Gazeta Do Rio Pardo

Soja plantada em São José dá lucro na roça

Soja plantada em São José dá lucro na roça

Ela é vendida a R$ 80 o saco e o município também está plantando trigo

Alguns agricultores de São José do Rio Pardo, cansados dos prejuízos com a cebola, decidiram partir para o plantio de soja e trigo no município e estão se dando bem. A soja, principalmente, estava cotada esta semana a R$ 80 o saco, valor considerado bom pelos produtores por pagar os custos e ainda dar lucro. Não se sabe, ao certo, qual é a área plantada, nem quantos são os que partiram para essa cultura, mas a experiência vem dando certo.

O agricultor e presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Pardo, Claudinei Minussi (Nei), lembrou que o município tem os produtores familiares, que são geralmente pequenos em poder aquisitivo e em plantio, e os de capacidade financeira melhor, que plantam mais.  Estes últimos, segundo ele, são os que estão plantando soja e trigo, sendo que a soja estava cotada, esta semana, a R$ 70 ou R$ 80 o saco.

A título de comparação, o saco de milho, que é bastante cultivado também nesta região, está em R$ 30 hoje. A diferença é que em um hectare de terra são colhidos 150 sacos de milho, enquanto na mesma área a colheita de soja chega a 70 sacos.“Ainda assim, o valor da soja supera o do milho e ela fica muito mais lucrativa”, assegurou Nei.

Cebola

Entrevistado por Paulo Sérgio Rodrigues (Paulão) para a Gazeta e rádio Difusora, ele lembrou que décadas atrás São José tinha na cebola seu principal produto e, naquela época, nem se cogitava plantar soja ou trigo no município. Também não existiam tantos produtores de cebola em outras regiões do país, mas agora há gente plantando e colhendo-a de julho a outubro. Isso forçou os médios produtores rio-pardenses a partirem para outras culturas e a opção mais procurada foi a soja, seguida do trigo.

São José do Rio Pardo virou também, de uns anos para cá, um dos grandes produtores de beterraba do Brasil, segundo Nei, tendo também uma extensa área plantada de cenoura e repolho. Além disso, em alguns lugares do município, como na região do Barreirinho, há agora muita plantação de frutas e a cidade tem até uma fábrica de polpa que trabalha só com isso. “Os produtores estão procurando alternativas, para sair um pouco da cebola”, explicou.

Bulbinho

Sobre a cebola, Nei diz que os grandes produtores de São José e região estão indo para o Cerrado porque lá dá para trabalhar com máquinas e, com isso, evitar mão de obra. Já os pequenos produtores rio-pardenses, chamados de familiares, têm optado pelas hortaliças para sobreviver. Os médios produtores, por sua vez, já sabem que uma das opções agora é plantar a cebola Bulbinho híbrida e o próprio Nei está nesta experiência, com expectativa de bons preços em março e abril, quando ela será colhida. A Bulbinho estava cotada esta semana a R$ 80 o saco, oito vezes mais que a cebola normal colhida no município no final de 2018.

FOTOS

Paulão entrevistando Nei Minussi: cebola Bulbinho também começa a voltar ao município

Preço atual da soja é bom e o produto ganha adeptos entre produtores rio-pardenses