terça-feira , 26 novembro 2024
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Local em que está havendo ação de máquinas para remover algumas árvores e onde serão construídas as casas

Projeto ‘Vida Longa’ vai demorar um ano

Nenhum parente poderá morar com os idosos escolhidos para fazerem parte do projeto

Iniciadas há poucos dias no bairro Portal dos Ipês, as obras do Projeto Vida Longa, antigamente chamado Vila Dignidade, tiveram início há duas semanas com a retirada de algumas árvores, pararam alguns dias em função das chuvas, e foram recomeçadas esta semana. Mas a previsão é que tenham continuidade e, segundo informações do secretário de assistência e inclusão social, Daniel Tardelli, as 26 casas programadas ficarão prontas em um ano.

“Quando estivermos com o projeto avançado, entra a área social. Vamos começar a convocar aqueles que podem se enquadrar nos critérios para fazer parte do projeto. Lembrando que nenhum parente poderá morar com o idoso. Se ele tem vínculo com algum parente, ele não precisa estar no projeto”, argumentou o secretário, em entrevista na qual deu mais detalhes sobre o empreendimento.

A empresa vencedora da licitação e responsável por construir as casas para idosos é a Fagundes & Silva Construção, Comércio e Serviços Ltda, de São Paulo.

O projeto

“Antigamente o projeto visava idosos que recebiam até um salário mínimo. Agora, quem recebe o valor de dois salários mínimos, pode participar. As pessoas que tem direito a esse projeto, continuam. Pessoas que tem acima de 60 anos, e que estejam em situação de vulnerabilidade. Por exemplo, imagine aquela senhora de 62 anos, que convivia com seu marido de 70, e o perdeu. Ela não tem nenhum filho, e nenhum parente no município. Mas para participar do Vida Longa, é preciso que a pessoa tenha autonomia e independência de vida”, comentou.

“Ao contrário do que muitas pessoas estão pensando, não serão 26 casas sorteadas para a terceira idade. O projeto é um equipamento social. Uma parceria do estado de São Paulo com a prefeitura. Quem vai administrar esse projeto, é a prefeitura, com uma equipe de trabalho, com uma coordenadora, assistente social, psicóloga e toda a parte administrativa. O projeto tem toda uma guarita, o que significa que não vamos fazer sorteio de 26 casas. O equipamento é da prefeitura”, destaca.

“Se o idoso se enquadra nos requisitos para fazer parte do Vida Longa, ele vai para lá. Vamos supor que daqui há cinco anos, esse idoso tenha a infelicidade de cair, se machucar, e não conseguirá mais ter autonomia. Nesse caso, o Vida Longa não será mais um local adequado para ele. Então o idoso será retirado de lá, e irá para um local de longa permanência, que será um dos asilos que temos na cidade. Mas o contrário também pode acontecer. Daqui um ano, o projeto estará instalado, e nós temos em um dos asilos, por exemplo, uma senhora que já está lá há 15 anos, mas ela tem autonomia, consegue tomar banho sozinha, fazer a própria comida, tem condições de sair, pegar uma circular. Então ela não deve ficar no asilo, ela deve vir para o Vida Longa”, afirma Daniel.

Área

“A escolha do terreno, vem de governos anteriores. Em julho de 2015, o prefeito João Santurbano, e a secretária Rosângela Tinti, apresentaram todos os documentos na DRADS ( Divisão Regional de Assistência Social) em São João da Boa Vista, e o terreno foi considerado adequado para a implantação do projeto”, conta.

“O grande questionamento dos moradores do bairro, é que o local, é uma área Institucional. Eles, quando compraram lá, foram orientados que essa área poderia ser uma praça, ou um posto de saúde, mas pode ser também, um projeto Longa Vida. Na verdade, estive junto com o Secretário de Obras, em uma reunião com os moradores, e eles não são contra o projeto. O que eles não querem, é que use esta área para esse projeto. Ele poderá sim, beneficiar moradores do local, mas é evidente que é algo que se abre para toda a cidade. Consequentemente, os embates ocorrem, porque quando foi apresentada a área, se nós considerarmos de 2015 a 2020, são no mínimo cinco anos. Já existiam áreas verdes e institucional no local. Essas árvores já existiam, cresceram, e paralelamente a isso, a própria comunidade foi plantando mais árvores. O conflito estava no corte dessas árvores”, completa.

“Porém, após a reunião, eu me comprometi em conversar com o prefeito, a apresentei duas possibilidades, a primeira era mudar a área do projeto, o que é impossível, porque tínhamos 400 cidades pleiteando o Vida Longa, e somente nessa etapa, seis cidades conseguiram. A outra hipótese era estudar novamente o projeto, e se necessário, fazer algumas modificações, para que grandes árvores não fossem cortadas. Isso foi feito e decidido que do total de árvores, 13 seriam retiradas. Consequentemente, a partir daí, deu-se início o processo de construção. O que deve levar um ano para ficar pronto”, ressalta.

“É importante destacar que esse projeto é todo moldado. Além do mais, a prefeitura entra com uma equipe. O governo vai enviar R$15 mil por mês para a manutenção do projeto. Ele ficará responsável também por toda a mobília das casas”, diz o secretário.

Conselho do Idoso

“Existe um Conselho Municipal do Idoso que recebe recursos, como o da Renovias, por exemplo. Esse recurso no futuro, será utilizado para adquirir uma van para que esses pacientes possam ser transportados para o centro da cidade, estou elaborando esse projeto. Além de uma equipe que ficará responsável por dar apoio e acompanhar os idosos se necessário for, até um posto de saúde, ou até a terceira idade”, informa.

“Como todo equipamento social, a exemplo do asilo, do hospital, e casa de acolhimento, teremos critérios, tanto para sair como para entrar visitas. Teremos as normas internas. É preciso respeitar um horário de chegada e partida”, encerra Daniel. 

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