Júlia Sartori
Cantor rio-pardense conta sua trajetória e maiores desafios enfrentados
Aos 24 anos, Fernando Júnior, popularmente conhecido como Ciskinho, deu um grande passo em sua carreira profissional ao chegar à semifinal do “Programa Sertanejo”, reality show musical da Band, gravado e exibido em Goiânia. O rio-pardense foi um dos 100 cantores de várias regiões do país selecionados para participar do programa, e seguiu firme até a fase semifinal.
A disputa para Ciskinho terminou há um mês, mas a experiência, alegria e satisfação de ter conquistado a oportunidade, permanecem.
Desde a infância
O interesse de Fernando pela música surgiu ainda na infância, inspirado por seus dois avôs. “Meu primeiro contato com a música foi desde criancinha. Sempre achei que eu tinha algo a mais com ela. Tive o meu primeiro contato dentro da família. Meus dois avôs gostavam de música, um deles tocava violão, e o outro trabalhava com som e eventos. Eu sempre estava por perto quando tinha alguma coisa relacionada a música, ficava com o ouvido encantado. Sempre fui apaixonado”, lembrou com carinho.
A introdução prática da música em sua vida, começou pelo prazer em tocar violão. “No início não cantava. Tive o primeiro contato com o público na igreja, quando eu tocava violão lá. Aquilo foi um divisor, porque comecei a perder um pouco a vergonha e ter mais contato com a galera. Depois comecei a tocar na escola, eu levava o violão para todos os lados que eu ia”.
O cantor relembrou que sua participação nas aulas de música do antigo projeto ‘Casa de Cultura e Cidadania’, que atendia centenas de crianças no município, foi fundamental para o início de sua carreira musical. “Aos poucos fui me aperfeiçoando, tive a grande oportunidade de conhecer a Casa de Cultura e Cidadania, que me ajudou muito, trabalhei bastante coisas lá, me ajudou a perder a vergonha. Foi uma experiência muito especial, pude conhecer vários lugares legais, profissionais. Tive vários professores – o Ralf, o Matheus, o Anderson. Era gostoso demais. Ali mesmo no projeto comecei a fazer apresentações na cidade e fora dela, e um certo dia tive a oportunidade de fazer meu primeiro show, que foi indicado pelo Ralf. Na época eu tocava MPB e Pop Rock. Meus pais também me ajudaram demais, principalmente nesse primeiro show”, contou.
“Com o tempo, o pessoal começou a me contratar para aniversários, e eu comecei a perceber a força do sertanejo na época. Em um certo dia, eu estava tocando na igreja, porque nunca parei de tocar lá, e fiz a proposta para os meninos que tocavam comigo, para montarmos uma banda sertaneja. Eles toparam, montamos a banda e começamos. De início foi mais uma visão de mercado, hoje em dia eu sou completamente apaixonado por sertanejo. Amo o estilo de música e carrego comigo, e me lembra muito meu avô, que gostava muito”, disse saudoso.
Realização de um sonho
Fernando contou um pouco sobre sua experiência durante a participação do programa, e comentou a respeito da realização de um sonho, que era conhecer a cidade de Goiânia.
“Foi show, uma das maiores oportunidades da minha vida. Além do Festival Sertanejo que fui participar, que foi a nível brasileiro, e fui representando São José do Rio Pardo, eu tive o prazer imenso de ter conhecido Goiânia, que era um sonho desde criança. Acho que todo cantor sonha com essa cidade. Participei da seletiva online que foi com o Brasil inteiro, tiveram muitas inscrições, de todas elas foram selecionadas 100 pessoas, e eu estava entre elas”, afirmou.
“Depois fui para a primeira fase lá em Goiânia, fiquei feliz demais e nervoso ao mesmo tempo. Participei, cantei e deu tudo certo. Fui para a próxima fase, que foi eliminatória, passei também, e no dia cantei uma música do Zé Vaqueiro, foi legal demais e deu uma super repercussão quando voltei para Rio Pardo. O pessoal estava cantando músicas mais antigas, e eu fui com a proposta de uma música atual, e deu super certo, fui classificado para a semifinal”, contou o cantor.
“Infelizmente eu perdi a fase para uma dupla de Campo Grande, chamada Murilo e Adriano. Fizemos a apresentação em batalha, cantei uma parte da música e eles cantaram outra. Nesse dia eles levaram a melhor, foram escolhidos, e eu fiquei na semifinal”, relembrou.
O rio-pardense conheceu pessoas que admira desde a infância durante sua participação no reality musical, personalidades que o ajudaram a entender melhor sobre como funciona o mercado da música. “Esse festival foi importante demais para mim, tive oportunidade de conhecer pessoas que nunca pensei que fosse conhecer na vida. Produtores de grandes artistas que acompanho desde criança, o produtor do Zezé Di Camargo e Luciano, de Gustavo Lima. Depois de ter conversado com essas pessoas, tenho uma outra visão do mercado musical, até porque moramos em uma cidade pequena e temos pouco acesso a isso”, pontuou.
Músicas autorais
Ciskinho contou que tem algumas músicas autorais escritas, para serem lançadas em ocasiões oportunas. “Tenho bastante, mas não lancei todas, apenas duas. No entanto, tenho outras composições que estão guardadas para serem lançadas na hora certa. A primeira música que lançamos autoral, foi Filho do Deputado. Foi uma música que pegou demais aqui na cidade, eu ia nos shows e o pessoal cantava, e o mais legal é que as crianças aprenderam a música e começaram a canta-la. Isso é gratificante demais, saber que outras pessoas estão cantando sua música, é incrível. Fizemos essa música em um churrasco, com um grupo de amigos, sentamos, escrevemos, e deu certo”, disse.
“Em 2019 lancei a música Uma dose e um paiero, escrevi ela sozinho. Foi diferente, com um gênero mais romântico. Essa música foi muito especial, porque com ela consegui fazer a gravação do meu primeiro DVD em julho de 2019, aqui em São José do Rio Pardo. Foi a grande realização de um sonho, gravar um DVD, foi tudo dentro do possível, da maneira que conseguimos, mas foi um dos sonhos realizados”, comentou.
Novo projeto
Vem música nova por aí. Durante a entrevista, Fernando revelou que em setembro lançará um novo single, no qual está trabalhando desde que encerrou sua participação no festival sertanejo. “Logo depois de voltar de Goiânia, comecei a dar início a um novo projeto. Estou em processo final de gravação no estúdio. Nos próximos 30 dias lançarei uma música nova, disponível em todas as plataformas digitais. Estou trabalhando muito para fazer algo especial”.
Maiores desafios
“A música tem inúmeros desafios. Desde lidar com o público, saber cantar com a galera, estar em um palco. É uma área que você escuta muitas críticas, e tem que saber lidar com isso, precisa ter maturidade para saber o que é bom e ruim. É uma área que atrai muita coisa boa, mas também coisas ruins. Hoje, meu maior desafio na música, é criar uma composição de sucesso. Eu gostaria de ter uma ideia nova, de tirar da cabeça algum som diferente, que caia no gosto da galera. É o meu maior desafio. Estamos trabalhando nisso, e nossa primeira aposta vem em menos de um mês”, garantiu.
As apresentações de Ciskinho durante sua participação no programa da Band, podem ser conferidas na íntegra no canal do Youtube “Programa Sertanejo”.