Fibroadenoma ou câncer de mama?
O fibroadenoma é um tipo de nódulo mamário, também conhecido como tumor benigno. É mais comum surgir em adolescentes e mulheres até os 30 anos de idade. Seu principal sintoma é a presença de um ou mais caroços com até 3cm e que podem ser notados facilmente durante a menstruação ou na gravidez, devido ao aumento da produção de hormônio, fazendo com o que nódulo aumente de tamanho.
De acordo com a Dra. Vivian Schivartche – médica radiologista especialista no diagnóstico de câncer de mama do CDB Premium – muitas mulheres confundem o fibroadenoma com o câncer de mama. “O fibroadenoma é tumor de mama não cancerígeno que ocorre mais frequentemente em mulheres jovens. Sua forma é parecida com um nódulo firme, com uma forma bem definida e é encontrado facilmente nos exames de mamografias e ultrassons”, explica a médica.
A especialista trouxe algumas curiosidades e explica as principais dúvidas das mulheres sobre o tema:
Pode virar câncer?
Essa é a maior preocupação entre as mulheres. O risco do fibroadenoma virar um câncer é muito baixo, pois já está comprovado que é um tumor benigno. Tanto que os nódulos que aparecem, podem desaparecer durante o ciclo menstrual. Quando é comprovado um tumor maligno provavelmente não se originou do fibroadenoma. De qualquer modo, é sempre bom se cuidar e realizar a mamografia anualmente, pois o câncer de mama diagnosticado precocemente chega a quase 90% de chance de cura.
Histórico familiar
Algumas mulheres imaginam que não tem o risco de desenvolver a doença, só porque ninguém da família teve um dia. Mas pelo contrário, tem que se cuidar igual as outras. Segundo estudo da American CancerSociety, menos de 15% das mulheres com câncer de mama tem algum parente que já foi diagnosticado. A doença pode surgir por diversos fatores, como maus hábitos alimentares, alcoolismo, sedentarismo, tabagismo, etc.
Nódulo: exame
Aparecendo um nódulo, a mulher tem que procurar pelo seu médico. Algumas mamografias não identificam alguns tipos de câncer de primeira, especialmente quando é uma mama densa ou se o nódulo estiver em locais de difícil acesso, como próximo da axila. Por isso, é importante retornar ao médico para uma nova avaliação.
Na amamentação
Quando a mulher está amamentando ela tem menos chances de ter câncer de mama. Pois quando o bebê mama, as células mamárias ficam produzindo leite e se multiplicam menos, e isso reduz o risco de contrair a doença.
Mamografia 3D
Segundo estudo publicado na revista científica Journalofthe American Medical Association, a mamografia 3D é capaz de detectar 41% mais tumores invasivos do que a mamografia tradicional. Além de ser rápida e simples, ela traz mais comodidade para as pacientes. É realizada de forma semelhante à tradicional e tem como principal objetivo diagnosticar precocemente o câncer de mama e pequenos nódulos, além dos tumores benignos como o fibroadenoma.
“As mulheres não podem deixar de realizar o exame por conta do incômodo, dor ou receio do diagnóstico. É muito importante realizar os check-ups anuais e caso a mulher encontre um caroço ou algo diferente, buscar orientação de um especialista. A mamografia identifica o fibroadenoma e também pequenos nódulos malignos. Além disso, ela é o único método eficaz para diminuir a incidência de câncer de mama”, finaliza Dra. Vivian.
Saiba como proteger seu animal da queima de fogos
*Por René Rodrigues Júnior
Para os seres humanos, fogos de artifício representam alegria, festa e celebração. Porém, para alguns animais de estimação, a situação é bem diferente. Tanto que, para esse fim de ano, a Prefeitura de São Paulo aprovou uma lei que proíbe o uso de fogos de estampidos. Será a primeira vez que a comemoração de Réveillon na avenida Paulista terá fogos silenciosos. O motivo? O barulho que é produzido no momento do estouro e a maneira repentina que acontece pode causar medo em alguns animais e muitas vezes até sintomas de pânico.
