Gazeta Do Rio Pardo

Trânsito no centro é cada vez mais difícil

Trânsito no centro é cada vez mais difícil

Para ônibus, então, entrar na Francisquinho Dias está se tornando uma aventura

 

Motoristas dos ônibus urbanos de São José do Rio Pardo estão encontrando cada vez mais dificuldades para sair do Terminal Central, em frente a Biblioteca, e subir pela rua Francisquinho Dias. Em frente ao prédio onde funcionará as Casas Bahia foram colocadas quatro caçambas e, mesmo antes disso, os carros estacionados dos dois lados dificultam extremamente a manobra dos ônibus. Em horários de pico ou aos sábados, o trânsito ali é infernal e o risco de pequenas colisões laterais ou até acidentes maiores é constante.

O secretário municipal de Segurança e Trânsito da cidade, José Fernando Folharini, foi procurado esta semana por Luis Henrique Artioli Tobias (Difusora AM) para falar sobre o problema. Ele disse o seguinte: “Estamos dentro da norma que o Contran nos permite. As marcações viárias, que são aquelas faixas amarelas nas curvas, estão demarcadas de maneira correta. Pode, em algumas situações, o motorista não observar isso e estacionar o veículo de forma irregular, ocupando este espaço. Aí sim tira a facilidade da conversão”.

Para Folharini, os motoristas do Circular são profissionais e ali eles tomam sempre a lateral direita para convergir à esquerda, o que lhes confere um ângulo maior de conversão, permitindo que façam a curva de uma melhor maneira. Ele acredita que isso só não ocorrerá se houver carro parado de forma irregular, cabendo, neste caso, à polícia militar fiscalizar.

O secretário diz ainda que a cidade vem tendo pouco espaço para estacionamento de carro e, na rua Francisquinho Dias, se houver restrição para isso de um lado da via, as vagas para estacionar ficarão ainda menores. “É uma situação grave que nós temos pelo alto índice de veículos que temos na cidade”, argumentou.

Opções negadas

Folharini admitiu que há muita resistência por parte dos comerciantes locais no sentido de se proibir estacionamento em frente aos seus estabelecimentos. “Lembro que, de 2009 a 2012, quando fui secretário de trânsito, chegamos a fazer uma reunião na ACI com os empresários da Francisquinho Dias. Colocamos duas opções para eles e nenhuma foi feita porque não aceitaram. Temos que respeitar porque eles dão empregos e pagam impostos”.

A primeira opção, segundo ele, era uma ideia antiga de se fazer um Calçadão partindo da Praça Capitão Vicente Dias até a loja Ideal, mas a resposta dos comerciantes foi negativa. “Eu até aplaudi esta resposta porque, como cuidador do trânsito, nós não podemos fechar via. Você fecha uma quadra, você vê o transtorno que se cria para o trânsito. Se fechar ali, todo o trânsito da Francisquinho Dias irá ser jogado para a Campos Salles. Imagine o cruzamento da dr. João Gabriel Ribeiro, que é a que desce do Bradesco, com a Treze de Maio. Imagine a conversão, que já é complicada em horários de pico, na Campos Salles mesmo tendo-se colocado um redutor de velocidade nela, antes da dr. João Gabriel Ribeiro. É complicado”.

A segunda opção colocada aos empresários daquele espaço da cidade, naquela época, foi fechar uma das laterais da Francisquinho Dias. “Sabe o que os empresários disseram? ‘Nós não temos problema de fechar. Nós queremos que os carros fiquem parados. Queremos que os nossos clientes cheguem e tenham local para parar, porque se ele passar em frente e não tiver local para parar, vai embora e não volta’. E hoje, pelo comodismo que o ser humano atingiu, é isso mesmo. Ele não quer parar na quadra da frente e andar 50 ou 100 metros. Ele quer parar, se possível, dentro da loja e isso não tem como. Então, se você fechar uma das laterais nas ruas centrais, você vai prejudicar o comércio. Eles preferem até, como foi dito naquela época, que o trânsito flua devagar justamente para ver as vitrines que eles montaram”.

Os donos de carros que não quiserem esta situação, na opinião da Folharini, têm de fugir do centro da cidade e passar pela Benjamin Constant ou pela Campos Salles – que, em certos horários, também têm acúmulo de veículos em vários trechos. O secretário reiterou então que não vê como solução fechar as laterais para fluir o trânsito e sim os motoristas usarem de bom senso, calma, paciência, além de saírem 5 minutos antes para não pegar os horários de pico.

FOTOS

José Fernando Folharini, secretário de trânsito: bom senso e sair 5 minutos mais cedo

Com caçambas e veículos dos dois lados da Francisquinho Dias, motoristas do Circular passam aperto