Gazeta Do Rio Pardo

Zona Azul retorna com número reduzido de funcionários

Cecília Helena Isabel, presidente da Guarda Mirim, conversou com a Gazeta do Rio Pardo

“Dinheiro arrecadado não vai para a prefeitura”, destaca a presidente da Guarda Mirim

O trabalho realizado pela Zona Azul retornou às ruas da cidade no dia 22 de junho. Cecília Helena Isabel, presidente da Guarda Mirim, conversou com a Gazeta do Rio Pardo na quinta-feira, dia 25 sobre o retorno e falou sobre algumas dificuldades que a Guarda encontra. As informações dela passadas ao repórter Luis Fernando Benedito.

Cecília disse que, a partir de 21 de março, com o início dos decretos municipais sobre a pandemia, no primeiro mês os guardinhas tiveram férias coletivas e depois receberam a ajuda emergencial do governo em maio e junho.

“A partir do dia 20 de junho nós não teríamos mais como fazer dessa forma, e conversamos com a prefeitura para ver quando a Guarda Mirim iria voltar às ruas. Nos pediram para fazer uma solicitação por relatório, descrevendo o que faríamos para os guardinhas voltarem. Fizemos esse relatório, colocamos o que faríamos, todos os cuidados que tomaríamos e entregamos na prefeitura. Eles analisaram e autorizaram o retorno no dia 22 de junho, com os devidos cuidados”, explicou Cecília.

“Eles estão utilizando máscara, viseira e álcool em gel. Aqui dentro colocamos uma distância de 1,5 metro de cada um, fizemos dois turnos para não acumular. Quando eles voltam da rua fazemos a higienização de roupas e pranchetas, aí eles almoçam e voltam para a rua. Quando termina o expediente eles tomam banho para fazer o acerto de contas e depois vão para a casa”, contou.

Doações

“As máscaras que eles usam foram recebidas por meio de uma doação anônima. Agradecemos quem doou, mas a pessoa não quis se manifestar, ela mandou entregar aqui sem identificação. Já as máscaras de acrílico foi a Rioplastic que doou”, lembrou Cecília.

Queda de arrecadação

“Houve uma total queda de arrecadação nesse tempo que ficamos parados porque a Zona Azul, sobrevive da arrecadação da rua. Queria deixar claro que o dinheiro que arrecadamos não vai para a prefeitura, é para pagar o salário, as despesas da Guarda Mirim, luz, água, telefone, alimentação. Tudo o que vem da Zona Azul usamos aqui dentro”.

“Nesse período que ficou parado, tínhamos uma pequena reserva da nota fiscal paulista e as contas caíram, energia, água, porque não teve consumo, então sobrevivemos com essa reservinha. Mas houve a necessidade de voltarem, caso contrário não conseguiríamos pagar salário ou arcar com nossos compromissos”, enfatizou. 

Número reduzido

“Hoje temos 32 guardinhas, o que é um número reduzido, porque alguns terminaram contrato, outros precisaram sair, outros pediram demissão porque acharam outro emprego”, explicou. “Temos a cozinheira, dois funcionários no administrativo, uma assistente social, o pessoal do projeto que ministra aulas, mas por enquanto está parado, sem previsão para retorno”, contou.

Primeira oportunidade

“Aqui é o primeiro emprego deles. São registrados, recebem salário mínimo, e têm todos os direitos de funcionários de uma emprega comum”, destacou. “A faixa etária dos funcionários que trabalham na zona azul é dos 18 aos 24 anos. Eles têm um contrato de dois anos, não é renovável, quando completa o tempo eles são desligados”.

Quando ocorre um problema

“Os guardinhas são respeitados. Quando acontece alguma coisa eles ligam aqui, o pessoal do administrativo vai até o local, conversa, e se for necessário chamamos a polícia, fazem uma multa, porque às vezes a pessoa não quer pagar nem tirar o carro. Tem gente que não aceita, não quer nem conversar, aí chamamos a Guarda Municipal para fazer a multa”, encerrou.