Superintendente diz que inflação aumentou preços dos insumos do tratamento
Na tarde de terça-feira (21), por mais de duas horas, o superintendente da Saerp, Daniel Cobra Monteiro, falou à Câmara sobre as contas da autarquia. Na ocasião, comentou sobre a necessidade de investimentos, falta de pessoal para execução dos serviços, aumento dos custos de produtos e materiais para o tratamento da água e inadimplência da população junto à autarquia.
“Como todos os brasileiros estão vivendo com essa inflação, que teve um aumento grande das coisas, para a Saerp essa inflação está um pouquinho pior. Para as famílias é uma situação difícil, mas para as instituições também”, indicou Daniel Cobra, culpando a inflação pelo aumento nos insumos e equipamentos empregados no tratamento e distribuição de água. Ele afirma que o insumo que menos aumentou de 2020 para 2022, aumentou 40%.
A explanação teve por objetivo sensibilizar os vereadores acerca da necessidade de reajuste das tarifas da água. Daniel Cobra afirmou que não se trata de aumento, mas apenas do reajuste anual, com a aplicação do índice inflacionário do período.
O superintendente foi bastante questionado sobre a necessidade de melhoria no abastecimento, entretanto, também recebeu elogios acerca dos serviços prestados pela Saerp.
Investimentos
O vereador, Paulo Sérgio Rodrigues, perguntou sobre os investimentos da companhia, se eles foram suficientes para acabar com as reclamações da população, e ainda quais eram os principais gargalos e em qual bairro ainda falta água, Daniel Cobra disse que não está faltando água. Segundo ele, alguns problemas de desabastecimento são temporários e pontuais, acontecendo apenas quando há algum reparo nas redes.
“Hoje a gente não tem problema de abastecimento de água. A gente só tem falta de água quando dá manutenção na rede. A gente tem investido dentro de nossos recursos. Trocou adutora da Vila Formosa, Santa Teresa, investiu na dosagem de flúor”, relatou.
O vereador também perguntou sobre o percentual de perda de água tratada, um antigo problema do sistema de abastecimento local, que estava superior a 50%. E de acordo com Daniel, essa perda caiu. “Não sei te falar o número exato. A gente vai precisar medir novamente, para ter um número correto, mas para resolver precisa de muito investimento”, disse.
Questionado por Kociam sobre o assunto, respondeu: “Eu não estou acreditando nessa estimativa, mas ela está em torno de 35%, 36%. É muito chutômetro”.
Déficit
Daniel Cobra falou também que a inadimplência de contas da população junto à autarquia é na ordem de 22% dos consumidores cadastrados. Em valores, representou R$ 2,3 milhões em 2020; R$ 2,4 milhões em 2021 e o projetado para 2022, é de aproximadamente R$ 2,5 milhões.
Segundo Cobra, o objetivo da explanação foi dar transparência sobre os custos enfrentados pela Saerp e assim demonstrar a necessidade do reajuste, observando ainda que é uma questão legal, para que não haja renúncia de receita.
Ele relatou que a receita média atual da Saerp é de R$ 1,2 milhão/mês, mas que a autarquia tem uma despesa na ordem de R$ 1.685,000,00. “Nosso orçamento é de R$ 15,5 milhões. Isso representa um déficit de R$ 4 milhões”.
Segundo o superintendente, a proposta apresentada para o Executivo é de solicitar a reposição inflacionária e, mais adiante, pedir uma suplementação. O índice pleiteado é de 11,9%.
O reajuste da tarifa de água é um ato que não precisa de aprovação da Câmara. É feito por meio de decreto do prefeito e não há informação sobre quando isso vai acontecer.
O último reajuste na conta da água foi em julho do ano passado, quando foi aplicado índice de 8,89%.