Aumentaram os processos de violência sexual contra crianças e adolescentes em São José
Promotores de Justiça de São José do Rio Pardo se reuniram na última quarta-feira, com representantes de órgãos públicos da rede socioassistencial como CRAS, CREAS, Secretaria Municipal da Educação, Conselho Tutelar, Departamento de Esportes e Cultura, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, além da Polícia Militar, para tratar de assuntos relativos à proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência.
O encontro teve a presença da promotora, Júlia Alves Camargo Butzer, dos promotores, José Cláudio Zan e Raul Ribeiro Sóra, e também do Corregedor Geral do Ministério Público, Motauri Ciocchetti de Souza.
Na abertura do encontro, o corregedor destacou que o Ministério Público está de braços abertos para promover parcerias com as entidades, órgãos públicos e todos aqueles que querem atuar e colaborar para ações em prol da sociedade, principalmente relativas à proteção contra a violência entre as crianças e os jovens.
“A integração é essencial para trabalharmos de forma coerente e darmos conta das demandas. E o objetivo do Ministério Público com todos aqui presentes hoje é integrar, promovendo esse espírito de coletividade, propondo um trabalho coletivo e assertivo”, destacou o Corregedor Geral do MPSP.
Segundo o 2º Promotor Zan, aumentaram os processos de violência sexual contra crianças e adolescentes em São José do Rio Pardo. “Não podemos mais pensar em resolver o problema sozinhos – nem o MP, nem as entidades, nem os órgãos públicos, nem os profissionais envolvidos diretamente nestes casos. É preciso, realmente, integração e ações, principalmente de informação e orientação. Sentimos que esse tipo de informação específica ainda falta, o que poderia ser mais abordado até pelos setores de Educação, Esportes, já que estão diretamente trabalhando com as crianças e jovens diariamente. É preciso, ainda, orientação, pois muitas famílias que sofrem algum tipo de violência não sabem onde buscar apoio, ajuda, ou seja, é necessário entender o tipo de atendimento, onde é realizado e direciona-los, justamente para otimiza-los”.
Zan também chamou a atenção à prevenção das violências. “Mais uma vez precisamos contar com o engajamento da rede pública e particular de Educação, entidades esportivas e voltadas à Cultura para que esses profissionais que lá atuam fiquem alertas e saibam detectar quando uma criança ou jovem está sendo vítima de violência, pois há uma dificuldade em descobrir e, muitas vezes, até investiga-las por falta de testemunhos, provas, etc”.
O 3º Promotor, Dr. Raul, também ressaltou que a troca de informações é fundamental entre os meios envolvidos, principalmente nos atendimentos realizados, e observou que seria necessário criar uma espécie de protocolo para esses atendimentos, buscando maior entendimento e otimização das ações.
Os representantes de entidades e órgãos municipais presentes à reunião também puderam expor suas dificuldades diárias com relação aos direcionamentos e atendimentos de casos de violência contra crianças e adolescentes, inclusive a falta de alguns profissionais que poderiam dar suporte às demandas, que realmente vêm crescendo.
Segundo o presidente da Câmara, Rafael Kocian, que participou da reunião, o Poder Legislativo Municipal está à disposição para debater políticas públicas e instituir legislação inerente à questão.
O promotor José Cláudio Zan sugeriu a criação de um comitê para debater, discutir, expor ideias, demandas, com o objetivo da busca constante por alternativas para resolver o problema da violência contra crianças e adolescentes.
“O Ministério Público está aberto à essas parcerias e tudo que vier a somar, agregar ao nosso trabalho será muito bem vindo, de todos os envolvidos nesta questão que, infelizmente, é uma realidade no município”, finalizou.
— Com informações da Assessoria de Comunicação da Câmara