Gazeta Do Rio Pardo

Agosto Dourado -Juntos pela Amamentação

(Reprodução da internet)

No mês de Agosto os profissionais e serviços de saúde intensificam as ações de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno. Neste ano a campanha traz para discussão a participação do pai e da rede de apoio neste processo. Além de todos os benefícios, amplamente divulgados, que o aleitamento traz para a saúde do bebê, o ato de amamentar é uma forma privilegiada de construção dos vínculos afetivos, sendo que estes são primordiais para o desenvolvimento pleno das crianças, portanto, é de extrema importância refletirmos e discutirmos sobre este tema.

Existe várias maneiras do pai e da rede de apoio auxiliar e incentivar o aleitamento materno, é importante que estas pessoas estejam atentas às necessidades da mãe, garantindo que esta mulher tenha condições de amamentar. Podemos citar algumas dicas práticas como por exemplo:

Amamentação e Construção de Vínculos Afetivos

            A seguir discutiremos melhor o porquê do vínculo afetivo ser tão importante no desenvolvimento pleno do bebê, o que temos que ter em mente agora é que o ato de amamentar contém todos os elementos necessários para a construção desse vínculo.

            Durante a amamentação, a mãe segura seu bebê no colo, há o contato físico direto,  troca de calor, há a troca de olhares, a mãe conversa, brinca e protege esta criança. Ou seja, o ato de amamentar não diz respeito só a alimentar, envolve um conjunto de atitudes de atenção e carinho que contribuem para que os envolvidos se conheçam, se ajustem à natureza um do outro. É assim que se fortalece o vínculo de afetividade entre  mãe e bebê, que se iniciou ainda na fase pré natal, devido a comunicação fisiológica e emocional existente na gestação.

            A Organização Mundial de Saúde recomenda que a amamentação seja exclusiva até os seis meses, mas sabemos que algumas mães encontram dificuldades em seguir essa orientação, pois precisam voltar ao trabalho. Além disso sabemos que existem algumas situações nas quais a amamentação não é recomendada (doenças transmissíveis, uso de substâncias psicoativas), portanto cabe destacar que o ato de amamentar não é a única forma de fortalecer os vínculos afetivos, o envolvimento emocional na rotina diária de cuidados com o bebê, o que inclui dar colo, ninar, conversar, olhar, fazer carinhos, dar banho, etc, garante que as necessidades de afeto e conforto do bebê sejam satisfeitas.

Porque os Vínculos Afetivos são tão importantes?

            Os seres humanos são a forma de vida mais complexa na face da terra. Diversos estudos comprovaram que os bebês e crianças necessitam mais que alimentação, higiene e proteção, necessitam também de conforto, apego, afeto, proximidade corporal e interação constante com outros adultos que estejam realmente interessados no seu bem estar e desenvolvimento.

Uma pesquisa realizada nos anos de 1945, com bebês e crianças que viviam em instituições e que apesar de terem suas necessidades de alimentação, higiene e proteção garantidas, eram negligenciadas emocionalmente, mostraram que o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo destes bebês estavam abaixo do esperado, podendo levar até ao óbito do bebê em casos extremos.

Assim, concluímos que o Afeto é determinante no desenvolvimento pleno de nossas crianças, e se o ato de amamentar é uma forma privilegiada de fortalecer os vínculos afetivos,  temos que estar todos juntos pela amamentação.

Comunidade, seja rede de apoio para uma mulher que amamenta!

Pais, envolvam-se na rotina de cuidados com o bebê.  Apoie, incentive e proteja uma mulher que amamenta.

Profissionais de saúde, acolham e orientem uma mulher no puerpério.

O desenvolvimento pleno de nossas crianças é responsabilidade de todos. 

Por Fernanda Monteiro Furlan, psicóloga