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Campanha alerta para a importância do teste do pezinho

Exame tradicionalmente feito pelos SUS deve ser ampliado podendo detectar 48 doenças

A Campanha “Junho Lilás” começou e ela reforça a importância do Teste do Pezinho para salvar a vida dos bebês. No dia 26 de maio de 2021, foi sancionada a Lei nº 14.154, que amplia para 48 o número de doenças raras detectadas pelo teste do pezinho realizado pelo SUS, buscando aprimorar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Até o ano passado, o exame englobava apenas seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.

A pediatra Letícia Andreghetto falou sobre a importância do Teste do Pezinho para o diagnóstico e tratamento precoce de doenças graves, durante entrevista nessa sexta-feira (17) para a Rádio Difusora.

Teste Ampliado

Segundo a médica, o teste do pezinho é um exame de triagem. O que não quer dizer que diante de um resultado alterado a criança tenha necessariamente alguma doença. “O teste tradicional é o exame feito pelo SUS, mais simples, que é capaz de detectar seis doenças. Mas já temos um projeto de lei que já foi aprovado para liberar pelo SUS, no Brasil todo, o Teste do Pezinho ampliado, que faz a triagem para 48 doenças”, revelou. 

Letícia Andreghetto, pediatra

Este exame já está disponível na rede privada, mas existem alguns lugares, como a Prefeitura de São Paulo, por exemplo, que só realiza o teste ampliado, que é completo, para todas as crianças e é feito pelo próprio SUS. “A lei já foi sancionada e já existe um prazo para que todas as Secretarias de Saúde se preparem para em breve disponibilizar esse teste pelo SUS. Na maioria das cidades ainda é o teste simples, em que é feita a triagem para seis doenças, que são as mais graves”, informou.

Doenças que podem ser detectadas

Hipotireoidismo congênito– Doença grave e congênita que pode afetar a tireoide do bebê fazendo com que ele não produza os hormônios tireoidianos em quantidades adequadas, o que traz comprometimento no desenvolvimento da criança.

Fenilcetonúria- Doença que afeta o metabolismo e também pode alterar o desenvolvimento da criança causando comprometimento neurológico.

Hemoglobinopatias–  Grupo de doenças em que ocorre alteração na produção da hemoglobina. As hemoglobinopatias mais frequentes são representadas pela Doença Falciforme e, a seguir, a Talassemia. 

Fibrose cística- Doença genética rara, crônica e progressiva, caracterizada pela ocorrência de secreções espessas e viscosas que afeta diversos órgãos, principalmente: pulmões e o pâncreas. 

Hiperplasia Adrenal Congênita- Um grupo de doenças genéticas que limitam a produção de hormônios nas glândulas adrenais.

Deficiência de Biotinidase– Doença metabólica genética hereditária, que afeta o desenvolvimento neuropsicomotor.

“Todas são doença raras, mas quando presentes têm evoluções graves e se não for feito um diagnóstico precoce, a criança pode ter grandes comprometimentos. O teste do pezinho é um exame obrigatório e todo recém-nascido precisa fazer.  A intenção é ter um diagnóstico precoce, já que no período neonatal essas doenças não terão grande repercussão, mas futuramente sim. Quanto antes forem descobertas, as possibilidades de tratamento são maiores”, destacou a médica.

Segundo a pediatra, algumas das doenças que não estão inclusas no teste do pezinho tradicional, mas que fazem parte do exame ampliado são: Toxoplasmose congênita, deficiência de G6PD e principalmente doenças relacionadas aos erros inatos do metabolismo, que são aminoacidopatias.

Em São José do Rio Pardo, o laboratório da Unimed faz a coleta do Teste do Pezinho ampliado e encaminha a amostra para ser analisada em outro laboratório.  “Acredito que em breve teremos isso disponível no SUS em todo o estado”, completou Leticia.

Tempo correto

A amostra de sangue para o teste do pezinho precisa ser coletada com pelo menos 48 horas de vida, pois é obrigatório que a criança já tenha sido amamentada. O ideal é que o exame seja feito até o quinto dia de vida. No entanto, alguns laboratórios afirmam que a coleta pode ser feira até o sétimo dia de vida.

Como é feito

A pediatra explicou como o exame é realizado. “Pelo SUS é feita a coleta do sangue do calcanhar do bebê, as gotinhas são colocadas em papel filme. No exame ampliado, alguns laboratórios fazem coleta periférica, no bracinho. As amostras do teste do pezinho de São José do Rio Pardo são encaminhadas para a Unicamp”, disse.

Teste sensível

De acordo com Letícia, o teste do pezinho é um exame muito sensível, mas pouco específico. “Qualquer mínima alteração, o laboratório já entra em contato com a Secretaria da Saúde para a família ser informada, e aí é programada uma outra coleta, ou podem ser solicitados outros exames mais específicos. Ele não dá o diagnóstico da doença em si, é só uma triagem. Por exemplo, ele pode vir com valores de referência alterados para hipotireoidismo congênito, nesse caso os pediatras já pedem os exames específicos para diagnosticar essa doença. Tudo depende da alteração que vier. Os exames específicos são feitos diante da alteração do teste do pezinho”, informou.

Ainda não há previsão de quando o teste do pezinho ampliado fará parte de todo o território nacional via SUS.

*Com algumas informações de Medicina S/A

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