Como identificar se seu cão ou gato está com medo? Um dos indícios é o ato de tentar se esconder, andar ou correr pela casa em busca de um local seguro ou com menos barulho, ficam ofegantes (respiração acelerada) e em alguns casos com taquicardia (coração acelerado). Animais com predisposição ou com algum problema no coração podem apresentar até crises de inconsciência. Para aqueles que já estão com uma idade avançada ou que possuem algum tipo de doença, principalmente cardíaca, o efeito pode ser fatal. A descarga de substâncias no organismo causadas pelo medo em excesso pode fazer com que tenham uma parada cardíaca ou desencadeie um ataque de epilepsia.
Para amenizar o sofrimento desses animais no período da queima de fogos, o ideal é seguir algumas dicas como:
- Oferecer um estímulo positivo – no caso de filhotes, fazer brincadeiras como jogar uma bolinha ou oferecer um petisco, ajuda a acalmar. O importante é tentar disfarçar o barulho e o medo dele com algo positivo para que se distraia enquanto acontece a queima, até que não ligue mais para os fogos.
- Manter-se junto ao animal– se já houver um histórico de medo ou pânico causado pelos fogos de artifícios, o ideal é sempre manter o animal próximo ao tutor, assim ele se sentirá mais protegido e seguro.
- Evitar locais perigosos – algumas residências possuem portas de vidro e muitos animais, no momento do medo, acabam atravessando o vidro e se machucam com a quebra, o que pode levar a óbito por lesões mais graves. Outro local a ser evitado são as sacadas de apartamentos ou sobrados, já que eles podem pular.
- Uso de medicamentos– o uso de medicamentos tranquilizantes pode ser usado, mas somente quando for necessário e sempre sob a supervisão e prescrição do médico veterinário.
* René Rodrigues Júnior é médico veterinário da Magnus, fabricante de alimentos para cães e gatos.
O ressurgimento da guerra fria
Ainda repercutem as denúncias de que a Rússia interferiu nas eleições norte-americana, prejudicando Hillary Clinton e beneficiando Donald Trump, que acabou eleito. Agora, o presidente francês, Emmanuel Macron, reclama que os russos estão por traz dos insurgentes de colete amarelo, que protestam na França há cinco semanas.
Verifica-se a invasão do espaço aéreo brasileiro por dois aviões de guerra russos que vieram à América do Sul participar de atividades na Venezuela, episódio que teve pouca repercussão local, mas chegou a mobilizar a 4ª Frota Americana de Defesa rumo à costa brasileira. São grandes os indícios de que se desenham no horizonte internacional os contornos de um novo período de guerra fria, sistema de contrapesos e influências internacionais que funcionou entre 1947 e 1991, potencializou guerras, sustentou ideologias e causou sofrimento e mortes.
O mundo de hoje não precisa de tutores de esquerda ou de direita ao estilo dos que no pós 2ª Guerra Mundial, por razões ideológicas e disputas econômicas, ameaçaram o planeta com a guerra nuclear por mais de quatro décadas. Também é fora de propósito e intolerável a ideia de constituir blocos regionais por ideologia que possam lembrar a falecida URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), esfacelada em 1991 pelas políticas da glasnost (transparência) e da perestroika (reestruturação) pilotadas pelo líder Mikhail Gorbachev. A malfadada tentativa de sua reedição em terras latinoamericanas, aos poucos cai por terra, especialmente após o impeachment presidencial de 2016 e a hecatombe do Partido dos Trabalhadores no Brasil, coroada agora pela eleição de Jair Bolsonaro.
