Gazeta Do Rio Pardo

Durante 15 dias, motociclistas viajaram para o Chile

Motociclistas em frente A Mão do Deserto, no Atacama

“Pra quem anda de moto, o Chile sempre foi a Meca do motociclismo mundial”, disse Matheus

No dia 3 de março, quatro motociclistas, três deles rio-pardenses, foram em busca da realização de um sonho, e enfrentaram 8000 km para ir até o Chile. A aventura foi uma viagem de 15 dias. A iniciativa partiu do empresário Matheus Pedrosa, de 43 anos, que almejava fazer o trajeto desde 2018. Essa semana a Gazeta do Rio Pardo entrevistou o tapiratibense, que contou alguns detalhes sobre a longa viagem.

Matheus é apaixonado por motos desde a infância, e tinha o pai como inspiração. “Desde meus 8 anos meu pai tinha motos, como a CB400, CB450 e RD350, isto sempre me fomentou a curiosidade de ter a minha um dia”, contou.

“O projeto Deserto do Atacama e Cordilheira dos Andes surgiu em 2018, quando eu programei de fazer esta viagem sozinho, no ano de 2020. No entanto a pandemia chegou e adiou o sonho”, relatou.

Os rio-pardenses já estão planejando mais uma aventura em duas rodas

Segundo o empresário, ir até o Chile é um dos maiores desejos dos motociclistas. “Pra quem anda de moto, o Chile sempre foi a Meca do motociclismo mundial. Rodar pelo Atacama e chegar ao pacífico é um sentimento único que motiva todos os motociclistas da América do Sul, e do mundo”.

As maiores dificuldades enfrentadas, de acordo com Matheus, foram o tempo de duração do trajeto e a variação de temperatura – já que a condição climática da Cordilheira dos Andes, é muito instável.

Antes de iniciarem a viagem, os motociclistas prepararam um roteiro, que cruzou a Argentina, chegou nas Cordilheiras, e posteriormente entrou no Chile, para cruzar o Deserto e enfim, chegar ao Oceano Pacífico.

“Um lugar específico que marcou a viagem foi a fronteira de país, entre Chile e Argentina, que fica a quase 5.000 metros de altitude. A falta de ar é muito grande e qualquer movimento se torna um esforço terrível, parece que corremos uma São Silvestre.  Tem também a Laguna Cejar, que é um oásis no meio do deserto cuja concentração de sal é enorme e qualquer corpo dentro dela não afunda. É impressionante”, relatou.

Lagna Cejar fica a 20 km de San Pedro e a 2.450m de altura, no meio do Salar de Atacama. É considerada mais salgada que o Mar Morto, e a concentração de sal e lítio é tão grande que o nível de flutuação supera o referido mar.

Os motociclistas conheceram também o Valle de la Luna, que recebeu esse nome porque acreditava-se que sua superfície se assemelhava com a da Lua. É o passeio mais tradicional a se fazer no Atacama.  Além disso, o lugar foi cenário de filmes como Star Wars e é utilizado pela NASA para testar os seus veículos antes das futuras missões a Marte.

De acordo com Matheus, eles já estão planejando mais uma aventura em duas rodas, dessa vez, para a Patagônia e Ushuaia. “Queremos ir na mesma viagem, que é a última cidade das Américas, conhecida como Terra de Fogo. E também temos a ideia de ir para Machu Picchu, no Peru, muito em breve”, revelou.

Além de Matheus, os rio-pardenses Fernando Alves, André Modesto e Olceze Almeida também participaram da expedição.