Na semana passada, após ser deixada pelo ônibus no AME Casa Branca, mulher pagou táxi para voltar a São José
O transporte de pacientes do município, que leva para atendimentos em cidades como Barretos, Campinas, Ribeirão Preto sempre esteve no alvo da reclamação dos munícipes, mas nos últimos meses tem dado muito o que falar. A questão se avolumou no ano passado, quando do episódio em que uma paciente oncológica, em estado de urgência, após esperar horas por uma decisão da Secretaria de Saúde, pediu ajuda à Prefeitura de São Sebastião da Grama, para ser levada a São Paulo.
Foi também no ano passado que uma passageira quase caiu de um dos veículos do transporte rio-pardense, em plena SP-340, depois que a porta do carro se abriu. Outros casos ocorreram, o ano passou, mas os problemas continuaram. No início deste ano, após receber alta de um hospital em Ribeirão Preto, um senhor foi trazido de volta a São José e, deixado na porta da casa, foi localizado perambulando pela Avenida Perimetral, no dia seguinte, aparentando estado de confusão mental.
A Câmara sempre discutiu a questão, mas a solução parece longe e nesta semana o assunto voltou ao plenário.
Durante a sessão, o vereador Paulo Sérgio Rodrigues sugeriu, por meio de indicação, que o Executivo elabore política que atenda preferencialmente os idosos no transporte da Saúde Municipal.
A sugestão se deu após o caso de uma idosa – paciente oncológica – que teve de esperar por várias horas, em Ribeirão Preto, até que um veículo vindo de Barretos pudesse traze-la para casa, de onde havia saído por volta das 3h30 da madrugada para uma consulta às 15h30. Segundo a família, o veículo atrasou fazendo com que a idosa chegasse em casa por volta das 22 horas, tendo até se deitado em um banco de praça, enquanto aguardava.
Além de repercutir muito nas redes sociais, o caso foi parar na televisão.
“Não concordo em deixar uma mulher de 80 anos, às 7 horas da manhã em Ribeirão Preto, para ela consultar às 5 horas da tarde”, disse o vereador Paulão, observando que têm sido recorrentes os problemas enfrentados com o transporte de idosos, principalmente os que fazem tratamentos de saúde em hospitais distantes.
O vereador Henrique Torres deu sequência ao assunto, abordando outro fato, ocorrido na última terça-feira (29).
Uma senhora – em tratamento cardíaco – disse que foi de ônibus para o AME Casa Branca pela manhã, e não pode voltar no veículo já que o mesmo deixou o local retornando a São José antes das 10h30. A mulher informou que seu atendimento terminou pouco antes desse horário fazendo com que ela e outra paciente que lá ficou esperassem pelo menos até o final da tarde, quando o veículo da linha as traria de volta.
A paciente afirmou que não podia esperar – havia implantado um sistema de monitoramento de pressão e precisava de repouso. Foi então que chamou um taxi para chegar em casa, uma corrida que ficou em R$ 160,00, e que não sabia ainda como pagar, já que não dispunha daquela quantia.
Também este caso, de imediato, ganhou as redes sociais, com diversas pessoas chamando a atenção para o problema do transporte, inclusive familiares da paciente.
“Por mais que a gente fale, parece que ninguém olha para o problema. Não quero acreditar que seja intencional. Ligaram na Secretaria da Saúde para perguntar, falaram que vão averiguar. E ficaram pedindo se ela (paciente) não poderia tirar os comentários do Facebook porque estava queimando o filme do prefeito. A que ponto a gente chegou”, questionou Henrique, mencionando que após as manifestações, a mulher recebeu um áudio da secretária de Saúde, pedindo para que ela retirasse as críticas das redes sociais.
“São duas questões que a Prefeitura tem tratado que a Secretaria de Saúde tem tratado com olhar especial, que são dois transportes que talvez requeiram aumento linha. O município segue fazendo o que já vinha fazendo, porém, a gente está vendo, na linha de Campinas, incrementar uma nova linha. E a questão de Ribeirão Preto, ainda está sendo analisado, mas talvez separar, Barretos e Ribeirão Preto”, disse o líder do prefeito, Pedro Giantomassi. O vereador disse ainda que há falta de motoristas e também que novos veículos estão por ser adquiridos.
Limpeza de praça
O vereador Henrique Torres, atendendo demanda dos moradores do bairro São Domingos, solicitou ao Executivo informações sobre a programação para limpeza e manutenção de praça naquele bairro. Conforme o vereador, o espaço conta com equipamentos de uma academia ao ar livre e está com mato muito alto, necessitando, com urgência, de serviços de zeladoria.
Terrenos sujos
A notificação a proprietários de terrenos que não cuidam dos espaços foi tema de várias proposituras do vereador Moraci Bállico. Em uma delas, ele sugeriu que a Prefeitura notifique proprietário de terreno à rua Mário Escoqui, no bairro Santo Antônio, para que proceda a limpeza do espaço, já que vizinhos reclamaram da presença de animais peçonhentos, entre eles escorpiões.
O vereador também pediu que o Executivo notifique proprietários de mais dois terrenos, sendo um deles localizado à rua Anibal Sá Pinto e outro à rua Ulisses Vitor Gervásio.
Banheiros
A Guarda Municipal foi tema de uma das proposituras do vereador Gabriel Navega ao Executivo. Ele solicitou informações sobre quais setores a GCM está atuando, onde os guardas civis municipais estão lotados, inclusive os horários de trabalho e também se os banheiros do Epidauro, que são patrimônio público, estão sendo monitorados pela Corporação.
Navega justificou destacando que a solicitação visa colher informações que serão repassadas a munícipes que o questionaram sobre o vandalismo e a pichação no referido teatro de arena.
Isenções para entidades
Em uma de suas proposituras ao Executivo, o vereador Rafael Kocian solicitou informações sobre isenção de cobrança de IPTU de entidades filantrópicas do município. Ele quer saber se existem instituições que possuem isenção dessa cobrança e, em caso afirmativo, quais delas, bem como valores de isenção para este ano.
O vereador também questionou a Saerp sobre isenção de tarifa de água às entidades filantrópicas. Ele solicitou informações sobre quais instituições possuem essa isenção, se é feita a leitura de consumo, média de consumo e a quantidade de hidrômetros existentes nas entidades. Ele justificou os questionamentos destacando a função fiscalizadora do vereador após solicitações de munícipes.
Monumento à Independência
A vereadora Thais Nogueira sugeriu ao Executivo Municipal a construção de monumento comemorativo aos 200 anos da Independência do Brasil. Ela observou que um monumento foi erguido em comemoração aos 100 anos da Independência, estabelecido na região central, atrás da Igreja Matriz, entre a estreita rua Adauto Vitali e rua Dr. João Gabriel Ribeiro. “Ocorre que este espaço foi criado a partir da reforma da Praça Capitão Luiz de Mello e a criação da rua Adauto Vitali, que acabou obrigando a retirada do monumento, que, inclusive, nunca mais foi visto. Uma perda imensurável ao patrimônio cultural da cidade. Porém, temos a oportunidade de erguer um novo monumento, desta vez referente aos 200 anos da Independência. Em respeito aos rio-pardenses que se mobilizaram e construíram o monumento 100 anos atrás, nada mais justo e merecedor que recuperar parte da história, criando este espaço novamente”, justificou a vereadora.
As informações foram compiladas do site oficial da Câmara.