Energia fotovoltaica se expande na região
Com experiência em eólicas, engenheiro Samuel Folchetti fala da tecnologia e compara gastos
Relativamente nova no Brasil, já que foi autorizada somente a partir de 2012 pela Aneel, a produção de energia fotovoltaica é também uma novidade para muita gente em São José do Rio Pardo e região. Ela representa a possibilidade de produção da própria energia em uma residência, comércio, zona rural ou fábrica, com economia real dos custos a médio e longo prazos.
Samuel Folchetti, engenheiro eletricista, é dono da PD Energy, empresa especializada em projetos de usinas solares fotovoltaicas que funciona em São José há três anos. Samuel já atuava no setor de energias renováveis, eólica e hidroelétrica, há 15 anos quando decidiu ter sua própria empresa.
Era funcionário da Phelps Dodge, fabricante de cabos em Poços de Caldas (antiga Alcoa), atuando como gerente de qualidade e participando de comissionamentos dos planos de expansão eólica no Norte, Nordeste e Sul do país. Ficou 10 anos na empresa, que fornecia cabos para as plantas eólicas mediante o uso da engenharia de aplicações.
Em 2014 Samuel teve acesso aos modelos das produções de energia fotovoltaica e começou então a identificar o segmento como uma oportunidade de abrir seu próprio negócio, principalmente depois que a Aneel regularizou a questão no Brasil. Voltou então para São José do Rio Pardo em 2015, montou a empresa PD Energy e, nos primeiros doze meses de funcionamento, mais de 50 mil Watts de potência foram instalados em São José e Região
Tecnologia
Ainda muito pouco conhecida pela maioria das pessoas, o sistema solar Fotovoltaico nada tem a ver com os tradicionais Aquecedores de Água Solar; este segundo usa o calor do sol para aquecer a água dentro de uma tubulação metálica enclausurada em um painel de alumínio e vidro; já o sistema Solar Fotovoltaico precisa necessariamente de luz solar incidente sobre sua superfície e essa luz é que reagirá com a célula solar presente no painel e transformará luz em eletricidade, que por sua vez percorrerá até os terminais do painel fotovoltaico.
A partir desse ponto, nos terminais, o inversor solar é quem irá converter a energia elétrica produzida em energia consumível para o usuário (110/220V).
Legislação
“Hoje, o Brasil tem uma legislação robusta e muito atualizada”, relembra Samuel. Segundo ele, as normas das concessionárias e as Resoluções que a Aneel emitiu recentemente, contribuíram para que o mercado crescesse mais de 800% apenas em 2015. Hoje já são mais de 45mil unidades consumidoras em todo o Brasil produzindo sua própria energia.
“Um número muito pequeno se comparado com países de 1° mundo”, afirmou Samuel. “Inclusive o Brasil possui abundância de sol em todas as épocas do ano por conta do nosso posicionamento geográfico, mesmo nossa pior condição de incidência solar é 40% melhor que a melhor condição na Alemanha, país líder em produção de energia Solar”.
Equipamentos
Para funcionar, um sistema de energia solar fotovoltaica precisa ter os seguintes equipamentos ou condições: um painel solar fotovoltaico, que é a parte principal dessa tecnologia (e que difere do sistema de aquecedor solar porque tem na luz natural a fonte, enquanto o aquecedor tem no calor a sua); e o inversor (que converte a corrente contínua de baixa potência em energia usual de 110 ou 220 volts).
Samuel conta que o principal fabricante mundial dos painéis é a China, que hoje detém 80% da produção desses módulos ou células fotovoltaicas, mas o Brasil também os produz, embora a um custo maior. O engenheiro trabalha com os dois painéis, nacional e importado. As indústrias do inversor estão na Europa (Alemanha, França e Espanha).
Usando equipamentos nacionais ou importados, o sistema todo tem uma garantia de produção de energia mínima de 25 anos, em média.
A PD Energy
O escritório da empresa de Samuel está situado na Rua São Vicente, 11, ao lado do Cartório, na sala 1. As atividades dela tiveram início em maio de 2015 e, na ocasião, Samuel procurou o apoio de marketing de Gustavo Missura.
Em São José a empresa instalou esses equipamentos em 15 endereços, sendo 10 em residências e o restante em lojas e até frigorífico. Todos eles tornaram-se microgeradores de sua própria energia. Empresas do Sul de Minas também procuraram a PD Energy para isso.
“São José do Rio Pardo tem 22 mil telhados residenciais e só 10 unidades têm este sistema. O mercado, portanto, só aqui na cidade, é imenso”, prevê o engenheiro.
“Imagine que o brasileiro compra um carro de 30 mil reais, usa por 5 anos, na hora de vender o carro vale menos de 20mil, sem contar IPVA, Seguro obrigatório, manutenção. Fazendo o comparativo em uma residência de gasto mensal de energia elétrica em torno de R$550, o proprietário irá investir os mesmos 30mil do carro, porém no quinto ano, você já economizou esse valor na conta de energia, considerando que o sistema irá operar com garantia de geração de energia por mais 25 anos, então você economizou o valor de quatro carros!”
Custo do projeto
O custo de aquisição e instalação dos equipamentos e demais procedimentos dependerá, segundo ele, de duas coisas: do quanto o cliente pretende reduzir em sua conta mensal de energia elétrica e das características físicas do telhado da residência ou empresa (podem ser favoráveis ou não, requerendo às vezes maior número de painéis).
Samuel diz que uma residência que gasta em média R$ 200 por mês terá sua própria energia a um custo que pode variar de R$ 9 mil a R$ 11 mil. “O que eu preciso ter em mãos para calcular um orçamento é, basicamente, uma conta de energia elétrica recente, só isso”, assegurou. Contatos podem ser feitos pelo celular 99171.1316 ou pelo e-mail contato@pdenergy.com.br .
Fotos
Samuel voltou de Poços para São José para montar a própria empresa em 2015
Instalação do sistema de captação de energia solar para a produção fotovoltaica