Dados apontam aumento em mais de 130% das enfermidades em comparação com 2022
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta toda a população para o aumento de casos de doenças diarreicas registrado neste início do ano. Até o dia 4 de fevereiro, foram registrados 172,7 mil casos. No mesmo período de 2022, foram registrados 74,1 mil, ou seja, um aumento de mais de 130%. Os números são baseados nos levantamentos dos Departamentos Regionais de Saúde (DRS).
Conforme observam as autoridades, no período de chuva, as chances de contrair essas doenças aumentam. O contato com a água contaminada e a ingestão direta da água para consumo humano, preparo de alimentos e higiene pessoal configuram os principais meios de transmissão de doenças ocasionadas pelas enchentes. Além disso, os locais atingidos também podem reter os contaminantes nos pisos, paredes, móveis, utensílios, roupas e outros objetos existentes nas residências.
Para a diretora do setor de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Estado, Alessandra Lucchesi, a população deve estar atenta aos sintomas e as prefeituras precisam orientar os munícipes para os riscos da doença. “O número de casos notificados supera o esperado para o período. As doenças diarreicas, principalmente as agudas, podem ser graves e precisam de tratamento médico imediato. Neste período chuvoso, nós reforçamos com os equipamentos de saúde e prefeituras, com destaque para aquelas que sofrem mais com as chuvas, que orientem a população quanto aos sintomas e suspeitas e para que procurem uma unidade o quanto antes para iniciar o tratamento.”
Os sintomas mais comuns são diarreia líquida, náusea, vômito, cólica abdominal e febre, em alguns casos. Podem durar entre um dia e uma semana. Alguns microrganismos podem causar sintomas mais graves, como distúrbios neurológicos, renais, hepáticos, alérgicos, septicemia e até óbito.
Cuidados para prevenir
-Evite contato com as águas das enchentes. Caso isto seja inevitável, permaneça o menor tempo possível na água ou na lama. Se a sua casa foi atingida pela enchente, evite pisar diretamente na água ou na lama ou manusear objetos que tenham sido atingidos por ela. Proteja os pés e as mãos com botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos;
-Se o local foi atingido pela enchente, após o recuo da água, providencie a limpeza e desinfecção dos ambientes, móveis, utensílios, roupas e outros objetos;
-Jogue fora medicamentos e alimentos que entraram em contato com as águas da enchente, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados, pois, ainda assim, podem estar contaminados. Alimentos perecíveis que ficaram sem refrigeração por falta de energia também devem ser desprezados. Para descartar alimentos e outros resíduos atingidos pelas enchentes, utilize sacos plásticos firmes e feche com lacre ou nó para não ser loco de ratos, baratas, moscas e outros insetos;
-É recomendável consumir sempre água do sistema de abastecimento público. No caso de desabastecimento do sistema público de água, o cuidado com a água deve ser redobrado. Outra opção é filtrar e ferver a água por três minutos;
-As unidades de saúde, em todos os municípios, distribuem gratuitamente frascos de hipoclorito de sódio 2,5%, próprio para diluir na água de beber e cozinhar, que também podem ser adquiridos em supermercados e farmácias. Em situações de enchentes mais intensas, geralmente os órgãos de Defesa Civil e Vigilância Sanitária distribuem gratuitamente o produto à população atingida;
-Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar.