Servidores dizem que estão com salários defasados desde 2012
Uma movimentação tem deixado tenso o ambiente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU. Mantido por meio do Consórcio de Desenvolvimento Regional de São João da Boa Vista, o serviço é custeado pelas prefeituras que aderiram ao convênio. Elas repassam um valor referente à sua quantidade de habitantes, o que garante o pagamento dos funcionários e a manutenção dos veículos. Ocorre que estes valores estão defasados, inviabilizando melhorias salariais e trabalhistas aos profissionais como enfermeiros, técnicos, atendentes e motoristas.
Representantes sindicais dos trabalhadores do SAMU apresentaram as reivindicações ao presidente do Conderg, prefeito de Vargem Grande do Sul, Amarildo Duzi de Morais, em reunião ocorrida em Divinolândia no dia 17 de novembro.
“Amarildo ouviu, deu razão aos funcionários pelas reinvindicações, mas disse que não depende somente dele. É preciso que o Conselho de Prefeitos seja consultado”, declarou um funcionário do SAMU, em mensagem encaminhada à reportagem.
Pauta de reivindicações
As principais reivindicações feitas pelos trabalhadores do SAMU é o reajuste salarial (o último teria sido referente ao repasse de IPCA, em 2%, em 2019). Eles pedem ainda a retomada das folgas, retiradas da categoria em 2017; aumento no ticket alimentação, atualmente no valor de R$ 130,00; e melhoria dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Também pedem o pagamento ou criação de um auxílio para combustível, àqueles que se deslocam de outros municípios para as bases onde atuam. E, além disso, querem melhoria de instalações e condições de alojamento nas bases.
Defasagem
Atuando na região desde 2012, ao longo deste período os trabalhadores do SAMU tiveram apenas o repasse do IPCA aos salários, sem recomposição da inflação ou aumento real. Quando o serviço começou, o salário pago a um trabalhador era R$ 1.200,00. Atualmente está em R$ 1.463,09. Um aumento de pouco menos que 22%, em 9 anos.
No mesmo período, o salário mínimo nacional, que era R$ 622,72 passou para R$ 1.100,00 atualmente, reajustado em cerca de 76%.
Segundo o funcionário – cujo nome foi resguardado pela reportagem – em 2017, os trabalhadores que atuavam em regime de 12/36, que até então tinham 2 folgas por mês, perderam essas folgas. Assim, quem fazia 13 plantões por mês começou a fazer 15. Sem ajuste do salário, o valor do plantão é de aproximadamente R$ 92,00.
Para atendimento da demanda referente ao salário, representantes sindicais avaliam que os municípios devem aumentar o repasse per capita, dos atuais R$ 1,47 (um real e quarenta e sete) para algo em torno de R$ 2,00 a R$ 2,20.
“O Sindicato diz que se até o ano que vem não houver uma mudança por parte do Conderg, nós entraríamos em greve”, completou o funcionário.
Conderg vai tratar do assunto
O presidente do Conderg diz que levará as reivindicações aos prefeitos. Ele afirma reconhecer a necessidade de melhorias, mas ressalta que a questão depende muito de que as cidades decidam aumentar o valor dos repasses per capita.
Ele lembra que no ano passado e neste ano, o SAMU não recebeu reajustes por conta da lei federal 173 que limita os gastos das prefeituras com folhas de pagamentos. Por fim, explicou que a questão é pauta da próxima reunião dos prefeitos.
Uma nova reunião entre representantes dos funcionários do SAMU e prefeitos está marcada para o próximo dia 3 de dezembro, quando o assunto volta a ser discutido.
Representantes dos funcionários já procuraram alguns prefeitos para reuniões paralelas, para coloca-los cientes das reivindicações, a fim de que não aleguem desconhecimento, quando o assunto for tratado na reunião do Conderg.