Gazeta Do Rio Pardo

Estudante auxilia crianças em matemática

Através de um jogo digital e um livro, atividade em sala de aula orienta alunos na disciplina

 A programadora Isadora e os alunos do 5º ano da escola João Gabriel Ribeiro

Quando o assunto é fazer contas de matemática, a maioria das crianças se nega a estudar a matéria por sentirem dificuldade em aprender ou até pela falta de interesse. Mas não os 33 alunos do 5º ano B da EE. Dr. João Gabriel Ribeiro, de São José do Rio Pardo. Para eles, a aula de exatas passou a ser uma motivação e diversão graças à programadora Isadora Giacomini de Moraes, de 21 anos, que desenvolveu o jogo ‘Batalha Matemática’ e o livro ‘Matemática Básica e Operações Básicas’ para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Oferecendo auxílio aos estudantes na disciplina desde o começo deste mês, durante uma hora por dia, a estudante do último período do curso de Análise de Desenvolvimento de Sistemas, da Faculdade de Tecnologia de Mococa (Fatec), explica que a aula fornecida é um dos requisitos para sua aprovação na faculdade. “Essa avaliação que eu faço com as crianças, referente ao jogo, é para verificar se elas possuem alguma potencialidade como ferramenta de apoio no aprendizado deles na matemática.”

Segundo Isadora, as crianças sentiram dificuldade no começo, mas não precisou de muita explicação para que elas começassem a jogar. “Alguns tinham dificuldade no começo com o modo de jogar, mas acho que, por terem contato com videogame, que é algo do cotidiano deles, pegaram o jeito bem rápido.”

Apesar da interação dos alunos com o jogo, ele ainda não está disponível ao público para download. Portanto, Isadora o instala em seus celulares. “Como tem mais gente que não tem celular, eles sentam em dupla, e o legal é que um acaba ajudando o outro. Quem tem mais dificuldade acaba aprendendo com o raciocínio do colega e desenvolvendo o próprio raciocínio para chegar ao resultado final da evolução das operações.”

Jogo e livro

O jogo ‘Batalha Matemática’, criado em 2016, possui sete personagens e quatro minigames de operações básicas como adição, subtração, divisão e multiplicação, denominados como: Minigame das Portas, Minigame da Subtração, Labirinto dos Números e Minigame da Divisão. “O jogo trabalha principalmente o cálculo mental em jogar as operações. Cada um tem cinco fases, exceto o da subtração. Conforme os alunos vão jogando, eles ficam ‘loucos’ para liberar os personagens”, revela.

Já o livro ‘Matemática Básica e Operações Básicas’, foi desenvolvido recentemente para facilitar o entendimento dos alunos quando houver alguma dúvida nos games. “Ele é mais um diferencial, sendo um material de apoio à criança. A ideia é ela estudar o livrinho antes de começar a jogar. E para que ela comece, ao final da adição há um marcador para que possa entrar no jogo posicionando o celular em cima dele. Além disso, ele foi criado para não ficar aquela coisa de somente estudar; estuda um pouquinho e joga.”

Isadora ainda conta que teve a colaboração de sua irmã gêmea, Isabela, nas ilustrações do livro. Ambas as novidades também foram orientadas pelo seu professor Rogerio Colpani. “Ele me ajudou com sugestões técnicas e pedagógicas tanto para o jogo como para o livrinho.”

Incentivo

Com a organização e participação também da professora da sala, Marilda Zani, que trabalha no Ensino Fundamental há oito anos, as aulas são ‘bastante interativas’. “O jogo é fantástico para o desenvolvimento do raciocínio lógico, e o livro traz a interação entre o jogo no celular e os recursos gráficos. Foi incrível perceber o considerável avanço de alguns alunos depois da aplicação do jogo em sala de aula”.

Marilda ainda afirma que seus alunos evoluíram 70% na disciplina. “Houve uma grande evolução no interesse dos alunos na resolução de cálculos mentais. E eles também se sentiram muito motivados e realizaram todas as etapas propostas pelo jogo com muito entusiasmo. Além disso, os pais também têm demonstrado apoio à inovação tecnológica.”

Crianças aprovam as atividades em sala

O jogo tem despertado interesse pela matemática nas crianças. Brenda Schiavon Missura, de 10 anos, diz que acha o jogo ‘bem legal’, pois ele a ajuda a estudar e fazer as provas. “Também está me ajudando no cálculo mental. Eu gosto de matemática, e na mesma hora que você está se divertindo, também está aprendendo algo novo. É um jogo que tem várias coisas como o labirinto, o jogo das portas que é de ação, a de subtração e a de divisão. Gosto do labirinto, porque é de multiplicação e essa operação em cálculo mental tem que ser bem rápida.”

Para Carlos Eduardo de Souza Matias, também de 10 anos, o jogo é legal porque o deixa melhor na matéria. “Eu estava precisando estudar, e como eu gosto de mexer no celular, jogo o joguinho da matemática. Já desbloqueei dois personagens e estou com 15.010 pontos.”

Já Maria Luisa Fernandes Pedretti, 10 anos, ressalta que a atividade reúne diversão e aprendizado. “É um jogo muito legal para quem tem dificuldade na aula de matemática e até para estudar para as provas, mas o que conta também é a diversão, porque tem várias adições, sendo todas com níveis de dificuldade diferentes. Além disso, eu posso estudar para as provas com a tecnologia sem problema algum.”

Fonte: Gazeta do Rio Pardo – Por Marina Camacho