Ascensão e Oração
O Domingo passado, segundo mês de maio, que caiu no dia 14, foi o sexto da Páscoa. Nele celebramos o Dia das Mães, sempre muito lembrado e festejado. Neste ano, data coincidiu com a memória de Santo Isidoro, padroeiro dos agricultores. Participei, na companhia de uma numerosa assembleia, da Eucaristia celebrada na capela de Santo Isidoro, no Viverão, pelo Monsenhor Denizar Coelho. A música e o cantos, tornaram ainda mais linda a nossa celebração. Rezamos por todos os agricultores, pedimos a bênção para as plantações e as colheitas, fartura de água e de alimentos para todos os filhos de Deus.
Para mim e minha família, foi também dia de uma SAUDADE: Meu filho José, falecido aos 25 anos, estaria completando 50.
No próximo domingo celebraremos a Ascensão do Senhor, que aconteceu quarenta dias depois da Páscoa. Esta festa sempre acontecia numa quinta-feira. As religiosas do colégio em que estudei nos ensinaram que os três dias anteriores à Ascensão eram os Dias das Rogações; podíamos pedir a Jesus que levasse ao céu nossos pedidos e de lá nos atendesse. Neste ano, estou enviando uma “carroça” carregadinha de pedidos: Quero saúde para o Papa, paz para o mundo, santidade para os sacerdotes, religiosos e religiosas, conversão para os pecadores, a começar pela minha; que os governantes se empenhem em promover a PAZ, o respeito à dignidade de todos os filhos de Deus. Se eu quisesse colocar aqui todos os meus pedidos, faltaria espaço no jornal…
Aqui no Brasil, como esta festa não é dia de feriado nacional, há muitos anos a CNBB transferiu-a para o primeiro domingo depois dos quarenta dias. Nossas catequistas nos ensinaram também que celebramos a Ascensão do Senhor, por que Ele subiu ao Céu por seu próprio poder, e a Assunção de Nossa Senhora, porque ela foi levada para o céu com o seu corpo, quando terminou sua vida neste mundo.
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“Quem sabe bem rezar, sabe também bem viver”. O padre José Alem, missionário Claretiano, citou esta frase de Santo Agostinho no subtítulo do artigo sobre a oração publicado por ele na revista Cidade Nova deste mês. Vou transcrever em seguida uma parte do artigo:
O papa Francisco indica a oração como “o mais importante entre os meios para avançar no caminho da santidade pessoal e comunitária: a oração gratuita, a oração de Louvor e de adoração”. Diz ainda o Pontífice: “Nós somos consagrados para servir o Senhor e servir os irmãos com a Palavra do Senhor. Digam aos novos membros, por favor, que orar não é perder tempo, louvar a Deus não é perder tempo. Se nós consagrados a Deus não pararmos cada dia diante de Deus na gratuidade da oração o vinho ficará azedo”. Essas palavras do papa Francisco, dirigidas aos consagrados, são também uma orientação para todos, pois, pelo batismo fomos consagrados como filhos do Pai, irmãos e discípulos amigos de Jesus, habitação do Espírito Santo.
Se queremos viver uma autêntica vida de filhos de Deus Pai, de discípulos de Jesus, de pessoas ungidas pelo Espírito Santo, devemos orar, e orar sempre. Devemos orar porque queremos seguir Jesus, viver como Ele. E Jesus orava. Quantas vezes, no Evangelho, o vemos deixando tudo para orar na solidão. Retirava-se para encontrar-se com o Pai, e com o Espírito, para estar com eles, para reavivar a unidade com eles; mas também para falar-lhes da sua vida, dos projetos… Respirava ar de família ali, no seu mundo – o céu -, reencontrava força e coragem para voltar para o meio do povo e enfrentar as contradições, até mesmo as perseguições, o sofrimento e a morte.
Na oração Jesus tomava consciência, como homem, da sua identidade de filho de Deus e da missão que o Pai lhe havia confiado e de como devia realizá-la. No batismo no rio Jordão, na manifestação do Espírito Santo e nas palavras do Pai, se revelava que era o Filho amado. Jesus tomava as grandes decisões durante a oração. Foi depois de uma noite de oração que Ele escolheu os doze. Na oração no Horto das Oliveiras aceitou beber o cálice da Paixão que o Pai lhe oferecia.
Jesus não somente orou, mas convidou os seus a fazer o mesmo e ensinou como rezar. Segundo Ele, também para nós, a oração é o caminho para tomar consciência da nossa verdadeira identidade de ser humano e da nossa missão. (…)