Gazeta Do Rio Pardo

Repolho sobe, mas ainda dá prejuízo na roça

Repolho sobe, mas ainda dá prejuízo na roça

Mesmo assim, plantio e colheita dele geram empregos temporários no município

 

A região rural de São José do Rio Pardo, que nesta época do ano ainda tem na cebola seu principal produto, também está com outras variedades de hortaliças sendo colhidas. O ponto em comum, lamentavelmente, é o de sempre: preço ruim.

É o caso do repolho, que mesmo não sendo plantado em grande escada no município, tem produtores tradicionais e insistentes. Eles tentam, todos os anos, reservar parte de suas terras para esta variedade de couve, que é colhida e vendida através de caixotes de madeira chamados de grades. Em cada grade são colocados cerca de 12 repolhos.

Na semana passada uma grade chegou ao preço (péssimo) de apenas R$ 3, valor muito ruim para o trabalho que o repolho dá ao trabalhador rural desde a semeadura à colheita, que é feita manualmente. Nesta semana o preço dobrou, subindo para R$ 6 a grade, mas isso ainda é considerado inadequado diante dos custos de irrigação, combate a pragas, catação de mato etc.

Um dos tradicionais produtores de repolho em São José do Rio Pardo é o agricultor Marcelo Cesar de Andrade, que tem três hectares arrendados no Sítio Sertão Grande, situado próximo ao Cassucci. Um terço daquela área é destinado ao repolho.

“Estávamos vendendo a grade do repolho a 3 reais, agora subiu para 6 reais, melhorou um pouco, mas precisava ser mais”, confirmou ele, falando a Paulo Sérgio Rodrigues (Difusora AM/Gazeta).

Além do repolho, Marcelo produz também alface e acelga. “A alface estamos vendendo a 8 reais a grade, mas precisaria ser no mínimo 13 reais”, continuou o produtor, destacando que o setor produtivo de alimentos no país necessitaria ser mais valorizado pelo governo, o que não vem ocorrendo há anos. “Principalmente nós, pequenos produtores, não temos o devido valor, pois muita vez produzimos e comercializamos, mas o que recebemos mal dá para pagar as despesas”, lamentou.

Empregos

Marcelo diz que, mesmo nesta situação, ele gera no plantio do repolho dois empregos fixos, sem contar que, quando toda a produção é vendida ainda estando na terra, os compradores contratam gente para o corte e colocação nas grades.  No momento em que ele concedia a entrevista, pelo menos outros oito (8) trabalhadores colhiam o repolho para uma empresa de hortifrutis de São José do Rio Pardo. Como mencionado antes, ela havia comprado toda a produção de Marcelo.

Marcelo corta pés de repolho para a venda de toda a produção a uma empresa

Os repolhos já cortados são colocados em caixas de madeira, chamadas de grades

As grades com repolhos já cortados são colocadas e transportadas por trator