Número de pessoas cadastradas em tratamento passou de 150 para 350 em apenas três anos

Desde sua criação há sete anos, o Departamento de Oncologia e Quimioterapia “Major Brigadeiro Luiz da Gama Monteiro”, de São José do Rio Pardo, registrou crescimento no número de pacientes neste período. “Quando cheguei aqui eram 150 pacientes cadastrados em tratamento e hoje estamos chegando a 350”, informa o médico oncologista Uanderson Resende, que há três anos é responsável pelo serviço que é oferecido pela Prefeitura Municipal, em parceria com a Unicamp.
“Estamos com um volume de serviço aqui monstruoso. Atendemos em média cinco casos novos, 20 atendimentos de pacientes e mais 12 sessões de quimioterapia. O serviço era pequeno e o atendimento restrito a alguns tipos de tumores, mas agora isso aqui virou um serviço diário muito extenso. E os pacientes vão chegando”, diz.
O serviço de quimioterapia (parte oncológica) propriamente dito é realizado apenas uma vez por semana, nos demais dias são feitos os atendimentos nas áreas de fisioterapia, nutrição, psicologia e enfermagem. “Esses pacientes são acolhidos aqui e se sentem seguros, fazem exames e posso garantir que têm um nível de atendimento de primeiro mundo. Estamos muito à frente, entretanto, agora tem ficado complicado fazer o atendimento desses pacientes durante o período estabelecido. Vamos ter que em algum momento nos reunir com a Prefeitura e discutir de novo aquela velha história de repensar isso aqui para um segundo dia. Tem sido uma corrida tremenda para atender esses pacientes”, diz o médico.
Uanderson cita como exemplo o serviço que é oferecido em São João da Boa Vista, e do qual ele também faz parte. “Lá em São João temos 15 pacientes por dia para cada médico, aqui eu atendo 25 pacientes por dia. Temos aqui o apoio da Prefeitura, sabemos que a situação do país está complicada, mas em nenhum momento a Prefeitura foi desleixada com o serviço. Pelo contrário, sempre procurou dar todo o apoio.”
Novos casos
O Departamento de Oncologia local tem registrado, também, um crescente aumento no número de novos casos de câncer na cidade. Na semana retrasada, por exemplo, foram quatro casos novos e mais cinco na semana passada. Para Uanderson Resende, são vários os fatores que podem estar contribuindo para este crescimento. “Primeiro a assistência do serviço, que tem um índice de resolutividade de praticamente 100% e de forma rápida.”
Outro fator, segundo o médico, seria a entrada de pacientes de outras cidades. “Suspeita-se que pacientes de outros municípios devam ter conseguido entrar por declaração de endereço. Outra coisa é que estamos numa situação nacional de dificuldades financeiras, com redução de verbas estaduais e federais e que estão impossibilitando vários serviços de ter uma resolutividade grande, então parte desses pacientes que não conseguem outros locais acabam vindo para cá.”
Apesar disso, segundo ele, a mortalidade registrada é baixa: de cada 20, apenas um morre durante o tratamento.
Incidência
O oncologista informa que os cânceres de mais incidência no município são próstata e mama, intestino (que é predominante no tratamento), pulmão, cabeça e pescoço, rim e outros.
Segundo ele, o departamento local não realiza cirurgias oncológicas. “Mas se algum cirurgião operar o paciente diante da sua demanda e confirmar o tumor, nós recebemos o paciente sem problema nenhum. Não temos um cirurgião oncológico em São José do Rio Pardo, o que temos são colegas ajudando dentro da alçada deles. Apesar de não haver impeditivos administrativos ou legais para realizar cirurgias, não há estrutura preparada para isso.”
O serviço também não faz atendimento pediátrico e nem de tumores hematológicos. “Temos na região o Boldrini, que é uma porta aberta como nós e atende todas as crianças que precisam. Não fazemos atendimentos de tumores hematológicos, porque não foi pactuado com a Unicamp no momento do contrato inicial.”
Fonte: Gazeta do Rio Pardo