Aceitem ou não, o mundo vive um tempo global. E a globalização, em vez da simples vontade das lideranças políticas e econômicas, vem da disponibilidade das comunicações. A internet, inicialmente ignorada, teve o condão de unir os indivíduos e mobilizá-los. As últimas eleições brasileiras, americanas, francesas e de outros pontos do planeta são exemplos disso. Mas o poder da rede vai muito além, permitindo ao cidadão comum o comunicar-se com todo o globo e, ao mesmo tempo, ligar e desligar remotamente o ar-condicionado, a torradeira, o aquecedor de água ou a luz de sua casa. As lideranças tradicionais precisam se reinventar caso queiram continuar vivas. Por outro lado, com a disponibilidade tecnológica de comunicação e armamentos – se voltarmos a ter no cenário mundial figuras como os ditadores, caudilhos e líderes carismáticos, radicais e temerários do passado – o planeta estará em risco muito maior do que aquele que a humanidade temeu durante toda a segunda metade do século passado.
Os novos tempos têm de ser pautados pelo entendimento. Os arsenais nucleares e químicos hoje existentes (legal e ilegalmente) são suficientes para, segundo os estudiosos, destruir o planeta e a humanidade várias vezes. Pensando a respeito, somos transportados a 2 de julho de 1948, quando o escritor Monteiro Lobato, que morreria dois dias depois, na sua última entrevista, dada ao jornalista Murilo Antunes Alves, da Rádio Record de São Paulo, afirmou que a paz mundial seria possível no dia em que todos os países tivessem a bomba atômica; por temor, eles se respeitariam. Reservado o contexto, parece termos chegado a esse dia. Ideologias, direita, esquerda e dogmas são coisas arcaicas e inúteis…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
Justiça em números
*Raul Canal
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou os números do Poder Judiciário do ano de 2017. No período de 2014 a 2017 foram ajuizadas 1.778.269 demandas judiciais versando sobre direito de saúde. Dessas, 420.930 requeriam o fornecimento de medicamentos pelo SUS, 135.849 demandavam tratamento médico hospitalar contra o SUS, 564.090 foram ajuizados contras planos de saúde, 32.172 contra hospitais particulares reclamando de má prestação de serviços e 83.728 demandando indenizações por “erro médico”.
Em algumas dessas mais de 83 mil demandas há mais de um médico no polo passivo. Alguns profissionais figuram em mais de um processo. Mas, uma pela outra, numa conta de padeiro, se considerarmos o total de 458.625 (13.11.2018) médicos ativos no Brasil, concluiremos que 18,25% dos médicos brasileiros foram processados nos últimos quatro anos.
Lembro que, em 1999, quando publiquei minha primeira obra nessa área, embora com estudos muito empíricos, haja vista que a Internet ainda era discada e os tribunais não estavam informatizados, meus estudos apontaram que 4% dos médicos brasileiros estavam sendo processados naquele momento. Estudos norte-americanos apontavam que 9% dos médicos estadunidenses sofriam processos naquela década. Ou seja, nós mais do que duplicamos a realidade americana de duas décadas atrás.
Isso não representa nenhum demérito para o médico brasileiro, mas é reflexo da nova realidade comportamental do paciente do século XXI, que, além de totalmente esclarecido, graças ao acesso à informação propiciada pelos sítios de busca, e cônscio dos seus direitos, está cada vez menos tolerante a eventos adversos e sempre disposto a buscar um proveito econômico, mesmo que decorrente da própria desgraça ou da infelicidade de algum familial.
Para enfrentar esse novo paciente do século XXI, devemos nos comportar como um médico do século XXI, menos romântico e mais pragmático. Não devemos chegar à extrema frieza de um Dr. House, mas agirmos com “a pureza dos pombos e a malícia da serpente” (Mt 10;16).
A afeição, o carinho, a consideração, o respeito, a humildade e atenção devem sempre preponderar na relação médico paciente (pureza do pombo), mas a prudência na confecção e na guarda documental, a cautela informacional e algumas práticas defensivas (a astúcia da serpente) também devem ser praticadas em doses não homeopáticas.
