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HIV já matou três este ano em São José do Rio Pardo

Neste ano houve quatro casos novos na faixa etária de 17 a 29 anos, e também de duas gestantes

Foto: Reprodução

A exemplo do que acontece atualmente em todo o Brasil e em outros países, também São José do Rio Pardo tem registrado aumento no número de casos de HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana, nos últimos anos.

Os números impressionam. De acordo com Denise Rondinelli Cossi Salvador, enfermeira da Vigilância Epidemiológica local, somente neste ano houve o registro de quatro casos novos na faixa etária de 17 a 29 anos, e também de duas gestantes. Foram três mortes por doenças decorrentes do vírus HIV.

Segundo a enfermeira, como o município tornou-se uma referência para a região, estão cadastrados atualmente no Grupo DST do Centro de Saúde cerca de 90 pacientes, dos quais de 60 a 70 fazem uso da medicação antirretroviral.

“Parece que depois da disponibilização dos antirretrovirais para controlar o vírus houve uma certa tranquilidade em relação à contaminação por ele. Hoje as informações são muito claras, as pessoas têm acesso a elas, às medicações, ao preservativo, mas a gente percebe esse aumento”, observa Denise. Além da aids, também têm crescido outras Doenças Sexualmente Transmissíveis como sífilis e gonorreia.

“Chama atenção a faixa etária que é muito jovem, o que faz pensar na responsabilidade na prática da sexualidade. Ela é parte importante da vida, mas precisa ser exercida com responsabilidade. Banalizou-se uma série de coisas, como a violência, as questões afetivas e a sexualidade. O adolescente tem essa característica, faz parte do processo de desenvolvimento, não há maturidade que o faz pensar nas consequências e ele acaba se expondo mais”, diz Denise.

Preservativo

Segundo a enfermeira, ainda existe preconceito em relação ao uso do preservativo. “Pegar o preservativo até que melhorou, mas entre ter e usar há uma grande diferença. Pessoas têm ideia errônea de que preservativo tira a sensibilidade, isso não é verdadeiro. A questão do prazer não está no ato em si, mas em todo o contexto desse relacionamento. É importante que as pessoas possam dialogar e combinar o uso do preservativo.”

No município, preservativos estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde.

Doenças oportunistas

Denise explica que o vírus HIV se aloja em uma célula de defesa do sangue (linfócito), que se multiplica. “Quando há uma quantidade muito grande de vírus, as células de defesa não conseguem mais nos proteger, e então aquelas doenças que seriam comuns, no portador do vírus HIV elas se manifestam de forma muito forte. E as infecções vão ficando mais fortes e não reagem às medicações.”

Quando a pessoa infectada tem uma vida saudável, a manifestação do vírus pode levar até 9 anos. “Quando ele começa a ter as infecções oportunistas (perda de peso, diarreia, febre sem causa aparente, tosse persistente) já é possível pensar no quadro da doença. Éum conjunto de infecções que aproveita a oportunidade da defesa diminuída e acaba nos acometendo. Portanto, é possível ter o vírus e não desenvolver a Aids”, diz Denise.

Grupo DST

O grupo DST de São José do Rio Pardo funciona no Centro de Saúde e o atendimento é oferecido de segunda a sexta-feira. “O atendimento que é feito com um infectologista é de segunda, terça e quinta no período da tarde, mas todas as unidades de saúde disponibilizam o teste rápido para diagnóstico. É tudo sigiloso.”

Em 1º de dezembro, quando é comemorado o Dia Mundial de Combate ao HIV, o Grupo promoverá uma campanha de conscientização que deve ter início uma semana antes.

Fonte: Gazeta do Rio Pardo

 

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