Butantan responde à Gazeta e diz que quantidade é suficiente para a extração das dez doses
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Gisele Flausino – em vídeo gravado na sexta-feira (16), o município perdeu 666 doses de vacina, do total recebidos até agora.
Ela explicou que trata-se de problema técnico e que a situação foi constatada nos últimos quatro lotes recebidos. Disse ainda que o problema não é exclusivo de São José do Rio Pardo mas tem sido apresentado em vários outros municípios do Estado e outras regiões do país. De acordo com a coordenadora, a quantidade de doses nos frascos de vacina está menor.
“Um frasco preconizado com 10 doses está rendendo em média 9 a 8 doses dessas vacinas. E com relação a isso nós temos uma perda substancial de 666 doses nos últimos quatro lotes que recebemos”, disse.
A situação, segundo ela, já foi comunicada à Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e também ao GVE – Grupo de Vigilância Epidemiológica de São João da Boa Vista.
“Com isso nós estamos pleiteando o reabastecimento destas perdas para que a gente possa colocar em prática essa vacinação o quanto antes”, afirmou.
Na terça-feira (20), a coordenadora e o secretário de Saúde, Paulo Boldrin, estiveram na Câmara Municipal para falar do assunto aos vereadores. Na ocasião, Gisele Flausino reforçou que as doses contidas a menos nas ampolas deixaram o município com menos 666 doses a menos do imunizante.
Ela também reafirmou que fez contato com a Anvisa sobre o assunto, pedindo o reembolso das vacinas que o município deixou de receber.
Butantan diz que volume dos frascos é suficiente para dez doses
Gazeta do Rio Pardo fez contato na semana passada com o Instituto Butantan, questionando o envase das vacinas. Na oportunidade, o jornal relatou o problema alegado pela Vigilância Epidemiológica, de que em quatro lotes recebidos, os frascos não estavam totalmente completos, ou seja, não continham as 10 doses preconizadas.
Na tarde desta sexta-feira, o Instituto Butantan encaminhou nota sobre o assunto, a qual segue na íntegra:
O Instituto Butantan informa que cada frasco da vacina contra o novo coronavírus contém nominalmente 10 doses de 0,5 ml cada, totalizando 5 ml, e adicionalmente ainda é envasado conteúdo extra, chegando a 5,7 ml por ampola.
Esse volume, devidamente aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é suficiente para a extração das dez doses. É importante que os profissionais de saúde estejam capacitados para aspiração correta de cada frasco-ampola, além de usar seringas e agulhas adequadas, para não haver desperdício.
Todas as notificações recebidas pelo instituto até o momento relatando suposto rendimento menor das ampolas foram devidamente investigadas, e identificou-se, em todos os casos, prática incorreta na extração das doses nos serviços de vacinação. Portanto, não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes pelo Butantan.
O Butantan realizou por meio de seus canais de comunicação informes técnicos no sentido de orientar os profissionais da saúde a usar as doses extras. Reforçamos que todas as investigações pertinentes foram feitas e todos os controles realizados nos lotes liberados foram avaliados. A conclusão encontrada, e já dividida com a Vigilância Sanitária, é que não se trata de falha nos processos de produção ou liberação dos lotes por parte do Instituto Butantan. Na verdade, trata-se de uma prática incorreta no momento do uso das doses.
É essencial que tais profissionais sigam as orientações e práticas adequadas, no intuito de evitar perdas durante a aspiração da vacina. Seringas de volumes superiores (ex: 3ml, 5ml), podem gerar dificuldades técnicas para visualizar o volume aspirado, uma vez que podem não possuir as graduações necessárias. Outro fator decisivo é a posição correta do frasco e da seringa no momento da aspiração.
O Instituto Butantan vem atuando juntamente aos gestores envolvidos na campanha de vacinação no intuito de orientar cada vez mais os profissionais responsáveis pelas aplicações das doses. Aproveitamos para esclarecer que o Butantan irá revisar a bula da vacina Coronavac, no intuito de promover de forma ainda mais clara as informações relacionadas à forma correta de se realizar a aspiração das doses, adicionando inclusive um QR Code que irá direcionar para um vídeo demonstrativo do procedimento.