O pai de uma criança de 9 anos que estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Zulmira Moraes Legaspe Mamedes, em Aguaí (SP), denuncia um suposto envolvimento sexual entre cinco crianças dentro do banheiro da instituição. Procurada pelo G1, a escola não quis se posicionar sobre o caso. O Conselho Tutelar da cidade afirma que as devidas previdências já foram tomadas, mas que permanecem em segredo judicial.
Segundo o pai de uma das crianças envolvidas, o filho alegou que não teve envolvimento no caso, mas que viu a situação. “Eu conversei com ele assim que aconteceu. Ele diz que entrou no banheiro e viu as crianças com as roupas abaixo do joelho praticando o ato, mas que foi embora e não se envolveu com ninguém. Eles dizem que ele é culpado e vítima”, disse o ajudante geral.
O menor, que estava no segundo ano da escola, nunca teve nenhum tipo de problema com a instituição, mas acabou sendo o único transferido porque, segundo a diretoria, a criança teria causado medo nos outros envolvidos. “As outras crianças não queriam frequentar as aulas por medo, elas acusam somente ele, mas todos estão envolvidos e não há um culpado”, explicou a diretora.
Indignado com a transferência, que acabou não sendo feita até o momento porque a antiga escola não disponibilizou a documentação necessária, o pai do envolvido acusa o colégio pela falta de cuidado e responsabilidade com todas as crianças. “A verdadeira responsável da história é a escola. Eles são obrigados a ficar sempre de olho e, no momento, não tinha ninguém perto. Como crianças de 8 e 9 anos são deixadas sozinhas?”, questionou o pai.
De acordo com o homem de 29 anos, os menores fizeram exames de corpo de delito e os atos foram confirmados, mas o exame do seu filho não confirmou se ele teve participação, embora esteja sendo acusado de ter iniciado o ato e ameaçado as outras crianças.
O pai não conversou com outros pais por medo de acabar prejudicando seu filho. “Ele foi acusado pela escola, então fiquei com medo dos pais quererem agredí-lo ou algo assim e não me envolvi”, relatou.
A criança acusada, mesmo estando sem traumas aparentes, terá acompanhamento do psicólogo. “Nunca se sabe o que pode acontecer com o meu filho, mas são crianças inocentes, todos os pais ficam preocupados”, concluiu o pai.
Investigações
A diretora responsável pela Emef Zulmira Moraes Legaspe Mamedes afirmou que o caso permanece em sigilo e não poderia comentar a respeito do ocorrido, mas que as devidas providências foram tomadas.
O Conselho Tutelar informou que não pode divulgar os casos que estão registrados porque se tratam de crianças, que não podem ser expostas. Os casos são restritos e podem atrapalhar o processo se forem divulgados.
A Polícia Civil explicou que o ato não é considerado criminal por envolver crianças, então as medidas cabíveis partem da instituição envolvida e o Conselho Tutelar. Já a Secretaria de Educação do município afirmou que não irá se envolver no caso porque acredita que não há necessidade de tomar providências devido a tudo estar sendo providenciado por outros órgãos municipais.
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara