Servidores dizem que venderam partes dos estofados de dois ônibus e dividiram o dinheiro
Na manhã de sábado (17), uma densa nuvem de fumaça foi o alerta de que havia algo de anormal no Pátio de Serviços da Prefeitura. No local, um amontoado de bancos de ônibus fora queimado, o que desencadeou a fumaça escura. Um caminhão pipa acabou sendo usado para debelar o fogo, que durou pouco tempo.
O que realmente aconteceu só veio à tona na manhã de terça-feira (20), quando o vereador Henrique Torres recebeu denúncia de que, a mando de superiores, funcionários municipais haviam queimado os bancos de ônibus para vender as ferragens a uma empresa de sucata. O dinheiro foi dividido com a equipe.
O assunto foi parar na Câmara Municipal, durante a sessão legislativa. Na ocasião, o vereador informou que os bancos foram retirados de dois ônibus da Educação cedidos ao DEC.
Ele disse que o procedimento de retirada dos bancos se deu para que pudessem ser substituídos por outros maiores, o que aumentaria o conforto aos passageiros.
O vereador disse que foi ao local para averiguar as informações, conversou com funcionários, os quais confirmaram todos os fatos.
Henrique Torres apontou grave irregularidade no fato, observando que isso é desvio de patrimônio público. E pediu que o Executivo apure e responsabilize os envolvidos.
O vereador lembra que os bens do erário devem passar por um procedimento minucioso para se tornarem inservíveis, e na maioria das vezes só podem ser comercializados por meio de leilões públicos. Ainda de acordo com Henrique, os ônibus da Educação não podem ser desmontados, porque são patrimônio do Estado, apenas cedido à Prefeitura.
Caso vira boletim de ocorrência
Na quarta-feira, após a denúncia, uma comissão de vereadores foi ao Pátio – que está sob responsabilidade do secretário de Agricultura, Marcos Rogério Mazieiro Machado, o qual disse ter conhecimento sobre o ocorrido.
Na oportunidade, ouviram de funcionários que as ferragens dos bancos foram vendidas e que a equipe dividiu o dinheiro.
Toda a ação foi filmada por câmeras de monitoramento existentes no local.
O vereador procurou a Delegacia de Polícia Civil e pediu que o caso fosse relatado em Boletim de Ocorrência, para que seja apurado o desvio de patrimônio público.