Saco de 50 quilos na roça está em R$ 115 e anima Amarildo Gazola, que plantou 10 hectares este ano
Para aproveitar o preço decorrente da falta do produto no mercado, alguns produtores de cebola em São José do Rio Pardo começaram a arrancar a safra de 2020 esta semana. O saco de 50 quilos na roça está em R$ 115, valor considerado muito bom.
Como, depois de ser retirada da terra, a cebola necessita de alguns dias para secar sua ramagem antes de ser cortada, ela ainda não está sendo ensacada em volume significativo no município. Ainda assim, a expectativa dos cebolicultores que estão conseguindo esta antecipação é das melhores.
É o caso de Amarildo Gazola, proprietário do Sítio Santa Isabel, localizado quase em frente a Escola Estadual Professora Sylvia Portugal Gouveia de Sylos, no Sítio Novo. Ele começou a plantar, no dia 1º de março, 14 quilos de semente da cebola Superex, pagando R$ 1.200 cada quilo, tendo assim um gasto aproximado de R$ 20 mil só com a semente e os custos iniciais em canteiro.
Depois, a partir do dia 14 de abril veio a fase do replantio no sítio, etapa realizada em 10 hectares de terra. “A cebola demora, normalmente, entre 90 a 100 dias para ficar boa para a colheita, a partir do plantio das mudas transplantadas. Mas essa semente permite a colheita com alguma antecedência, que, no meu caso, é de 5 dias para essa parte do sítio, onde ocorreram os primeiros plantios”, explicou Amarildo.
Até setembro
“Começamos a arrancar essa parte da safra hoje (8 de julho, quarta-feira), mas o restante ainda vai demorar porque foi plantado depois, aos poucos, já que não dá para plantar tudo de uma só vez”, continuou o produtor. Ele diz que já tem os compradores tradicionais de sua cebola e a maioria é do próprio município. Ele acredita que a cebola plantada em São José do Rio Pardo este ano vá até o final de setembro.
Quanto à qualidade do produto já arrancado, Amarildo assegura que, mesmo com a colheita antecipada, ela é muito boa e enumera os motivos: “Este tem sido um ano de sanidade boa, com frio na hora certa e clima adequado para a cebola. Faltou chuva em alguns momentos, mas isso a gente compensa usando o aspersor. De um modo geral, o clima tem ajudado, tanto é que não temos tido problema de doença na cebola”.
Amarildo, que se diz cebolicultor “desde quando nasceu”, lembra que a experiência mais frequente do produtor tradicional de cebola no Brasil “é de ter lucro num ano e prejuízo nos dois anos seguintes”. Com isso, “o ganho de um ano tem que bancar os gastos que a gente normalmente tem nos anos de prejuízo, para não cair em financiamento bancário”.
O ano passado, conforme recordou, foi bom para ele, que conseguiu os recursos necessários para o custeio da safra atual. No momento em que o jornal fazia a reportagem, cerca de 10 catadores de cebola arrancavam o produto e, segundo Amarildo, o custo diário de cada um deles variava entre R$ 65 a R$ 70.