“A chance de recuperar o dinheiro é quase nula”, diz o advogado William Benedito
O advogado criminalista William Benedito, de São José do Rio Pardo, decidiu alertar a população sobre um golpe frequente que tem atingido algumas pessoas via internet, inclusive na cidade e região. O golpe não é novo mas, como explica o advogado, vem novamente sendo aplicado em pessoas necessitadas de dinheiro rápido (e, muitas vezes, negativadas em bancos por estarem com o nome sujo).
“Muitas vezes as pessoas estão apertadas, precisando de dinheiro, e elas vão até o banco, às vezes por CPF negativado, ou score baixo, não conseguem fazer empréstimo. Com essa situação, surgiu esse golpe. Quando a pessoa acessa a internet, aparecem propagandas nas redes sociais, Instagram, Facebook, e a pessoa é redirecionada para um site, como se fosse um site de banco mesmo. Esse site promete liberar empréstimo para pessoas com score baixo e nome negativado, sem restrições. A pessoa envia os dados dela, e um suposto atendente entra em contato via WhatsApp”, conta Bendito, que já atendeu cerca de 4 pessoas em São José com este problema e ouviu relatos de uma colega, advogada em Mococa, que também foi procurada por vítimas desse golpe lá.
“O atendente diz que você precisa depositar um valor para o ‘banco’ ou transferir, a fim de liberar esse empréstimo. Por exemplo, a pessoa precisa de R$ 20.000 e é solicitado para ela enviar R$1.000 como entrada. Aí a vítima manda esse dinheiro. A partir do momento que o ‘banco’ recebe o valor, está configurado o golpe. Ele vai cortar o contato e a pessoa vai perder o dinheiro. Muitas vezes é prometido o envio do contrato após o depósito, que também dificilmente ocorre”, continua o advogado.
Prejuízo
Segundo William, mesmo que a vítima procure a Polícia ou vá ao advogado, dificilmente irá conseguir recuperar o dinheiro. “A chance é quase nula. Esse site tem um tempo para ficar no ar. Automaticamente ele é excluído e é aberta uma outra página com outro nome. O CNPJ é falso, o CPF na maioria das vezes é clonado. Então você não vai conseguir chegar até a pessoa. Normalmente são de cidades e estados bem distantes”, completa.
Pense
“O único jeito de acabar com isso e não cair nesse golpe, é parar pra pensar. Um banco normal não concede um empréstimo para a pessoa quando percebe que ela não é uma boa pagadora. Vai olhar o score, ver que ela deve em outros lugares e não vai liberar o crédito. Se o banco que conhece a pessoa e tem os documentos dela não vai emprestar, por que o desconhecido de longe irá fornecer dinheiro? Por isso devemos ficar espertos e não cair nesse golpe. O crime evoluiu muito, a tendência é as pessoas caírem cada vez mais nesse tipo de coisa. Desconfiem de tudo o que parecer fácil”, recomenda Benedito.
Ele cita um exemplo recente e que não envolveu pessoa desinformada ou idosa. “É um caso que me chamou a atenção na cidade, uma pessoa nova, bem instruída, mas já estava caindo no golpe. Na última hora ela ficou em dúvida, me enviou o contrato e conseguiu evitar cair. Mas, quando cai, não tem mais o que fazer”, concluiu.
Por Júlia Sartori