Nas escolas da rede na região, houve dois casos de professores que se recusaram a tomar vacina
As aulas da rede estadual de educação retornarão no dia 2 de fevereiro, data em que as escolas realizarão um acolhimento aos alunos. Em São José do Rio Pardo, como já noticiado anteriormente, quatro escolas estaduais passarão a oferecer o Ensino Integral. Além disso, o projeto nomeado “Novo Ensino Médio” será implantado para os alunos do segundo ano de todas as escolas.
Nesta semana, em entrevista à Rádio Difusora, a dirigente de Ensino da região de São João da Boa Vista, Silvia Helena Dalbon falou sobre as expectativas para o início das aulas, detalhou sobre o Novo Ensino Médio, e comentou sobre as escolas de tempo integral.
Conforme explicou, o chamado Novo Ensino Médio alinha a Formação Geral Básica aos componentes do “Inova Educação” e Aprofundamentos Curriculares, a partir dos Itinerários Formativos. Dessa forma, há a possibilidade de escolha, conforme o projeto de vida de cada estudante, com foco no desenvolvimento integral e, assim, proporciona o acesso ao ensino superior e ao mercado de trabalho.
“O processo do Novo Ensino Médio começou há muito tempo com uma pesquisa em que os próprios alunos puderam escolher os itinerários formativos. Os estudantes das primeiras séries do Ensino Médio do ano de 2021, no fim do primeiro semestre, foram orientados com relação ao itinerário formativo, e sobre as possibilidades das escolas no atendimento. Por força disso, as escolas com as opções dos estudantes, organizaram as turmas para atendimento desses itinerários formativos conforme os projetos de vida desses alunos”, explicou Silvia.
Segundo a dirigente de ensino, o objetivo desse novo ensino médio, é o protagonismo do próprio estudante, que vai aprofundar as habilidades que ele optou por desenvolver. “Também em função do projeto de vida que ele (aluno) já tem e que será desenvolvido na escola, nas disciplinas do Inova Educação e com objetivo de atingir tanto os cursos de nível superior, como o mercado de trabalho”, completou.
Silvia explicou que todos os itinerários serão voltados para o desenvolvimento não de conteúdos, mas de habilidades. Trabalhando dessa forma o potencial de cada estudante.
“Está sendo uma implantação gradativa, começou com a 1ª série do Ensino Médio em 2021, e agora em 2022 estamos começando a implantar na 2ª série do Ensino Médio”, declarou.
Escolas com Ensino Integral
Em São José do Rio Pardo quatro escolas serão de ensino integral. A escola estadual Cândido Rodrigues irá oferecer esse formato de ensino aos anos finais do Ensino Fundamental e Médio, com dois turnos de sete horas. “O Ensino Fundamental será das 7h00 às 14h15, e o Ensino Médio das 14h15 às 21h15”, informou Silvia.
De acordo com a dirigente, as escolas Tarquínio Cobra Olyntho e o Conjunto Habitacional Natal Merli, já ofereciam ensino em tempo integral, mas em um formato diferente. Agora passarão a ser PEI (Programa de Ensino Integral).
A escola Jorge Luiz também fornecerá o ensino integral. “Lembrando que a escola Laudelina já fornece este formato de ensino para o Fundamental II”, relembrou.
Silvia explicou que essas unidades escolares também serão adaptadas ao Novo Ensino Médio. “Estão sendo muito bem preparadas, tanto no que diz respeito ao prédio escolar, quanto aos recursos humanos. Estamos em período de alocação dos professores, eles partem para uma designação. Já estamos preparando orientações para o planejamento que irá iniciar no dia 26 de janeiro”, afirmou.
“Os alunos serão recebidos no dia 2 com acolhimento que também está sendo preparado. As aulas começarão, de forma presencial, e serão obrigatórias. Assim como passaram a ser desde novembro de 2021”, informou.
Covid e vacinação de estudantes
Com o aumento exorbitante dos casos de coronavírus, muitos pais estão questionando se há risco das escolas fecharem novamente. Silvia falou sobre o caso e aproveitou para salientar a importância da vacinação em crianças e adolescentes.
“Por enquanto a nossa orientação é retornar com 100% dos alunos, e esperamos que não aconteça de fechar as escolas de novo. Mas todos os protocolos sanitários irão continuar”, disse.
“A educação é um serviço essencial. Nossos estudantes já tiveram muitos prejuízos por não frequentar a escola. Temos que nos esforçar em todos os momentos porque sabemos que isso (coronavírus) é algo que irá ficar. Estamos vendo que esse crescimento de casos mais graves e internações, 80% deles são de pessoas que não se vacinaram ou que não tem o ciclo vacinal completo. Precisamos correr atrás de todas as formas que temos, para nos proteger. O monitoramento de casos e contactantes também é feito nas unidades escolares para isolar se for o caso, para não deixar que contamine outras pessoas”, explicou.
Silvia foi questionada sobre como os casos em que os pais se recusam a levar as crianças para tomar a vacina contra a Covid, podem influenciar no ambiente escolar.
“É complicado. Mas não podemos esquecer que o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente tem um artigo que fala sobre a obrigatoriedade de vacinar as crianças quando se tem a vacina disponível, e quando os órgãos sanitários orientam. A vacinação dos estudantes está começando agora. No caso da vacinação dos profissionais da educação, foi algo massivo, da nossa diretoria de ensino tivemos apenas dois casos de professores que se recusavam a tomar vacina, mas em detrimento de todo o posicionamento da Secretaria da Educação já mudaram de ideia. Acredito que daqui um tempo essa determinação também passará a valer para os estudantes”, destacou.
A dirigente de ensino lembrou que algumas escolas pedem a carteira de vacinação como um dos documentos para fazer a matrícula. “Se o Estatuto da Criança prevê essa vacinação, não faze-la vai se tornar algo complicado. Temos que lembrar que durante a pandemia, quando os órgãos sanitários, as Secretarias de Saúde, optaram pelas aulas não presenciais, tivemos toda uma adaptação das escolas para isso, que não foi nada fácil. Se nós temos condições para ter aulas presencialmente, dividir de novo esse público vai ser impossível. Precisamos ter em mente que devemos seguir a diante e tomar todas as providências possíveis para evitar o contágio, e se não conseguirmos fazer isso, temos que fazer o possível para que pelo menos a doença não tenha uma forma grave. Muitas pessoas se contaminaram, mas estão praticamente sem sintomas, isoladas, e não tiveram nenhuma complicação graças a vacina”, encerrou.