Fazenda Santa Maria do Rio Pardo tem 250 mil pés de limão siciliano e emprega 200 pessoas na safra
Uma fazenda de São José do Rio Pardo está produzindo limão há 10 anos, empregando 200 pessoas no período da safra e exportando para o Canadá, Rússia e Ucrânia. Vende também para o Ceasa de São Paulo e já tem pedidos para exportar para o Uruguai e Argentina. Ela colhe entre 220 mil a 500 mil caixas de limão por safra e já é considerada uma das grandes produtoras de citrus do país.
Élcio Roberto Garcia, hoje com 62 anos, nasceu na própria Fazenda Santa Maria do Rio Pardo, na região do Sítio Novo, quando a propriedade vivia da criação de gado. De 10 anos para cá, ela mudou e se transformou numa das maiores produtoras de citrus da região e até do país.
Com mais de 300 alqueires e situada entre São José e Itobi, a propriedade tem uma parte que praticamente margeia o rio Pardo, mas possui também áreas arrendadas em outro lugar. O proprietário atual mora em Limeira e tem outra fazenda em Altinópolis, onde a produção é de laranja, além de um sítio.
250 mil pés de limão
Dentre as características atuais da Fazenda Santa Maria do Rio Pardo, Élcio diz que em 250 alqueires estão plantados 250 mil pés de limão siciliano. “Temos o siciliano cravo, que dá o ano inteiro, além do citronela e vários outros tipos”, explicou o gerente.
Ele disse que um pé de limão siciliano demora três anos para produzir, após o plantio. “Temos a safra, que vai de março a setembro, sendo este o pico da produção. Agora, como a gente usou a irrigação com gotejos, a produção está estável. Mesmo assim, teremos depois de um tempo um pico na produção, como mencionei, e depois ela cai, mas nunca para. Produz o ano inteiro, todos os dias”, continuou.
Exportações
Élcio comenta que é preciso muito cuidado na produção de limão, fazendo sempre uso de pulverização sob a supervisão de engenheiros agrônomos para atender as exigências do mercado. “Vendemos, durante a safra, para o Canadá, para a Rússia e para a Ucrânia. Esses são os países para onde vendemos durante a safra. Durante o período de produção menor, os limões são vendidos para o mercado interno, que é o Ceasa de São Paulo”, detalhou, dizendo ainda que já há pedidos do Uruguai e da Argentina (países que tiveram problemas com seus citrus) sendo analisados.
Tamanhos e gostos
Para o Ceasa, o tamanho preferido de limões por parte dos compradores é o médio; para o Canadá, os limões pequenos são os mais solicitados, enquanto Rússia e Ucrânia sempre compram os maiores. “Todo dia saem dois caminhões carregados de limão”, completou.
Este ano, pela menor quantidade de chuvas e pela mescla de limões grandes com pequenos, acredita-se que a produção seja de 220 mil caixas colhidas. Em períodos, porém, de chuvas suficientes e com produção média de 40,8 quilos de “caixa peso”, ou seja, duas caixas de limão por pé, a rentabilidade chega a 500 mil caixas por safra.
“No pico da safra a gente chega a ter em torno de 200 funcionários trabalhando de segunda a sábado na fazenda, inclusive em dois turnos no Packing House, para podermos embalar esses limões para o Ceasa ou para exportação. Quando a produção cai muito, empregamos cerca de 100 pessoas. Oitenta por cento dessa mão de obra vem de São José do Rio Pardo e região, principalmente do Sítio Novo, e os 20 por cento vem de Pirassununga”.
Máquina de raio X
Essa quantidade de pessoas cairá um pouco assim que chegar uma máquina recentemente adquirida. Hoje os limões que chegam da roça precisam de 6 pessoas para que seja feita a primeira seleção manual, sem contar os demais processos pelos quais eles passam. “Essa máquina fará não apenas essa seleção quando ao tamanho, mas ela verificará até se eles têm fungo no interior. Como o limão que é exportado demora até 30 dias para chegar ao seu destino, é comum que apareçam fungos. Essa máquina será capaz de tirar até 250 fotos de cada limão, para que qualquer anomalia seja detectada antes”.
Casca, item principal
Élcio fala que 90% dos limões vendidos são usados em culinária, ou seja, têm a casca como item principal a ser aproveitado. “Usam em maionese, fazem doce com a casca, mas o suco também é usado por ser muito importante e por ser limão cravo”.
Cada limão, segundo explicou, tem que ser colhido com um cabinho pequeno e usando uma tesoura, sendo cortado um por um no pé. “A colheita é feita assim, com um cabinho, para não entrar fungo dentro dele”, lembrou.
Usa energia própria
A fazenda tem sua própria produção de energia fotovoltaica, não necessitando comprar energia da CPFL.
Entrevista e fotos: Paulo Sérgio Rodrigues
Texto: Eduardo Eron
Excelente matéria, muito importante valorizar e mostrar o que tem nessa região q tem gde potencial para fruticultura!