Número é considerado ótimo pelo Centro Regional de Nefrologia de São José do Rio Pardo
Rafael Humel: maior dificuldade ainda é o baixo número de doadores de rim
Sob nova direção desde janeiro de 2017, o Centro Regional de Nefrologia de São José do Rio Pardo teve sete de seus 80 pacientes submetidos a transplante de rim nos primeiros sete meses do ano, média de um por mês. Este número é considerado ótimo pelo médico nefrologista Rafael Sanches Humel e condiz com o aumento de 2,8% verificado também em todo o país este ano, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.
O médico explica que seis dos pacientes de São José e das cidades próximas que foram transplantados receberam rim novo em cirurgias feitas em Campinas, enquanto o sétimo recebeu o novo órgão em São Paulo. A título de comparação, durante todo o ano de 2016 aconteceram apenas seis transplantes em pacientes da clínica rio-pardense, quando ainda pertencia a outra empresa. Os sete transplantes deste ano foram de doadores com morte encefálica.
Rafael menciona outro dado importante relacionado ao Centro Regional de Nefrologia de São José: o número de renais crônicos que morreram em 2017 está bem abaixo da média nacional, que é de 20%. Na clínica rio-pardense, segundo o nefrologista, esse percentual está em aproximadamente 10%.
Poucas doações
A maior dificuldade nesta especialidade médica ainda é a doação de órgãos, considerada muito abaixo da necessidade de pacientes com problemas renais. O médico lembra que apenas 40% dos casos de pessoas falecidas no país têm os órgãos doados pela família, sendo poucas as doações feitas por parentes ou amigos vivos.
Quando as doações são autorizadas, os procedimentos começam com uma equipe médica se encarregando da retirada dos órgãos do doador e esses órgãos são enviados a um Centro de Transplantes, para análise de sangue e outros procedimentos. O passo seguinte é averiguar, no cadastro nacional de pacientes, a compatibilidade dos que estão na lista de espera e convoca-los para os exames preparatórios. A Associação Brasileira de Transplantes diz que de janeiro a março deste ano havia 20.965 pessoas em lista de espera por transplante, havendo cerca de 120 mil pessoas fazendo diálise no Brasil.
Pós-operatório
O médico explicou também que os pacientes transplantados passam por um período usando imunossupressores (medicamentos usados contra rejeição de órgãos). “Essas medicações servem para diminuir a nossa imunidade e diminuir o risco do nosso corpo rejeitar aquele órgão, que é de outra pessoa. Então, esses pacientes que transplantam têm que seguir uma dieta adequada, tomar as medicações corretamente e eles vão ter um seguimento neste Centro de Transplante, onde são feitos exames periódicos”, afirmou.
“Existem rejeições agudas, rejeições crônicas, vários tipos, cada qual com um tipo de tratamento, mas todas devem ser acompanhadas neste Centro de Transplante com exames periódicos. O mais importante é tomar os imunossupressores de forma correta, para diminuir ao máximo esse risco de rejeição”, concluiu.
Fonte: Gazeta do Rio Pardo