Gazeta Do Rio Pardo

Legislação muda e farmácias poderão realizar exames

( Imagem de arquivo)

Anvisa autoriza estabelecimentos a fazerem 40 tipos de testes rápidos

Fundadas lá nos Estados Unidos, no século XIX, as farmácias como as conhecemos hoje foram invenção de Jacob B. Beck, que abriu uma loja na Filadélfia para vender drogas, medicamentos e outros produtos de saúde, em 1821. Esse comércio se agigantou na Europa, durante a Revolução Industrial, em razão dos avanços na fabricação e distribuição de medicamentos.

Num país continental como o nosso, há locais em que as unidades básicas de saúde não chegaram e as farmácias são as únicas referências para as populações quando procuram por tratamentos, mesmo isso não sendo recomendado pelos órgãos de fiscalização e controle. Assim, não por acaso, os antigos “boticários”, por décadas desempenharam o papel de médico, consultado, fazendo pequenas cirurgias, prescrevendo ou manipulando os produtos.

Com a modernização da atividade comercial, há tempos que nem só de remédios vivem as farmácias. São locais onde há cosméticos, equipamentos e produtos para estética e beleza, bijuterias e outras quinquilharias.

E se depender da legislação brasileira, vem mais por aí. Entra em vigor a partir de agosto, uma resolução da Anvisa permitindo aos estabelecimentos a realização de exames de análise clínica.

Avanço e mais qualidade de vida

A biomédica Júlia Breda, coordenadora do curso de Biomedicina da FEUC, destaca que até essa aprovação, que entrará em vigor a partir do dia 1º de agosto, as farmácias possuíam autorização para a realização somente do teste do Covid-19 e de glicemia e que a nova medida permitirá a ampliação para um total de 40 exames do tipo teste rápido nas farmácias.

Ela lembra que a maioria da população não realiza exames clínicos todo ano, o check-up, mas observa que os exames aprovados não irão substituir aqueles realizados em um laboratório. “E nem serão utilizados de forma isolada na tomada de decisões médicas. Esses exames devem ser utilizados na forma de triagem de doenças e como um ponto de partida para pesquisa, através de exames laboratoriais específicos, oferecendo assim, um diagnóstico objetivo ao paciente”, comentou, com base na resolução da Anvisa.

Segundo a profissional, a aprovação pode ser um caminho para mudar a saúde no Brasil. “Será um grande avanço na garantia de triagem, exames específicos, diagnósticos e tratamentos precoces, e por fim maior longevidade e garantia de qualidade de vida para a população”, completa.

De acordo com nota da Anvisa, os serviços autorizados são exames a partir de material biológico primário (tecido ou fluido constituinte do organismo humano ou isolado a partir destes que não sofreu alterações no seu estado natural ou que não foi submetido a atividades que visam a preparação para a análise), desde que todas as etapas do exame sejam realizadas após a coleta no próprio estabelecimento. 

A agência avalia que a nova norma representa um avanço importante em relação à ampliação da lista de serviços executados em farmácias e consultórios, a fim de permitir o melhor acesso da população à assistência à saúde, bem como garantir a qualidade dos exames de análises clínicas no país.

“O resultado de um teste rápido necessita da interpretação de profissionais de saúde, que devem associá-lo aos dados clínicos do indivíduo e à realização de outros exames laboratoriais confirmatórios”, reforça a Anvisa.