Gazeta Do Rio Pardo

Câncer de colorretal pode ser hereditário, mas tem cura

Em entrevista nesta sexta-feira (4), à Rádio Difusora, ele disse que entre 5 e 8% dos casos, o câncer de intestino é hereditário. “Quem tem histórico desse câncer na família tem que sempre ficar atento, começar a fazer um rastreamento e prevenção mais precoces”, recomenda. “Os outros mais de 80% são aleatórios mesmo. É o modus vivendi da pessoa que fará com que ela tenha ou não um câncer de cólon”, completa.

Sem sintomas

“Como a grande maioria dos cânceres, no início eles são assintomáticos. Se a gente conseguisse fazer o diagnóstico precoce, praticamente ninguém morreria. Eles não dão sinais, principalmente o do cólon. A sintomatologia, quando o paciente começa a apresentar, o câncer já está um pouco avançado”, afirma Eliezer.

De acordo com o médico, as principais manifestações, quando os sintomas aparecem é a mudança brusca do funcionamento intestinal, ficando mais preso ou mais solto.

“A pessoa começa a ter certa dificuldade para evacuar, o aspecto das fezes muda e muitas vezes há presença de muco e sangue nas fezes, até começarem as dores e cólicas. Se a pessoa não fizer o tratamento correto, o tumor vai crescer de tal forma que vai entupir o intestino. Uma obstrução intestinal”, explica.

“Mas no início é praticamente assintomático. Daí a necessidade das pessoas que têm histórico familiar, de procurar fazer um rastreamento mais precoce possível”, alerta.

Eliezer sugere que, para estes casos, o ideal é que o paciente, por volta dos 40 anos de idade, faça um exame chamado colonoscopia ou exame de sangue cuja sorologia permite a detecção de alguns tipos de cânceres. “Há vários meios de, precocemente, detectar e tratar”.

Diagnóstico

O médico ressalta que, muitas vezes, apenas o exame físico, por meio de apalpação abdominal, já pode ser suficiente para a detecção do problema. “E passa depois por exames complementares. O mais indicado é a colonoscopia, que dá para visualizar e fazer a biópsia. Tem ainda tomografias, ressonância magnética, quando os casos são mais difíceis”, observa.

 O profissional comenta que já na fase de cirurgia é possível estabelecer o tipo de tratamento mais recomendado ao paciente ou analisando a forma como o câncer se desenvolveu.

Fatores de risco

De acordo com Eliezer Gusmão, além da questão hereditária, são fatores de risco para o câncer colorretal os maus hábitos alimentares, a obesidade, o abuso de álcool, cigarro e outras drogas.

“A dieta pobre em fibras, fast foods, sedentarismo, também aumentam as chances de aparecimento de câncer de cólon”, completa, observando que o abuso das carnes gordurosas também deve ser evitado.

O médico lembra que a detecção precoce pode permitir, inclusive, o tratamento localizado da doença, sem a necessidade de intervenções cirúrgicas mais complexas.

Prevenção

A recomendação do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para se proteger é realizar atividades físicas e consumir alimentos ricos em fibras como frutas, hortaliças (legumes e verduras) e cereais integrais, além de evitar (ou reduzir) o consumo de carne vermelha, carnes processadas (como mortadelas, presuntos, salsichas, linguiças) e bebidas alcoólicas e o tabagismo. Realizar os exames preventivos após os 50 anos (ou antes dos 40 para quem tem casos na família) também é fundamental.

*Com informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica