Gazeta Do Rio Pardo

Engenheiro prega importância da logística reversa no Brasil

Fernando Trinca, presidente da Associação, ao lado do engenheiro e palestrante Valdemir Ravagnani

No Brasil só 2% da população recicla o lixo; na Alemanha o percentual é de 48%

No dia 17 de abril o engenheiro Valdemir Ravagnani ministrou uma palestra sobre resíduos sólidos na Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Vale do Rio Pardo. Um dos principais temas abordados foi a logística reversa.

Também conhecida como logística inversa, é a área da logística com foco no retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo, visando o reaproveitamento ou descarte apropriado de materiais e a preservação ambiental. Quando uma empresa consegue empregar um processo de logística reversa de maneira ainda lucrativa, ela está alcançando a sustentabilidade econômica e ambiental do seu negócio.  Isso é considerado importante para que grandes empresas não se tornem inimigas da sociedade, mas parceiras.

“A logística reversa é uma parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela é muito importante. Boa parte da fração dos resíduos hoje estão em responsabilidade do poder público, mas são os fabricantes ou importadores que deveriam estar dando um destino correto para isso. Nós, dos municípios, estamos com essa incumbência e não estamos conseguindo fazer o que, segundo a lei, é obrigação do fabricante. Quem acaba pagando por tudo isso é a população. Em outros países, fabricantes de refrigerantes, sorvetes, já fazem isso. E no Brasil não estão fazendo. É importante que façam isso aqui no país, facilitaria muito a questão da reciclagem, a economia circular funcionaria melhor no país”, disse o engenheiro.

Ele ainda destacou que na questão dos agrotóxicos a logística reversa tem funcionado muito bem, principalmente no Estado de São Paulo, onde 94% das embalagens colocadas no mercado são recicladas e devolvidas ao fabricante. Neste caso não tem custo para o município, pois quem está envolvido é o fabricante, comerciante e o agricultor .

Enquanto no Brasil apenas 2% reciclam o seu lixo, na Alemanha este percentual é de 48%. Para melhorar esta colocação, Ravagnani diz que é necessária a implementação de novas políticas públicas e que o município sozinho não vai conseguir pagar a conta. Citou ainda que somente daqui há dez anos conseguiremos melhorar nossa posição no ranking.

Fernando Henrique Junqueira Franchi Trinca, presidente  da Associação  de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Vale do Rio Pardo disse que esta questão também é uma preocupação da instituição e que outras palestras do gênero serão realizadas, destacando como imprescindível  a “conscientização da população para melhorar este índice.”