E, mesmo assim, dependerão do protocolo a ser seguido pelas cidades da região, lembra Kátia Alencar
A secretária municipal de educação Katia Alencar começou sua entrevista na quinta-feira, dia 25, na Difusora lembrando que, desde a primeira vez que falou sobre a paralisação das aulas, em março, mencionou que a rede municipal de ensino segue as orientações do governo estadual. E, nesta semana, o governo paulista anunciou que o retorno às aulas presenciais no Estado ocorrerá no dia 8 de setembro, com as escolas acolhendo 35% dos alunos matriculados.
Kátia explicou que no estado de São Paulo são 38 milhões de alunos, um número tão expressivo que requer cuidados extremos de todos os órgãos envolvidos em todos os municípios. “Aqui também teremos um retorno com cautela, igual ao que o governo do Estado está fazendo e seguindo o calendário que ele está divulgando”, confirmou. “Teremos também 35% dos alunos na escola, com uma turma indo na segunda-feira, outra indo na terça-feira e assim por diante. Isso para que haja uma retomada de contato com a escola, seguindo o protocolo do Estado e as orientações da Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação)”.
Replanejamento
As gestoras das escolas municipais estão fazendo um replanejamento das aulas com os professores, já tendo uma reprogramação das atividades remotas para os meses de julho e agosto. Isso porque, segundo Kátia, há grupos distintos de alunos, oriundos de situações diversas nos lares, exigindo estratégias diferenciadas de atuação dos profissionais da educação. Por conta disso, deverá existir plantão de psicólogo na rede municipal para orientação aos necessitados de apoio.
Comissão de Gerenciamento
“Estou organizando uma Comissão Escolar de Gerenciamento da Pandemia porque não resolvo nada sozinha, mas em equipe. Pedi para cada escola enviar o nome de um professor, de um funcionário e de um pai de aluno. Montaremos essa comissão e teremos videoconferência com eles pra gente ver o que eles acham, o que cada escola necessita, já que São José do Rio Pardo tem escolas com características distintas. Talvez na semana que vem já façamos a primeira reunião”, revelou.
O custo financeiro do retorno às aulas presenciais será um dos itens estudados, pois exigirá máscaras de pano e de acetato, capacho para a entrada das crianças nas escolas, álcool em gel, sabonete líquido etc.
“Só aqui em São José, se todos da rede municipal formos retomar às aulas, já serão 5 mil pessoas, entre alunos e funcionários, sendo que só na escola Estela Maris, no Cassucci, são 750 alunos. São muitas vidas que não podem ser arriscadas”, continuou.
Kátia lembrou ainda que, pela programação do governo estadual, o retorno de 35% dos alunos no dia 8 de setembro ainda dependerá de todas as cidades da região estarem na faixa amarela do Plano São Paulo de Reabertura e por 28 dias seguidos. Outros detalhes mencionados pela secretária: crianças asmáticas, com dificuldades respiratórias ou com necessidades especiais, não retornarão às aulas presenciais; e as mães que não quiserem que seus filhos (os aptos a voltar) retornem, por alguma insegurança pessoal, terão que ir às escolas e receber as orientações necessárias à continuação do aprendizado online.
Avaliação diagnóstica
Indagada se este é um ano letivo perdido, Kátia admitiu que, nos contatos com os professores, esse também é um questionamento constante feito por eles. E nenhum deles tem uma resposta segura, razão pela qual uma das decisões já tomadas é que, quando as aulas presenciais voltarem, seja feita uma avaliação diagnóstica (questionários) junto aos alunos para ver o nível de aprendizado à distância neste período de pandemia.
Quanto aos equipamentos de proteção, a Secretaria Municipal de Educação está planejando a forma de adquirir os EPIs para os funcionários e os itens necessários. Para os alunos a ideia é, na entrada, aplicar álcool em gel, aparelhos que medem temperatura (dois por escola, talvez). A questão das máscaras ainda será decidida, já que é de uso pessoal e são necessárias duas por pessoa.
Ensino híbrido
Pelas orientações que estão sendo passadas aos municípios nos últimos meses, Kátia acha que, mesmo após a pandemia, a educação no país e talvez em outras nações não voltará mais a ser a mesma. “Estão falando em ensino híbrido, ou seja, aulas presenciais e também aulas online. Eu acho que alguns professores vão usar isso nos próximos anos. A gente comenta que dormimos professores tradicionais, usando giz e lousa, e acordamos professores tecnológicos, do nada, sem formação ou orientação alguma sobre isso”.