terça-feira , 26 novembro 2024
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Uanderson Rezende é médico oncologista em São José do Rio Pardo

Oncologia dobra período de atendimento

Unicamp e Prefeitura de São José do Rio Pardo ampliaram o atendimento a pacientes oncológicos em mais um dia

 

Uanderson Rezende é médico oncologista em São José do Rio Pardo
Uanderson Rezende é médico oncologista em São José do Rio Pardo

 

Uma boa notícia aos pacientes que são atendidos no Departamento de Oncologia e Quimioterapia ‘Major Brigadeiro Luiz da Gama Monteiro’, que funciona no Hospital São Vicente: o serviço, que é oferecido gratuitamente por meio de um convênio entre a Unicamp e a Prefeitura Municipal de São José do Rio Pardo, terá seu período de atendimento ampliado.

De acordo com o médico oncologista Uanderson Rezende, que é responsável pelo Departamento, a partir desta quarta-feira, dia 3, o atendimento será realizado em dois dias da semana (quartas e quintas-feiras), e não mais em um dia apenas, como era há mais de seis anos. “Foi uma conquista, o serviço já está há mais de seis anos funcionando com um crescimento exponencial, nossa demanda cresceu mais de 400% nesse período. Começamos a ter problemas em razão do grande fluxo de pacientes e desde agosto do ano passado que já vínhamos tendo essas conversas. Nos últimos três meses a situação ficou insustentável e, finalmente, conseguimos ter a boa notícia de um segundo dia de oferta de tratamento oncológico em São José do Rio Pardo”, comemora.

O médico informou que nesta terça-feira, dia 2, foi realizado uma reunião para a elaboração de um novo planejamento do serviço. “A intenção é ampliar outras ofertas de tratamento oncológico, como a fonoaudiologia, reavaliar a questão da fisioterapia, um novo projeto de psicologia e precisamos readaptar nossa equipe de enfermagem.”

Em relação à equipe, Uanderson explica que em princípio será a mesma, mas que com o tempo haverá necessidade de também ampliar o número de profissionais. “Temos hoje uma enfermeira atendendo no dia, uma técnica de enfermagem na aplicação e outra na recepção, além da psicóloga. Isso é muito pouco. O ideal seriam sete profissionais. Mas obviamente a gente acha que com mais duas pessoas dá para organizar.”

O oncologista diz que com o aumento do atendimento será possível seguir todas as normas. “Por exemplo, um paciente submetido a um tratamento de câncer de intestino, uma vez tratado e curado tem que fazer um retorno trimestral no primeiro ano; no segundo e terceiro anos, o retorno é quadrimestral. E após o terceiro ano, semestral. Mas não estávamos conseguindo fazer isso, e foi esse um dos motivos da solicitação da ampliação do atendimento.”

Número de pacientes

De acordo com o médico, atualmente estão cadastrados no serviço cerca de 400 pacientes, entre atendimento e seguimento. “E temos um tanto que não está no seguimento vigiado, o que chega com um histórico total de 700 pacientes. Com mais um dia, a ideia é colocar 40 pessoas entre quimioterapia e atendimento, o que equivale a mais ou menos a um atendimento semanal médico por turno na Unicamp. Chegamos a fazer aqui 25 atendimentos, sendo 15 consultas e 10 infusões de quimioterapia. Antigamente não passava de nove.”

Medicamentos

Outra vantagem, segundo ele, é que o paciente tem a tranquilidade de fazer o tratamento na própria cidade. “O paciente debilitado que em vez de se colocar no martírio da viagem, vem aqui, a medicação sai da Unicamp e é feita aqui. Os pacientes têm o registro na Unicamp, que tem o interesse que o serviço aqui cresça porque gera oportunidade para outros atendimentos lá. E a Unicamp está sobrecarregada.”

Cirurgias

Segundo ele, as cirurgias que não são realizadas no município podem ser feitas, por meio do serviço, em outras cidades. “Eu também sou oncologista em São João da Boa Vista e lá temos alguns cirurgiões que estão operando com uma fila de espera menor do que na Unicamp em alguns casos, especialmente a urologia. Temos conseguido com certa facilidade fazer um trâmite para esse paciente diminuindo esses encurtamentos.”

O médico diz que muitos pacientes são encaminhados para firmar diagnóstico em outros locais. “É aquele que tem uma lesão de pulmão que exige exame específico. E esse exame não é disponível na cidade, mas temos em São João e na Unicamp, e o paciente é encaixado diretamente para realizar o exame. O outro exame é o PET, que custa cerca de R$ 5 mil, e a Unicamp tem esse exame.”

Casos novos

Uanderson informa que os casos novos de câncer são frequentes. “Em um dia tivemos seis casos novos, mas a média é de dois a três por semana.”

Os tipos de tumores mais comuns no serviço, segundo ele são: próstata, mama (mais de 22 mulheres sendo tratadas), e os cânceres de intestino. “São os três principais. Há seis meses tivemos ‘boom’ de câncer de pulmão, mas os pacientes têm chegado aqui infelizmente tardiamente. São pacientes tabagistas acometidos com pneumonia, com bronquite e só quando entram em fase de emagrecimento é que a suposição é levantada.”

Outros tumores tratados no serviço são os de testículos, ovário, endométrio, colo uterino, esôfago, cabeça e pescoço, neurológicos e melanoma, além de vários outros.

Fonte: Gazeta do Rio Pardo

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