Cigarrinhas prejudicam a produção de milho
Por conta disso, a CATI e Fundação de Pesquisa de São José recomendam a antecipação do plantio
A produção de milho em São José do Rio Pardo e região tem sofrido ataques cada vez maiores dos insetos sugadores chamados de cigarrinhas. Por conta disso, os produtores vêm utilizando cada vez mais defensivos agrícolas e, além disso, estão sendo obrigados a reduzir a chamada “janela de plantio”, ou seja, o intervalo de tempo entre a colheita de uma safra e a semeadura da safra seguinte.
Preocupados com isso, técnicos da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e das Casas da Agricultura da região vêm tentando buscar uma solução ou descobrir variedades de milho mais resistentes às cigarrinhas. Em São José do Rio Pardo esse trabalho vem sendo coordenado pelo zootecnista Rodrigo Vieira de Moraes (CATI e Casa da Agricultura) e está sendo realizado na Fundação Municipal de Pesquisa.
Quase inviável
Falando à Gazeta do Rio Pardo sobre o problema, Rodrigo explica que essa situação está tornando inviável a produção de milho na época normal. “O que a gente observou lá na Fundação é que quando se antecipa o plantio de milho para agosto ou início de setembro, principalmente para áreas irrigadas, a gente diminui bastante a infestação de cigarrinhas no milho. E aí essas lavouras têm uma produtividade interessante”.
Por isso, na Fundação de Pesquisa foi feito o plantio de milho usando uma variedade da CATI, que já é mais resistente, mas na época normal, no início de novembro. “O ataque de cigarrinhas foi muito grande, mas não afetou tanto assim em comparação com as sementes transgênicas, mas a gente percebeu lá uma produtividade mais baixa do milho da CATI”, admitiu Rodrigo. “Então a recomendação nossa vai ser a antecipação do plantio desse milho”.
Além dessa variedade, a Fundação de Pesquisa iniciou experimentos com dois outros tipos de sementes: vermelhas e roxas (estas últimas, peruanas). Houve plantio antecipado dessas sementes no início de agosto, em área irrigada, e não se verificou problema com ataque de cigarrinhas, sendo que a vermelha teve uma produtividade interessante de novas sementes.
“O que a gente observa é que as sementes desses milhos têm um valor de mercado interessante, que pode ser uma oportunidade ao produtor de São José”, avaliou Rodrigo.
Cigarrinhas
As cigarrinhas devastam as folhas de milho e afetam toda a produtividade
Milho doente
O milho afetado pelo ataque das cigarrinhas fica inviável para comercialização
Reflorestamento das APPs
e 12 variedades de cebola
A Fundação de Pesquisa está agora reflorestando as áreas de APP (Área de Proteção Permanente), nas quais existem nascentes, e Rodrigo acredita que dentro de poucos anos o local será dos mais requisitados para visitas de cunho ambiental – alunos e professores escolas técnicas, profissionais da área, etc.
Em relação aos experimentos com cebola, a Fundação continuou o trabalho já realizado em 2017, com duas coisas diferentes: o semeio de sementes em canteiros no mês de dezembro e o plantio de mudas em janeiro, todos da mesma variedade. Este ano a Fundação trabalha com 12 variedades diferentes de cebola.
A Fundação de Pesquisa fica próximo à SP 350, após o trevo da fazenda Santa Lúcia, à direita.
Rodrigo, zootecnista da CATI em São José: experimentos com cebola estão continuando