Algumas aulas serão distribuídas entre a antiga Casa de Cultura e Cidadania e o teatro do Epidauro
A Fábrica de Expressão, escola de artes municipal de São José do Rio Pardo, passará a ter um novo endereço. As adequações já estão sendo feitas, e o Mercado Cultural será a nova sede da escola. Além do espaço principal, a Fábrica dividirá algumas aulas de música entre a antiga Casa de Cultura e Cidadania, onde funciona atualmente o Projeto Guri, e o Epidauro.
Ana Paula Lacerda, diretora municipal de Cultura, concedeu uma entrevista ao jornal para falar sobre as mudanças e adequações nos novos espaços.
Mudança
“A primeira coisa que eu gostaria de falar, é sobre o processo de mudança da Fábrica de Expressão. Quando essa notícia chegou até nós, nos pegou de surpresa. Tanto os funcionários, como os alunos e pais. Gostaria de deixar claro que ela não foi uma mudança feita de qualquer forma. Muitos boatos surgiram dizendo que a Fábrica ia fechar, ela não vai. Jamais irá fechar”, afirma.
“O objetivo dela é crescer, abranger. Quanto mais pessoas conseguirmos atingir, melhor. Tudo foi pensado de uma maneira que conseguíssemos deixar da mesma forma como ela já acontece. Nenhum curso saiu, tudo continua igual. A única questão é que saiu de um espaço que era alugado, para um espaço que é da Prefeitura. Todos cobram muito, para que os locais que são da prefeitura sejam utilizados. Quando tomamos a decisão de utilizar os espaços públicos, vem os rebeldes sem causa, e saem falando coisas que não sabem. Quem quiser dar opinião, sugestão, será muito bem-vindo. Nós gostamos de conversar com as pessoas e ouvir o que elas querem. Não somos ditadores. Queremos construir juntos. E é esse o trabalho que fazemos. Todas as ideias e propostas são ouvidas”, diz Ana.
“Quando foi decidido que iria mudar, pensamos em várias formas para isso. Foi analisado para onde a Fábrica poderia ir, como seria realizado todo o processo, para não descaracterizarmos o que é a Fábrica de Expressão. Foi aí que nós pensamos no Mercado Cultural, que já é um espaço destinado a atividades culturais, e que até então não estava sendo utilizado. É um espaço grande. Os alunos já estão acostumados a terem aulas no centro da cidade, então não queríamos que ela fosse para um local longe, para não descaracterizar o trabalho que é feito lá”, prossegue.
Divisões
“Mas as atividades serão picadas. Por sugestão, irão algumas coisas para a antiga Casa de Cultura e Cidadania, e para o Epidauro. Como a Casa de Cultura e Cidadania abriga o polo do Projeto Guri, algumas aulas de músicas da Fábrica de Expressão serão ministradas lá no período da manhã. Já que o Guri não consegue atender as crianças desse período”, informa.
“O Epidauro foi uma sugestão dos próprios professores da Fábrica de Expressão. Já vínhamos com uma ideia há alguns anos que a Fábrica precisava ampliar. Ela é como as grandes empresas, que tem matriz e filial. Precisa disso. Muitos alunos que moram em bairros distantes, não conseguem se locomover de lá pra virem até o centro da cidade. Já estava sendo estudado desde o início, como poderíamos fazer para levar atividades da Fábrica de Expressão para esses bairros. A mudança nos ajudou a conseguir desenhar melhor essa questão de anexos da Fábrica de Expressão. Vai ter no centro e em outro bairro. Queremos que ela cresça mais e mais”, destaca.
“A população precisa ter acesso, ela foi criada para isso. É uma Escola de Artes Municipal, que não se vê em qualquer município ou estado. Aqui em São José, temos. As pessoas precisam aproveitar e nós devemos dar esse acesso”, continua.
Corpo docente
“Os professores serão os mesmos. Conseguimos distribui-los de forma que será possível atender aos três lugares. Essa semana estamos passando pelas adequações, as mudanças já estão ocorrendo. Os professores estão de férias e irão retornar na semana que vem. Vamos fazer uma reunião, já que tudo foi conversado com eles. Não pensamos com uma cabeça só, gostamos de construir tudo em união, como eu disse. Temos sido apoiados pelos próprios professores nesse processo, eles tem nos dado dicas também, de como deve funcionar”, relata.
Seriedade
“Temos observado que algumas pessoas estão levando a Fábrica de Expressão como se fosse uma academia, e ela não é isso. É uma escola de artes. Vamos mudar algumas regras da Fábrica de Expressão. Principalmente para os alunos. Temos um número de desistentes muito grande, de alunos que vem e voltam. Queremos acabar com isso, é um trabalho sério. É um trabalho que tem que ter continuidade. Quando a Fábrica retornar, será com uma nova cara. Um novo sistema. Faremos tudo para melhorar e dar a característica que a Fábrica merece”, afirma.
Vagas
“Um medo que as mães estão tendo, que muitas vieram me perguntar, é sobre as vagas, se permanecerão. Nesse sentido continua tudo como era antes. Ninguém vai perder a vaga. Estamos tentando não mexer em horários, para deixar tudo de acordo com a rotina dos alunos. Uma alteração ou outra, vai ter. Mas a vaga de todos está garantida. Lembrando que a Fábrica de Expressão é uma escola de artes gratuita”, encerra Ana.
Por Júlia Sartori