11º Domingo do Tempo Comum
“Somos o povo e o rebanho do Senhor” (Sl 99,100)
Celebramos, nesse domingo, o décimo primeiro do tempo comum. Passadas as solenidades que ocorrem ao longo do tempo comum, vamos seguindo, acompanhando Jesus, anunciando o Reino de Deus e subindo a Jerusalém. Esse é o dia que o Senhor fez para nós, temos que nos reunir em família, em comunidade, para ouvir o que o Senhor tem a nos falar e comungar do Seu Corpo e Sangue.
No Evangelho deste domingo, Jesus sente compaixão da multidão e vê que elas estão como ovelha sem pastor. Se compadecer significa sofrer junto, sentir a mesma dor que o outro sente e Jesus nos ensina a ter esse olhar de compaixão com o próximo. Para resolver essa questão, Jesus envia os discípulos para poder atender essas pessoas, dando-lhes poder para perdoar os pecados, curar os enfermos e anunciar a Palavra.
Somos convidados uma vez mais a rezar para que não faltem operários para a messe, pois a messe é grande e os operários são poucos. Esses operários não necessariamente precisam ser sacerdotes ou religiosos, mas cada batizado pode ser discípulo e missionário de Jesus.
Elevemos uma prece de gratidão ao Senhor, por ter colocado pastores para cuidar de cada um de nós. Sejamos de igual modo “bons pastores” na vida do próximo. Nos dias de hoje, muitas pessoas precisam ser ouvidas em suas necessidades, sobretudo, após a pandemia da Covid-19. Durante o período da pandemia da Covid-19, muitas pessoas ficaram desempregadas e precisam de cesta básica e outras necessidades. Tenhamos o mesmo olhar de misericórdia de Jesus para com o próximo.
A primeira leitura desse domingo é do livro do Êxodo (Ex 19, 2-6a). Observamos nessa primeira leitura que o Senhor firma a aliança com o povo de Israel, se eles guardarem no coração tudo aquilo que Ele disse por meio de Moisés, eles serão uma grande nação. Também somos a raça escolhida, a nação santa que Deus quis, todas as vezes que amamos o nosso próximo e cuidamos da nossa “casa comum”. Deus é compassivo e bondoso, sempre está disposto a perdoar as nossas faltas e fará de nós uma nação santa.
O Salmo responsorial é o 99 (100), que nos diz em seu refrão: “Somos o povo e o rebanho do Senhor”. Pertencemos ao Senhor, somos seus escolhidos, desde o nosso batismo. A partir do nosso batismo recebemos o Espírito Santo e, através desse Espírito Santo recebido no batismo, temos que nos guiar pelo caminho do bem e estar próximos do Senhor.
A segunda leitura deste domingo é da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 5,6-11). Paulo diz aos Romanos que Cristo morreu na cruz para resgatar a humanidade do pecado, diz ainda que Ele morreu pelos ímpios e pelos justos e não é qualquer pessoa que faria isso, a não ser o Filho de Deus. Essa é a prova de que Deus nos ama e deseja salvar a todos. Por meio de Cristo, recebemos a reconciliação dos pecados e dessa maneira entramos puros na vida eterna. Temos a oportunidade de nos confessar, e o sacerdote no momento da confissão age na pessoa de Cristo e por meio do Espírito Santo perdoa os nossos pecados. A Igreja recomenda que nos confessemos frequentemente e sempre que precisarmos, mas pelo menos duas vezes ao longo do ano, por ocasião da Páscoa e do Natal. Convido a colocar em dia a nossa confissão, pois não sabemos quando será o dia e a hora e temos que estar preparados.
O Evangelho deste domingo é de Mateus (Mt 9,36-37;10,1-8). Nesse trecho do Evangelho de Mateus, Jesus sente compaixão da multidão, pois estavam como que ovelhas sem pastor. No quarto domingo da Páscoa, celebramos o domingo do Bom Pastor e sabemos que Jesus é diferente dos outros pastores que existiam em seu tempo, Ele de fato é o Bom Pastor, não é mercenário e nem ladrão, Ele cuida das ovelhas e conhece cada uma pelo nome. Como Ele mesmo disse por diversas vezes, Ele veio em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel.
Por Ele ser o Bom Pastor, Ele se compadece da dor daquele povo, sofre junto com eles e, por esse motivo, Ele dá poder aos apóstolos para curar os enfermos, perdoar os pecados e anunciar o Reino de Deus, para que esse povo não fique mais desamparado e abandonado.
Hoje o Senhor também nos envia para escutar aqueles que precisam, cuidar dos enfermos e levar a Palavra de Deus para as pessoas em suas casas. Que todos os batizados entendam a sua missão no mundo, de serem sacerdotes, profetas e reis, e, ainda, sal na terra e luz no mundo. A missão não pode ser feita somente no mês missionário, em outubro, mas a Igreja deve estar sempre em estado permanente de missão.
Rezemos também para que não faltem os ministros ordenados para cuidar das ovelhas e curar aquelas que estiverem feridas. Que não faltem operários para a messe, pois a messe é grande e os operários são poucos. Amém.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