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Benedito Westin, da DRS: São João e Itapira estão com mais infectados na região

Covid-19: Diretor da DRS diz que região está com situação controlada

São João teve primeira morte pelo Covid-19 na quinta-feira, confirmou Benedito Westin

Na sexta-feira, 24 de abril, Benedito Westin, diretor da DRS (Diretoria Regional de Saúde) de São João da Boa Vista, foi entrevistado pelos repórteres Paulo Sérgio Rodrigues e Luis Fernando Benedito, na rádio Difusora FM de São José do Rio Pardo.

O diretor comentou sobre a situação que a região enfrenta com relação a crise do Covid-19, falou sobre as cidades que possuem mais casos, e mencionou as medidas que são orientadas pela Secretaria Estadual de Saúde nesse momento.  

Situação controlada

“Na nossa região, de um modo geral, a situação está controlada. Isso não quer dizer que estamos sossegados e nem que devemos nos descuidar. Todos os mecanismos de isolamento social, distanciamento, são extremamente importantes nesse momento. Em nossa região, a cidade que tem o maior número de internados, é em São João da Boa Vista, seguido por Itapira. Já tivemos mortes em Itapira, e em São João da Boa Vista tivemos a primeira, na noite de quinta-feira. Essa morte ainda não está cadastrada, porque por mais veloz que tenhamos sido, ainda temos problemas no fluxo de informações. A publicação dos dados atrasa um pouco”, explicou.

“Esperamos que a curva esteja chegando em seu ápice e que deve ser possível começar a fazer as mudanças necessárias para a reintegração social. Não podemos dizer que a coisa já acabou, então por hora temos que manter esse período de afastamento imposto pelo governo de São Paulo”, completou.

“Em São João da Boa Vista, seis pacientes estão internados com uso de respiradores. Os leitos já estão chegando no limite, e nossa segunda referência seria Espirito Santo do Pinhal, que tem dez leitos especificamente para coronavírus, que hoje tem uma ocupação baixa, e pode ser utilizado. São José do Rio Pardo e Mococa também estão com a ocupação baixa de leitos de UTI em relação ao Covid-19 e também devem suportar as condições da nossa região”, ressaltou.

“Tanto São José, como Mogi Guaçu e Itapira, ampliaram leitos, então temos um percurso de leitos especificamente para a doença. Acredito que se continuarmos como estamos hoje, não teremos problemas de superlotação”, informou.

Medicamentos

Segundo Benedito, do ponto de vista científico, ainda não há nenhum remédio recomendado para tratar o Covid-19. “Existem alguns dados a respeito de alguns medicamentos, o mais estudado até então é a hidroxicloroquina, mas as complicações e efeitos colaterais dela são muito grandes. Então ela só pode ser usada diante do critério colocado pelo Ministério da Saúde e Conselho de Medicina. O medicamento é usado como algo a mais para tentar resolver”, disse.

Vacina

“Com a velocidade das pesquisas, eu acredito que a vacina sairá mais rápido do que o habitual, no entanto, acredito que leve um ano para tê-la em uso e para que seja produzida em grande escala para o mercado. O que se acredita, é que quem teve a doença, estará imunizado. Se isso acontecer, a campanha de vacina será para conseguir imunizar no mínimo 80% das pessoas sensíveis. Se chegarmos em um momento em que 80% da população contraiu a doença, a vacina estará fora do mercado”, destacou.

“Nesse momento, a parte do vírus que seria utilizada para a vacina, não sofreu mutação, seria uma proteína que ele produz, que é igual em todos eles. Nesse caso, teríamos condição de ter essa vacina. É um pouco diferente do que acontece com a vacina da gripe, que precisa ser feita todos os anos, porque ele sofre mutação, e o vírus que está aqui esse ano, é o vírus que estará o ano que vem na Europa, no inverno, e vice-versa, ele sofre mutação e fica diferente”, afirmou Benedito.

Orientações

Quando questionado sobre as orientações feitas pela Secretaria Municipal da Saúde, Benedito disse que “as principais estão sendo manter o distanciamento social, continuar fazendo a campanha sobre a higienização e do uso do álcool nas mãos. E é importante lembrar que o álcool não substitui o sabão, ele pode ser usado de forma complementar, ou em locais que você não tem o sabão”, contou.

“Também temos recebido uma série de acompanhamentos e composto indicadores para que possamos acompanhar São Paulo constantemente”, completou.

“Temos tido videoconferência quase que diariamente sobre temas de tratamento e acompanhamento. Já tivemos vídeos sobre acompanhamento de gestantes, como tratar e acompanhar as pacientes. Isso tem sido difundido tanto pelos profissionais de saúde, como pelos secretários municipais e pelos próprios hospitais”, disse o diretor.

Gestantes

“Tivemos orientação tanto no tipo de anestesias, tanto quanto os cuidados que devemos ter com o bebê em caso da mãe suspeita ou confirmada com Covid-19, para que ele não se contamine”, informou.

Ações da DRS

“Continuamos fazendo todo o trabalho diário em termos de estar acompanhando, buscando alternativas, e temos feito apesar de uma certa restrição, visitas aos municípios para saber como estão enfrentando o coronavírus, para ver como podemos ajuda-los no cotidiano. A Secretaria montou alguns indicadores para os hospitais estarem fornecendo. Por exemplo, na nossa região, todos os hospitais têm informado diariamente o número de casos internados na enfermaria, o número de casos confirmados, de pessoas internadas na UTI. Esses dados são importantes para eles dirigirem os trabalhos”, revelou.

Comércio

De acordo com o diretor, se após o dia 11 de maio, a situação estiver como está agora, ele acredita que será possível reabrir o comércio aos poucos.

 “Eu acredito que devemos ter mudanças na região com relação a mobilização e funcionamento do comércio. Tecnicamente acho que isso precisa ser feito de forma bem gradual, bem controlada, e que devem ser separados por horário de funcionamento e categoria, mas acredito que a gente possa ter algum relaxamento sim”, encerrou.    

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