Nesse universo beligerante, entre todas as especialidades médicas, a cirurgia plástica é a mais vulnerável. É bem verdade que o número de processos contra ginecologistas é três vezes superior ao número de processos contra médicos. Mas precisamos levar em conta que temos cerca de 6,5 mil plásticos e quase 30 mil ginecologistas. Enquanto realizamos 1,3 milhões de plásticas, são realizados 2,9 milhões de partos anuais no Brasil.
Ademais, na questão da cirurgia plástica, o STJ firmou entendimento de que se trata de uma obrigação de resultado e de uma relação de consumo.
Na maioria dos processos que nós estudamos, em que o cirurgião-plástico fora condenado, a principal causa da condenação foi a negligência informacional. Isso significa que o risco do evento adverso pode acontecer, mas o médico, embora conhecedor de tal possibilidade, não esclareceu suficientemente esse risco ao paciente, propiciando-lhe a oportunidade de não realizar o procedimento e não se expor ao risco. Lembramos, todavia, que não se trata de quantidade de informação, mas sim de qualidade de informação, de forma clara, objetiva, específica para aquele procedimento e para aquele paciente, e compreensível para embasar uma decisão.
*Raul Canal – Presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), advogado especialista em Direito Médico e Odontológico e autor das obras “O pensamento jurisprudencial brasileiro no terceiro milênio sobre erro médico” e “Erro médico e judicialização da medicina”.
Michel Temer deixa o comando do governo sob alta taxa de desaprovação. Retrato de um Brasil que costuma surfar na onda de versões fantasiosas. Pois qualquer analista responsável, ao colocar a lupa sobre o país de tempos atrás e o de hoje, enxergará a abissal diferença entre os dois entes: o de ontem, destroçado, sob a maior recessão econômica da história, e o da atualidade, com juros e inflação controlada, resgatando a confiança perdida, fazendo voltar investidores, as contas do Estado sob controle e um conjunto de reformas, dentre as quais a trabalhista, a do Ensino Médio e a PEC limitando gastos públicos. O que explica a imagem negativa da administração Temer? O drible que parte da mídia patrocinou na versão de um diálogo gravado no Palácio do Jaburu. O bumbo do grupo midiático mais poderoso do país bateu no arremate da interlocução mantida pelo presidente com um empresário. “Tem que manter isso, viu”? A fala anterior do figurante referia-se ao fato de “estar bem” com o então presidente da Câmara. E o que se viu, meses a fio, foi a inferência: Temer se referia à entrega de dinheiro, coisa que “deveria ser mantida”. Com essa ilação, o Brasil perdeu a chance de caminhar mais célere na rota dos avanços. A reforma da Previdência, por exemplo, teria sido aprovada. A lama que a Operação Lava Jato jogou no manto da política, com denúncias sobre empresários, executivos e políticos, acabou convergindo para a figura do presidente. Que não se dobrou ao claro objetivo do tiroteio midiático: tirar Michel do assento presidencial. O fato é que o país, mesmo sob o fardo de 13 milhões de desempregados, caminha lentamente, registrando avanços aqui e ali; aprovando pautas de relevo; alargando o acesso às privatizações; promovendo entendimentos com a União Européia; assumindo compromissos junto ao G-20, grupo das 20 maiores economias mundiais; participando de encontros com parceiros dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul); reforçando vínculos comerciais com a União Econômica Euroasiática; debatendo as mudanças climáticas com as Nações envolvidas no Acordo de Paris. Com os vizinhos, o Brasil tem se esforçado para fortalecer parcerias, sob o compromisso de dar força ao Mercosul. O Brasil a ser comandado pelo presidente Jair Bolsonaro sai das profundezas do buraco onde foi deixado pela administração petista. Não navega em águas tranquilas, eis que grandes carências ainda corroem o corpo nacional. Milhões de brasileiros ainda não têm acesso ao pão sobre a mesa. Os programas sociais, mesmo ampliados, como o Bolsa Família, não conseguem eliminar bolsões de pobreza que habitam o piso da pirâmide social. A violência se espalha pelo território, a denotar a organização de