Gazeta Do Rio Pardo

Museu Rio-pardense expõe fotografias de Paulo Simas

Inauguração da mostra foi recheada de emoção, como a leitura de uma carta da esposa Maria Lúcia

Filhos, neta, nora e esposa Maria Lúcia (Foto: Gazeta do Rio Pardo)

Na noite de sexta-feira, 29 de abril, foi inaugurada no Museu Riopardense “Arsênio Frigo” a exposição intitulada “Viagens fotográficas de Paulo Simas”.

Cristina Garcia de Andrade, curadora do Museu, explica que foram selecionadas para a mostra mais de 70 fotos de autoria do médico ortopedista Paulo Simas, falecido recentemente. “Pegamos fotos de feiras de São José, Portugal, Itália, arte na rua de Nova Iorque, Espanha, entre outras. Como a gente sabia que ele tinha feito várias fotos, não poderíamos perder a oportunidade de conhecer melhor esse trabalho”, disse.

Para a diretora de Cultura Lúcia Vitto, foi uma noite emocionante. “O Dr. Paulo era um grande amigo, um amigo das artes. Todo mundo conhece o Dr. Paulo ortopedista, mas eu falo do Dr. Paulo artista, que conseguia com suas lentes, com sua máquina, fotografar coisas muito vivas, cotidianas, e isso era uma coisa muito interessante. Ele fotografava como poucos. Essa homenagem dá visibilidade ao olho que ele tinha do cotidiano. Eu tive oportunidade de conversar com ele sobre artes, teatro, dança, fotografia.”

O vice-prefeito Carlos Alberto de Sousa considerou “uma satisfação e ao mesmo tempo uma tristeza” participar da homenagem ao amigo Paulo Simas. “Uma satisfação porque o Paulo foi um amigo muito querido, um profissional brilhante, companheiro de todas as horas, meu companheiro pessoal. Deixou um legado para os filhos e para todos nós que o conhecemos de um cara virtuoso e competente. E também é uma tristeza participar de uma homenagem em que jamais a gente gostaria de estar. O Paulo partiu muito cedo. Espero que Deus o tenha recebido muito bem.”

 

Imensa saudade

A inauguração da mostra foi um evento recheado de emoção e saudade, como no momento em que a esposa de Paulo Simas, Maria Lúcia da Costa Simas, leu uma carta que escreveu ao marido. “É uma emoção muito grande, uma saudade imensa. Um respeito muito grande pela pessoa, pelo profissional, pelo médico que foi, pelo fotógrafo que também se mostrou durante a vida. Ele conseguiu retratar tudo que viu com os olhos de um poeta e sobra uma imensa saudade”, disse.

Maria Lúcia contou que, no início da vida de casados, era o próprio Paulo quem revelava as fotos. “Depois, com o tempo, foi dando para outras pessoas revelarem até por falta de tempo hábil para isso, e também porque tudo foi melhorando muito na qualidade das fotografias.”

Contou, também, que o outro hobby do marido era uma oficina de marcenaria que ele possuía em casa. “Por sinal, a marcenaria é muito parecida com a profissão de ortopedista: tem pino, serra, parafuso. Era lá que ele se divertia, tanto que todas as molduras das fotos foram feitas por ele. Curtia não só as fotos, como as molduras.”

Para Guilherme, filho mais novo de Paulo Simas, a exposição dos trabalhos do pai é motivo de muito orgulho. “Essa exposição é um momento muito bonito, faz cinco meses que meu pai se foi e ele era apaixonado por fotografia, algo que gostava de fazer. A gente vê todo o respeito que o pessoal tem por ele, essa homenagem póstuma é motivo de muito orgulho por ver o legado que ele deixou não só para a família, mas também para contribuir com a cultura da cidade. Enche a gente de gratidão.”

A mostra ficará por 40 dias em cartaz e está aberta para o público das 8h às 17h, durante a semana, e aos domingos das 18h às 22h.

Fonte: Gazeta do Rio Pardo