Os que têm segunda renda sobrevivem, mas os que só vivem disso estão sem dinheiro
Vários perueiros de São José do Rio Pardo, que até 16 de março faziam o transporte de alunos no município, estão passando necessidade. Sem receber um centavo da Prefeitura desde então, já que as aulas presenciais foram suspensas por conta da Covid-19, eles enfrentam sérios problemas financeiros e não sabem o que fazer para sobreviver. Os perueiros ganham por quilômetro rodado,
O jornal ouviu uma perueira, que pediu para não ter seu nome divulgado, para ouvir um relato da situação pessoal dela e de colegas com os quais ela tem contato. “No dia 16 de março foi o último dia de trabalho com perua. Muitos colegas têm uma segunda renda, pois são aposentados, outros não, como eu. E a gente não consegue auxílio emergencial do governo porque não somos enquadrados nos critérios que foram estabelecidos para ter o benefício, até porque a gente emite nota fiscal à Prefeitura”, contou ela.
A perueira explicou que o contrato de todos eles com a Prefeitura é por prestação de serviços. Não ocorrendo transporte de alunos, não há serviço prestado e, com isso, nada recebem. “Ainda tínhamos 29 dias de serviços a prestar pelo contrato, que ia até abril, mas aí a Prefeitura o suspendeu. Depois haveria uma nova licitação para que os perueiros continuassem trabalhando, mas a pandemia suspendeu tudo”, esclareceu.
No total, cerca de 30 perueiros estão sem serviço em São José do Rio Pardo, fora a empresa (Tuga) que também faz o transporte escolar no município. Todos os perueiros fazem linhas rurais e, caso se confirme que as aulas presenciais voltem apenas em setembro, serão 6 meses sem receber qualquer recurso financeiro.