Clima quente e úmido favorece o aparecimento e os acidentes que podem ser fatais
O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), coordenadoria da Secretaria de Estado da Saúde, adverte sobre a possibilidade de maior ocorrência de escorpiões no Estado, em virtude do clima quente e úmido ocasionado pelo verão.
Em 2022, houve um aumento de 22% nos acidentes envolvendo escorpiões em relação a 2021, passando de 34,5 mil para 42,1 mil casos. Na comparação com o ano de 2020, o aumento foi um pouco menor, de 10%, com 38,1 mil casos registrados.
No final do ano passado, em 22 de novembro, uma criança de 4 anos de idade, moradora da zona rural de São José, foi picada por um escorpião e acabou falecendo.
“A picada de escorpião pode ser letal, principalmente para crianças até dez anos de idade, por isso é preciso que a pessoa acidentada seja encaminhada à Unidade de Saúde o mais rápido possível, para tratamento adequado” esclarece Roberta Spínola, diretora da divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE).
Principais tipos
Escorpiões adultos que ocorrem no Brasil podem medir entre 4 e 12 centímetros de comprimento e durante o dia, escondem-se sob pedras, tijolos, troncos ou rachaduras em pisos e paredes. Se alimentam de diversos insetos como baratas, além de outros invertebrados e até mesmo pequenos mamíferos.
Os escorpiões vivem em média de 5 a 6 anos e as fêmeas de algumas espécies têm a capacidade de gerar descendentes mesmo sem a necessidade de um macho, processo chamado de partenogênese.
No Brasil, o gênero que causam maior número de acidentes pertence ao gênero Tityus. Sendo que a maior parte dos acidentes envolvem o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), escorpião-marrom (Tityus bahiensis), escorpião-amarelo-do-Nordeste (Tityus stigmurus) e escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus).
Orientações
Em caso de acidente por animais peçonhentos, como os escorpiões, a população deve procurar o serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento o mais rápido possível. Caso não seja a unidade referenciada, o hospital encaminhará o paciente, com maior possibilidade de agilidade, ao local apropriado.
Escorpiões são aracnídeos que se proliferam em locais quentes e úmidos, além disso, entulhos, lixos e desorganização podem favorecer o aparecimento destes insetos.
Para a prevenção, é aconselhável manter maior organização e limpeza nos ambientes das residências, além disso, a SES elencou algumas recomendações para precaução:
–Manter jardins e quintais limpos, evitando o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas;
–Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto às casas;
–Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;
–Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres;
–Usar calçados e luvas de raspas de couro para atividades em que seja preciso colocar a mão e pisar em buracos, entulhos e pedras;
–Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
–Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, consertar rodapés despregados, colocar telas nas janelas;
–Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos que servem de alimento para os escorpiões.