Gazeta Do Rio Pardo

Prefeito de Casa Branca permanece preso após audiência de custódia

ATUALIZADA (14h14)

Gaeco investiga corrupção envolvendo Casa Branca, Santana de Parnaíba, Santos, Cubatão e Poços de Caldas

O prefeito de Casa Branca, Marco César de Paiva Aga (Republicanos), foi afastado do cargo. Na manhã desta quarta-feira (21), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu na cidade uma das fases da Operação ‘Casa Limpa’, que investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude licitatória, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Com apoio do 24º Batalhão da Polícia Militar do Interior e do 5º Batalhão de Ações Especiais da corporação, houve o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, contra o prefeito.

Após audiência de custódia, Marco César Aga permaneceu preso.

Além de mirar a administração de Casa Branca, a operação também tem como foco as cidades de Santana de Parnaíba, Santos, Cubatão e Poços de Caldas (MG).

Marco César Aga reeleito em 2020, pelo Republicanos – Foto Arquivo Pessoal

A origem do problema

As investigações que resultaram no afastamento de Marco Aga ocorrem há vários meses e envolvem outros agentes e articuladores de ações de corrupção, incluindo um consórcio de empresas – da área de saneamento, que seria responsável por subornar agentes públicos, como secretários municipais e prefeitos.

Em troca, as empresas do grupo eram beneficiada em contratos de concessão de serviços de água e esgoto nos municípios.

A investigação consta de provas documentais, áudios, depoimentos, dados bancários e fiscais de agentes públicos, familiares e pessoas próximas a estes – muitas delas emprestaram os nomes para recebimento de valores.

Segundo matéria veiculada pela Agência Estado, em agosto do ano passado, áudios de uma reunião entre diretores de uma empresa de saneamento, trouxeram à tona a discussão sobre suposto pagamento de gastos da campanha de Marco Cesar Aga, em 2016, e ainda uma suposta mesada de R$ 30 mil.

A empresa seria um dos braços do consórcio que cuida do sistema de abastecimento de água e o tratamento de esgoto de Casa Branca. Os acordos e pagamentos teriam rendido à empresa R$ 600 mil em haver, que seriam “compensados” por meio de aditivos contratuais com o município.

Dados com planilha sobre o esquema chegaram a ser veiculados pela Revista Digital Crusoé, em janeiro de 2020. Eles foram obtidos após a Operação Armistício, da Polícia Federal, que investigava pagamentos indevidos a senadores.

Na ocasião, a PF apreendeu farta documentação com um consultor da empresa, indicando pagamentos em cidades do interior paulista, entre elas Casa Branca. Foi aí o início da apuração.

Marco Cesar Aga foi eleito prefeito de Casa Branca em 2016 e ganhou a reeleição em 2020. Em 2021, ele sofreu condenação por improbidade administrativa, por conta da contratação irregular de uma empresa de comunicação.