Veterinário recomenda que a vacinação é a melhor opção para manter a saúde animal
Assim como acontece com nós humanos, a baixa temperatura relacionada ao inverno, pode afetar diretamente a saúde dos pets. Cães e gatos ficam mais propensos a doenças virais, principalmente no trato respiratório. A traqueobronquite infecciosa canina, por exemplo, mais conhecida como “Tosse dos Canis”, é uma doença muito comum entre a espécie. No caso dos felinos, a rinotraqueite é prevalente entre os filhotes durante o período de inverno. Os cachorros, em particular, também podem ser afetados pelo coronavírus. No entanto, a doença é completamente diferente da Covid-19 que nos assola.
O veterinário Leandro Folchetti, da clínica Grife Pet, falou à Gazeta do Rio Pardo para explicar sobre as doenças mais comuns nos pets durante o inverno e esclarecer algumas dúvidas relacionadas aos cuidados que devemos ter com esses animais.
Doenças caninas
O veterinário listou as principais doenças que afetam a espécie canina.
“As doenças mais comuns no inverno são as virais. A Tosse dos Canis ou Gripe Canina, é altamente contagiosa, e em casos mais graves pode evoluir para um quadro bacteriano pulmonar grave. Ela se intensifica muito no inverno. Os sintomas da doença são tosses, espirros e engasgos, podendo evoluir para vômitos, mas geralmente com um conteúdo espumoso e não estomacal”, informou.
Leandro falou sobre a Cinomose, doença que pode ser fatal para a maioria dos cães contaminados. “É uma enfermidade neurológica grave, talvez a pior que pode atingir os cães. E é importante ressaltar que a vacinação é essencial na prevenção. Ainda morrem muitos cachorros no Brasil, tivemos muitos casos de cinomose em São José. Temos a vacina que é a melhor arma contra esse vírus. Devemos fazer o uso dela”.
O Coronavírus Canino é uma doença gastrointestinal, que causa diarreia e vômito, e acomete tanto filhotes como adultos. “Temos a vacina V10 que também previne contra o coronavírus. O tratamento para a doença, é sintomático, tratamos o vômito, a diarreia, damos antibióticos gastrointestinais, e é necessário fazer a manutenção da hidratação do animal, até que o vírus seja eliminado do organismo. Não temos medicamentos específicos para o coronavírus canino, tratamos os sintomas, e o próprio organismo vai responder contra ele”, explicou.
O especialista citou alguns problemas que acometem frequentemente os cães, de acordo com sua experiência clínica. “As doenças mais comuns que atendo em cães, são diarreias por causas virais, como parvovirose nos filhotes, coronavírus em adultos, giárdia e isospora que são vermes, e intoxicações alimentares. Em segundo lugar, as mais recorrentes são as doenças de pele, atendemos também muitas doenças hormonais e reprodutivas, tumor de mama, infecção de útero, são outras doenças bem comuns”, informou.
Doenças felinas
“Em gatos, uma doença bastante frequente no inverno é a Rinotraqueíte. Seus sintomas são: espirros, coriza e apatia. Trata-se também de uma doença viral”.
Não presentes apenas no inverno, mas durante o ano todo, segundo o veterinário, alguns felinos sofrem com doenças renais, respiratórias e reprodutivas. “Uma doença em comum entre cães e gatos no inverno são as que atingem as articulações, pelo clima frio, intensificam as dores e incômodos”, completou.
Vacinação
De acordo com o veterinário, a vacina V10, protege cães contra dez tipos de doenças, dentre elas cinomose, doenças respiratórias causadas pelo adenovírus tipo 2, parainfluenza, parvovírus, coronavírus e leptospirose (contra 4 tipos). “A diferença entre a V10 e V8, é que a 8, cobre dois tipos de leptospirose. Já na V6, não tem a cobertura contra a leptospirose. Mas essas três vacinas cobrem as principais doenças que podem acometer os cães”.
Ele lembrou que, assim como humanos, é necessário manter em dia a carteirinha de vacinação dos pets. “As pessoas devem procurar um veterinário para pedir orientação, ver qual a vacina indicada para o animal”, alertou.
“A vacinação é a melhor forma de protege-los contra as doenças virais que são mais comuns no inverno. Mas a vacina tem a validade de um ano, então independente da data que se realiza a aplicação, ela deve ser feita todos os anos. Além da V10 (para cães), que é uma das mais importantes, temos a pneumo, que é a vacina contra a Tosse dos Canis, e a Raiva, que por ser uma zoonoses, é uma vacina muito importante e deve ser realizada”, destacou.
Cuidados durante o inverno
Agasalhar, dar abrigo adequado, ter uma cama a disposição e cobertor são algumas das recomendações feitas por Leandro para proteger os pets da baixa temperatura. Entre os cuidados, aplicar as vacinas necessárias responsáveis pela prevenção de doenças é primordial.
“O banho durante o inverno é recomendado, é uma época mais seca, o que acaba ocasionando ressecamento na pele e no pelo do animal, então o banho é sim indicado. Porém é preciso ter o cuidado de dá-lo em uma temperatura confortável para o animal, e realizar a secagem completa do pelo e da pele. A tosa durante o inverno não prejudica em nada a saúde do animal. Tem alguns que apresentam nós, lesões de pele, e a remoção desse pelo com a tosa, vem para proporcionar a saúde, tanto da pele, como para evitar dor, porque animais que possuem nós no pelo, sentem dor, a pele fica dolorida. Nos cães que precisam de tosa, recomendamos roupinhas, casinhas e caminhas para facilitar o aquecimento”, orientou.
Para as pessoas que dão banho em seus animais em casa, o veterinário alertou a importância de escolher horários em que o sol está presente, e a temperatura mais quente. “É bom usar o secador de cabelo com os cuidados para não queimar o animalzinho. De uma forma fácil, é só passar a mão embaixo do secador, no pelo do animal, e conseguimos perceber em nossa mão se está muito quente e se precisamos afastar ou não o secador do pelo. Se ele não for bem manuseado, pode causar lesões e queimaduras na pele”, completou.
Pelagem
“No inverno, a pelagem reforçada não é uma situação de regra para todos os animais, mas percebemos que eles retém um pouco mais os pelos na época do inverno, e assim que o clima começa a esquentar, eles perdem um pouco. Isso é algo fisiológico, por sensação térmica”, explicou.
Leandro finalizou reforçando a importância de vacinar os cães contra a cinomose, doença que afeta constantemente esses animais gerando graves sequelas, e até mesmo levando a óbito o cão infectado. “Converse com seu veterinário, peça orientação e mantenha a saúde do seu pet em primeiro lugar”.