Gazeta Do Rio Pardo

Saúde: insalubridade de 40% será cortada

Eliézer Gusmão comentou a polêmica e informou que Santa Casa mantém pequeno estoque do kit intubação

Prefeitura não disse quais unidades serão afetadas pela medida

Na entrevista semanal à Rádio Difusora FM 107,3, nesta sexta-feira, o médico Eliezer Gusmão falou sobre a decisão da Prefeitura de reavaliar o pagamento do adicional de insalubridade de 40% para profissionais da saúde. Antes da pandemia, o pagamento era de 20% mas desde o ano passado, por conta da pandemia, houve majoração do percentual para todos os funcionários da área, independente do local de atuação e se mantinha contato direto com pacientes de Covid-19.

“Para alguns voltará ao que era, em 20%. No início da pandemia, foram concedidos esses 40% para praticamente todos os funcionários da área de saúde, médicos, contratados, enfermagem, atendentes, faxina e tudo mais. Foi feito até agora e não sei qual motivo de parar, não sei se diminuiu o repasse de verbas ou a situação financeira da Prefeitura”, comentou.

A decisão tem gerado polêmica entre os funcionários de todas as unidades de saúde, muitos dos quais relataram à Gazeta que o aumento do percentual relativo à insalubridade foi atrativo para o desempenho do serviço ao longo da pandemia.

“No Pronto Socorro, quem trabalha na parte de cima, que atua diretamente com o pessoal de Covid, esses vão manter os 40%. Os que ficam na parte inferior de atendimentos gerais, vão voltar aos 20%, como era antes. Não sei nos outros postos de saúde como está funcionando”, completou Eliezer.

A reportagem encaminhou à assessoria de gabinete algumas questões relacionadas ao tema. Dentre elas, perguntou se procede a informação sobre o não pagamento de 40% referentes ao adicional de insalubridade dos funcionários da área de saúde; quais setores (unidades de saúde) específicos serão afetados pela medida.

Também foi questionado, em termos de números, quantos profissionais terão o fim do pagamento dos 40% de insalubridade; e quanto isso representará de economia, em valores, mensalmente, para os cofres municipais.

A assessoria de gabinete informou que o prefeito responderia as questões por ofício, mas até às 16h25 desta sexta-feira, não houve nenhuma resposta sobre o assunto.

Kit intubação na Santa Casa

Durante a entrevista, Dr. Eliezer comentou ainda sobre a situação da Santa Casa, em relação aos medicamentos do chamado kit de intubação, assunto que virou uma grande preocupação do momento é com a possibilidade de faltarem remédios para os procedimentos.

“Esse problema não é exclusivo de nossa cidade nem do Brasil, Está ocorrendo em vários países. Os laboratórios não estão dando conta dessa demanda. Isso tem impactado nas UTIs principalmente”.

Ele falou sobre o uso dos remédios nos procedimentos da UTI e disse que a Santa Casa local mantém um pequeno estoque, para evitar o colapso.

“Quando você vai fazer uma intubação orofacial, para isso precisa colocar o paciente em sedação profunda e ao mesmo tempo precisa ter medicamento que provoca um relaxamento total da musculatura para que ele não brigue contra o aparelho. Estão faltando esses sedativos e os relaxantes musculares. Na nossa Santa Casa ainda temos um estoque que está sendo reservado para essa situação. Tanto é que não estamos fazendo cirurgias que usem anestesia geral, justamente para não usar estes medicamentos”.