Gazeta Do Rio Pardo

Na Câmara, presidente da Comderp diz que a dívida é de R$ 2 milhões

Eduardo Malveiro Pereira Leite, atual diretor presidente da Comderp

Eduardo Malveiro Pereira Leite, diretor presidente, acredita que ainda há caminhos de recuperação

A Comderp (Companhia Municipal de Desenvolvimento de São José do Rio Pardo) tem hoje uma deficit mensal de cerca de R$ 27 mil mensais e sua dívida total chega a aproximadamente R$ 2 milhões. A boa notícia é que ela tem aderido aos Refis (Refinanciamento de Dívidas) propostos pelo governo, já tendo uma pequena parte dessa dívida parcelada em 120 meses. Outro aspecto positivo é que a empresa começa agora a elaborar projetos que podem gerar lucro e o responsável por esses projetos é o engenheiro Eduardo Malveiro Pereira Leite.

Formado em engenharia eletrônica e já tendo atuado em grandes empresas energéticas do país, Eduardo é o atual diretor presidente da Comderp. Ele participou da Tribuna Livre da 24ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal no dia 13 de agosto, para falar da situação da empresa.

O diretor lembrou, inicialmente, que a empresa foi criada na década de 1980, na gestão do ex-prefeito Silvio Torres, sendo que a assinatura oficial de implantação da empresa foi feita pelo prefeito em exercício na época, Luiz Antonio Giantomassi, com aprovação pela Câmara. Empresas similares foram criadas em várias cidades do país naquela época, para dar agilidade em projetos de infraestrutura.

“A Comderp, ao longo dos anos, fez casas, praças, ruas, montou equipamentos para infraestrutura e até mesmo uma fábrica, implantou uma pedreira. Então, muitas dessas atividades foram muito lucrativas, permitindo à companhia gerar bastante capital, ter mobilizados, mas também permitiu a criação de dívidas”, prosseguiu.

Segundo Eduardo, em vários momentos as administrações municipais se descuidaram , “as atividades de produção e industrialização geraram impostos, vários impostos”. No entanto, conforme explicou, a intenção agora é gerar bens e serviços de engenharia, aproveitando as inteligências existentes na própria cidade, mediante a produção de projetos.

“O Estado brasileiro está organizado de tal maneira que, se a gente não fizer projetos, a gente não recebe verba”, observou. “Tivemos a oportunidade de ter um secretário de Estado aqui na semana passada e ele disse isso: ‘Olha, a gente deixou de conceder muitos milhões em ajuda a cidades que não têm projetos’. Então, acho que a gente pode trazer bons resultados para a cidade se conseguirmos fazer projetos e normalizar uma série de itens que precisam ser feitos na cidade”.

Dívidas e projetos

A Comderp tem hoje 20 funcionários, que são celetistas e concursados. As dívidas e os parcelamentos das mesmas nos Refis promovidos pelo governo foram expostos por Eduardo mediante projeção em tela aos vereadores.

Hoje, segundo ele, há o parcelamento em 120 meses de uma parte da dívida total citada no começo da matéria.  A outra parte desse débito, segundo o diretor, está em compasso de espera para que apareçam oportunidades  concedidas pelo governo para redução das mesmas.

“O prefeito me achou um dia procurando soluções para geração de energia lá no Instituto de Pesquisas Nucleares e me convidou para vir. Tomei um susto com o estado da Comderp, mas vim para cá para fazer projetos de geração de energia. Estamos trabalhando no projeto de sustentabilidade, de uso da energia de maneira sustentável. Alguns projetos que estamos trabalhando visam a troca da iluminação pública sem onerar, de maneira que possamos diminuir o consumo na cidade para menos da metade. Com os recursos que sobrarão, a intenção é pagar os investimentos em cinco ou seis anos”, disse.

Ele acha que, no ritmo atual, a Comderp se paga em 15 anos. Afirmou que São José do Rio Pardo gasta, só com a água, quase R$ 500 mil mensais em eletricidade, havendo então a ideia de um projeto próprio de geração de energia, que, segundo ele, se paga em cinco ou seis anos, para zerar esse gasto ou reduzi-lo ao máximo.

Outro projeto em estudo é o de gestão de resíduos da construção civil, que poderão ser aplicados na recuperação de estradas rurais do município. E outro é a construção de Ecopontos, para receber descartes de resíduos domiciliares.