Biólogo fala da Biomedicina e faz alerta
Coordenador chama atenção para doenças que retornaram e para a febre maculosa
Está transcorrendo normalmente o curso de Biomedicina da FEUC, que formou turma pela primeira vez este ano. O curso tem como coordenador o biólogo Edilson José Guerra, que tem mestrado e doutorado em microbiologia, além de pós-doutorado em biologia molecular.
Para Edilson, iniciar esse curso na FEUC em São José do Rio Pardo é “um sonho que está sendo realizado agora”. Segundo ele, os alunos “estão bem empenhados” no novo curso e, se continuarem assim, sairão bons profissionais ao término desta primeira turma. São oito semestres ou quatro anos de curso, sendo que neste primeiro semestre o foco é mais teórico.
“A partir do segundo semestre o aluno irá ter contato com o laboratório, será introduzido em pesquisa e em análises clínicas”, antecipou o professor. Ele alertou, porém, que Biomedicina, por ser uma área da saúde, exige muito do aluno, até porque o foco da FEUC com o curso é com a qualidade.
Professores e estágio
“Vamos puxar mesmo nas matérias, dar boas aulas para cobrar bastante desses alunos, para que possamos inserir no mercado profissionais habilitados em trabalhar com saúde pública”, prosseguiu, garantindo que o corpo docente de Biomedicina é de alto nível – a maior parte é formada por professores doutores, havendo também um professor mestre.
Um diferencial deste curso da FEUC, segundo Edilson, é que os alunos poderão fazer o estágio na própria faculdade, uma vez que a intenção é usar o laboratório como prestador de serviços da Prefeitura. Será, portanto, um laboratório escola que deverá atender a demanda de análises clínicas de São José e região.
O campo de trabalho do biomédico, segundo Edilson, é muito amplo, podendo o profissional formado atuar em várias áreas: pesquisa genética, biologia molecular, células tronco, acupuntura, análise clínica etc. “É uma das áreas da saúde que mais emprega e um bom profissional jamais irá ficar desempregado”, previu.
Doenças voltaram
Edilson chefia um núcleo de saúde na cidade de Leme e confirmou um dado preocupante: várias doenças que pareciam extintas no país estão retornando. “Isto está preocupando a gente e, por isso, estamos capacitando nossos alunos para o retorno de várias parasitoses que a comunidade científica já tinha até esquecido”.
Segundo ele, essas doenças estão retornando por conta de adaptação do parasito e da evolução de seres vivos que pareciam extintos, provocando novamente mazelas na população. O sarampo é uma dessas doenças e, conforme lembrou o professor, tem agora também a Febre do Nilo – enfermidade que chegou ao Brasil através do estado do Espírito Santo em junho, sendo disseminada por aves e podendo ser transportada a longas distâncias. “Esse vírus, assim como a febre amarela, dengue, chicungunha ou zica, também pode ser transmitido por mosquito”, alertou.
Febre maculosa
Ele citou também a febre maculosa brasileira, causada por bactéria encontrada no carrapato chamado estrela e que tem 85% de letalidade – ou seja, só 15% das vítimas sobrevivem. “Se essa bactéria não for diagnosticada a tempo, ela pode levar a óbito em cinco dias de infecção”, disse, lembrando que o carrapato estrela é encontrado em capivara, cachorro, gato, cavalo.
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Edilson José Guerra: “Bom profissional não ficará esempregado”
Alunos participantes do curso de Biomedicina na FEUC: campo de trabalho é amplo