gangues e quadrilhas. Mas os fundamentos que inspiram a retomada da economia foram lançados. O empresariado retoma o fôlego, reconhecendo que foram lançadas as condições para um empuxo mais forte na frente dos investimentos. A área de trabalho viu-se desafogada com a redução de cerca de 40% nas reclamações judiciais, graças à reforma trabalhista. Parlamentar desde os idos de 80, presidente da Câmara por três vezes, Michel Temer colocou em prática sua visão parlamentarista, ao abrir intensa articulação com o Congresso Nacional. Pode-se dizer que governou por meio de um semipresidencialismo. Esteve todo tempo promovendo encontros com parlamentares e lideranças partidárias. Assim conseguiu aprovar o programa de reformas que marca sua passagem pelo Planalto. Constitucionalista, Michel Temer também deixa um legado ao Congresso. Trata-se de sua interpretação sistêmica à questão de trancamento de pauta por Medidas Provisórias. Quando presidia a Câmara em 2009, propôs esta solução ímpar na história constitucional: “Na verdade, o constituinte não quis sobrestar absolutamente todas as deliberações legislativas, mas apenas aquelas que também são previstas para Medida Provisória, ou seja, as demais espécies normativas não estão abrangidas na disposição do art. 62, § 6º, CRFB/88”. A tese deu mais autonomia ao Poder Legislativo na sua função primária, a atividade legislativa. Michel deixará o Palácio do Planalto pela porta da frente.
Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato |
A reforma da previdência de SP como modelo
Ao votar a reforma da previdência municipal, elevando a contribuição dos servidores de 11 para 14% e fixando o teto de benefício em R$ 5,6 mil para os que forem admitidos a partir de agora, a Câmara Municipal de São Paulo cumpriu sua obrigação. Apesar de todas as pressões anteriores e da selvageria instalada à porta do edifício, os vereadores evitaram que dentro de três anos, como dizem as previsões, a Prefeitura entre em colapso por não ter com que pagar o funcionalismo. Manteve intactos os direitos adquiridos dos atuais servidores e criou uma nova norma para os que vierem a ingressar. Os atuais terão aumento de contribuição equivalente a 3% para, com isso, ver garantidos os seus proventos; os novos, se pretenderem a aposentadoria além do teto estabelecido, deverão aderir a planos complementares. Mesmo assim, o déficit do município continuará e só será eliminado em dez anos.
A solução encontrada por São Paulo é, reservadas as proporções, a indicada para os demais 5.569 municípios brasileiros e também aos 26 estados, distrito federal e a União. Há que se respeitar os direitos adquiridos e contratar os futuros servidores dentro de um novo patamar previdenciário, já que o atual é deficitário, pois foi inflado pelo paternalismo, corporativismo e até pela corrupção. A irresponsabilidade de governantes, legisladores e outros intervenientes, nos legou uma previdência insustentável e prestes a explodir. Vários estados e muitos municípios já estão atrasando o pagamento de salários e proventos. Pagar uma alíquota maior de contribuição é uma solução amarga mas somos obrigados a considerar que é melhor isso do que deixar de receber os salários, recebê-los parcelados ou ainda ter de se contentar com valores inferiores ao estabelecido por falta de dinheiro no caixa.
Os prefeitos – que já sofrem há dois anos com o problema – assim como os governadores e o presidente da República, que tomarão posse na próxima terça-feira, dia 1º de janeiro, não têm outra escolha. Ou reformam a previdência sob sua administração ou amargarão a explosão do cofre ainda no decorrer de seus mandatos. É amargo para nós, representantes classistas, admitir isso. Mas é a pura realidade ditada pelos números da aritmética que, como ciência exata, não mente.
Aos servidores públicos nada mais resta do que admitir as mudanças porque a falta delas levará a um quadro pior. Dificilmente a greve mudará algo. Devem se acautelar, inclusive, em relação às agitações de cunho ideológico-trabalhista pois elas tendem a fazer parte do passado depois da reforma trabalhista de julho de 2017 e das últimas eleições…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)