Zootecnista fala sobre produções agrícolas beneficiadas pelo período chuvoso
O excesso ou a falta de chuvas afetam diretamente a produção agrícola e os impactos são sentidos tanto pelo produtor rural quanto pelo consumidor.
Em 2021, de acordo com o Sistema Interligado Nacional (SIN), o Brasil passou pelo menor índice pluviométrico desde 1931. Já em dezembro de 2022, até o momento, a região de São José do Rio Pardo foi beneficiada pela chuva constante e permanente. O zootecnista da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), Rodrigo Vieira de Moraes falou sobre o efeito deste período para a agricultura regional.
Apesar das chuvas estarem constantes e volumosas, o profissional explicou que o fato dela cair mais no verão e entrar em escassez no outono e inverno, pode afetar o armazenamento de água durante o restante do ano.
“Até então, estávamos vivendo um momento de falta de água disponível para o setor agrícola. Estamos com dias bastante chuvosos, no entanto, ela está acumulando em períodos curtos do ano. Como ela cai tudo de uma vez, uma parte da água consegue infiltrar no solo e ficar armazenada, mas grande parte escorre e vai para rios e córregos, ou seja, vai embora”, disse.
Durante o ano, a quantidade de água armazenada que vai abastecer o lençol freático, córregos e açudes que irão ser utilizados para regar a agricultura, fica reduzida. No entanto, a chuva é sempre bem-vinda.
“A agricultura tem uma tecnologia já há muito tempo, que é repassada aos produtores, sobre conservação do solo e da água. Com isso, o produtor rural deve procurar a Casa da Agricultura e solicitar um técnico para fazer um ajuste das curvas de níveis, uma indicação de que tipo de plantio ele vai fazer e em qual época do ano, para evitar esse problema de excesso de chuva, que é calculado quando são feitas as movimentações de terra para a conservação. No caso das curvas de níveis, é tudo calculado de acordo com a chuva histórica daquela região”, revelou Rodrigo.
O zootecnista explicou que o engenheiro calcula a necessidade das curvas de níveis para determinado local, de maneira que possa ajudar a conter o excesso de chuva e evitar erosões e perdas para a agricultura. “Isso é algo que o produtor já conhece, e ele precisa ficar atento. Se as curvas começarem a reduzir com o passar do tempo, ou romperem, ele precisa solicitar um técnico para fazer as correções. Com esse método, ele consegue conter um pouco o problema de excesso de chuva em sua propriedade”, afirmou.
Nesta época do ano, de acordo com Rodrigo, o calor e a chuva são benéficos para as plantações de cereais, como arroz, milho, soja, sorgo e lavouras perenes, como árvores.
“Em 2020 tivemos uma queda bem significante de chuva, que até hoje a média necessária para compensar a escassez da época, ainda não foi atingida, mesmo com essa quantidade de chuva atual. Como as chuvas estão periódicas, isso ainda não foi corrigido”, revelou.