Gazeta Do Rio Pardo

Encontramos em São José uma ‘fazenda urbana’ que produz shimeji

Luciana Farcic cultiva shimeji desde 2017

A engenheira civil que deixou a atividade e virou feirante cultivando e vendendo shimeji

Por Gilmar Ishikawa

Mais conhecido na gastronomia oriental, o shimeji é um tipo de cogumelo. Numa linguagem mais clara, é um fungo que se reproduz em meio à matéria orgânica na natureza, porém, é comestível e rico em proteínas, fibras, minerais e vitaminas, além de apresentar baixo teor de gordura total.

A aplicação na culinária ganha adeptos a cada dia, principalmente no público vegetariano e vegano. E não é só: as propriedades e benefícios propostos pelo produto são capazes de melhorar a saúde física, mental e emocional.

Quem relata parte das qualidades do produto é a (ex) engenheira civil, Luciana Farcic, que desde 2017 passou a se interessar pelo cultivo de shimeji, trocou de profissão e agora ganha a vida como feirante dessa iguaria da culinária.

Ela diz que sofria de pressão alta e tinha diabetes. Estava num momento de transição de carreira. Morando em uma chácara, apostou no cultivo do cogumelo e, em 2019, fez um curso sobre as técnicas, deixou a engenharia de lado e hoje se dedica exclusivamente à comercialização do produto. A saúde? Ela diz que vai bem: sem diabetes, sem hipertensão!

Produto sensível

A produção já chegou a uma média de 100 kg de shimeji por mês, quando ela iniciou o cultivo morando na chácara. Entretanto, questões de ordem pessoal a trouxeram para a área urbana. A “fazenda” precisou ser reduzida e passa atualmente por uma adaptação, onde a produção é na ordem de 40 kg por mês.

Propriedades e benefícios propostos pelo produto são capazes de melhorar a saúde física, mental e emocional

Como se fosse uma “horta” vertical, o cultivo acontece em gôndolas, onde uma base formada por feno e bagaço de cana garante o desenvolvimento do fungo. “Eles são sensíveis. Em dias com mais sol, ficam mais claros, em dias nublados, ficam mais escuros. Eu aprendo muito com eles”, relata Luciana.

Na culinária

Para incentivar o consumo, ela aposta ainda no oferecimento de pratos e conservas, atendendo a um público exigente: veganos e vegetarianos. “Como já havia vegetarianos na família, então foi fácil atender a esse público”, comenta, dizendo que já domina algumas especialidades da culinária com o shimeji. “O prato mais procurado é o yakissoba, mas também tem o croquete de shimeji com vegetais”. A preços acessíveis, a comercialização dos produtos acontece nas feiras da cidade. Às quintas na Praça do Mercado e aos domingos na Área de Lazer, junto com o Grupo Artesão em Ação.

Luciana também atende a clientela de outras cidades. Diz que a venda do produto e o valor agregado dos pratos já garantem o sustento.

Houve finais de semana em que chegou a vender até 30 porções de yakissoba e outras de croquete. Além disso, vende o shimeji em conserva, com variações de temperos e sabores: italiano, oriental, indiano.

O maior investimento na sua nova área de atuação, conforme disse, é a dedicação e o tempo. O retorno, além do pouco que já consegue em termos financeiros, é na qualidade de vida. “Tempo e dedicação não se consegue mensurar, mas é uma satisfação pessoal. Essa atividade me ensonou muito sobre a minha ansiedade”, comenta.

A adaptação da “horta” à cidade vai sendo desenhada. Por enquanto, em uma casa no Jardim Santa Marina, o espaço da garagem é suficiente. Ela pensa em ampliar para o quintal, mas assim como o shimeji, vai respeitando o tempo e crescendo com paciência.

Nas redes sociais @comidinhachacarazen1 quem tiver interesse pode conhecer mais sobre o cultivo e os produtos de Luciana Farcic à base do shimeji.