora).
Movido à corda, o relógio da Matriz requer esse procedimento a cada cinco dias, mas aí reside o maior perigo e dificuldade: o funcionário que faz isso, João Marcos Silvério, precisa subir duas escadas enormes até alcançar a ponta da torre, que tem 50 metros de altura. E as escadas não têm qualquer proteção lateral ou traseira contra um eventual desequilíbrio de quem estiver nela.
“Houve uma época, anos atrás, que o relógio ficou um tempo parado porque não havia uma pessoa que subisse na torre para dar corda”, lembrou o secretário da Matriz.
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Relógio foi feito pela fábrica Michelini
O relógio da igreja Matriz de São José do Rio Pardo faz parte de uma relação oficial de relógios produzidos pela família Michelini – de origem italiana mas radicada em São Paulo desde 1908. Essa família se dedicou à fabricação de relógios mecânicos para torres de igrejas, fachadas comerciais, estações de trem, prédios e praças públicas.
A empresa Michelini produziu mais de 1.200 relógios ou mecanismos espalhados pelo Brasil e América Latina. Em todas as estações da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro, por exemplo, encontram-se relógios Michelini.
Os relógios mais conhecidos produzidos pelos Michelini são o da Estação da Luz, instalado em 1951; o do antigo Mappin no centro de São Paulo, instalado em 1933; e o relógio público de Níchile, na esquina da rua São Bento com a avenida São João, em 1935.